Jacob Levy Moreno, o
descobridor do Psicodrama e da
sociometria, destaca as situações “aqui/agora
e agora/aqui”, como sendo diferentes; assim, devemos
avaliá-las,
estudando-se cada uma em sua própria condição
têmporo/espacial.
Revendo dados das teorias de Moreno, começamos a conjeturar
sobre o assunto e concluímos ser sua interpretação
condizente com a nossa
verdade.
Partimos da premissa de que a velocidade é fator
prioritário
no desenvolvimento do conhecimento, e na evolução do ser
humano em particular.
As buscas para se conseguir uma velocidade cada vez maior é uma
constante nos
estudos e pesquisas, culminando com o prodígio de sair da Terra
e terminando
nos progressos da informática, que busca cada vez maior
velocidade para seu
desenvolvimento. É como se o homem lutasse contra o tempo, numa
corrida para
descobrir seu destino futuro, intuindo que, vencida essa barreira, tudo
poderá
se transformar.
Nossa memória trouxe da
Física,
lembranças que propiciaram pensar sobre as
ligações entre velocidade, tempo
e espaço, antigos conceitos que sempre fascinaram o ser
humano e que
contribuíram para o desenvolvimento tecnológico.
As equações relacionadas com esses
três elementos sempre redundam em uma ação,
conforme a maneira com que se
aborda a aceleração.
Fazendo uma analogia, trocamos velocidade
por ação, espaço por aqui
e tempo por agora.
A velocidade pode ir do zero ao
infinito tempo/espaço, dependendo da aceleração,
correspondendo a ação à
intensidade desses fatores.
O aqui/agora teve início num
determinado espaço/tempo e a ação está
acontecendo neste instante, com um ponto
de partida no passado, quando iniciou essa ação.
Partindo da premissa que
denominaremos de Ação Futura Próxima,
uma ação que não acontece no aqui/agora,
mas no agora/aqui, que nada mais é
do que o futuro próximo, mas que também acontece neste
instante, poderemos usar
de um artifício que denominaremos de Velocidade
Futura Próxima, chegando-se a uma condição
diferente das anteriores, onde VFP provêm de uma
inversão do espaço/tempo.
Essa ação está ocorrendo no futuro, no mesmo
instante das que acontecem no aqui/agora, mas
está no agora/ aqui.
Acontecendo no mesmo instante
deduz-se que velocidade e velocidade futura próxima são
uma única
ação, assim como também a ação
futura próxima. Isso mostra que o espaço
em que as ações acontecem é um só, para
qualquer das situações apresentadas,
assim como o tempo.
Se a Ação é igual à Ação
Futura
Próxima, espaço/tempo podem ter outra
conotação em termos de acontecimento dos
fatos; tal raciocínio nos leva a crer que espaço/tempo
são duas condições que
só existem porque nossa imaginação,
ideação, raciocínio e pensamento são
baseados no presente, espaço/tempo por nós
percebido através dos cinco
sentidos físicos e da sensibilidade em geral, fatores cujos
resultados estão
subordinados às decodificações cerebrais e
às ações corporais nos seres vivos,
em todos os gêneros da Natureza.
O conceito de realidade se modifica e o manifestado passa a
ser uma imagem dessa realidade invisível; a ação
concreta seria a imagem da
realidade no aqui/agora.
Essas hipóteses só podem ser verdadeiras, se partirmos da
premissa de que não pode haver ação sem movimento,
portanto, sem velocidade. A
resistência é fator preponderante para que se concretize
uma ação. Sendo tudo
relativo torna-se possível a manifestação pela
ação; não havendo resistência,
torna-se impossível a realização de qualquer
ação no infinito.
Como a ação (que está acontecendo aqui/agora),
é igual à Ação
Futura Próxima (que também está acontecendo
agora/aqui), o espaço onde estão é
aqui e o tempo onde acontecem é agora.
A Espontaneidade,
outro conceito de Moreno, pode ser aqui substituída pela vontade; ela dá o impulso inicial, ativando as
memórias que vão dar
origem à imaginação, à
ideação, um pensamento, um sentir ou a um novo sonho,
que sendo focalizado com atenção intensa e firme propicia
uma concentração
única, transformando-se no aqui/agora,
em uma fé assumida sem dúvida (paulele),
surgindo uma nova crença, um novo sonhar num novo Ike
(o mundo é o que você
pensa que ele é).
Pela ação, essa condição transforma a nova
crença numa
verdade, surgindo simultaneamente a Criatividade
que está no futuro próximo (do qual, faz parte o agora/aqui), mas que ao mesmo tempo está
acontecendo aqui/agora; o resultado dessa
situação
é o que Moreno chamou de Momento (semelhante
ao insight, satori, etc. de outras teorias). Dependendo de sua
intensidade,
pode-se chegar a uma realização interior,
contemplação, individuação, etc. É o
resultado das transformações profundas sofridas pelos
indivíduos, quando há
realmente mudanças. Com essa nova maneira de ser e sentir, com
os pensamentos
agora dirigidos sem dúvidas dá-se o
Encontro (realização total, o reino dos céus
em nós, o atuar natural do Aumakua), que
é a transformação da
estrutura psicofísica da pessoa, mudando seus valores e
padrões possibilitando
assim, o desenvolvimento e reformulação de seus papéis de maneira intensa e o surgimento de
outros, que propiciam
novos vínculos. Dá-se, então, a
evolução com a auto-realização,
transformando
esse indivíduo em um outro, diferente do que era anteriormente.
Quando há uma ação máxima, em que o aqui
é ilimitado e o agora
é infinito, tem-se como resultado a não
ação. Só existe ação, onde
há uma resistência, uma aceleração e uma
velocidade, o que se dá no relativo finito do
tempo/espaço presente, como foi
dito antes.
Quando o tudo e o todo estão totalmente integrados, não
há
meios de existir ação; é o não
espaço/tempo (o absoluto e o infinito); surge,
então, o homem holístico que há
dentro de cada um, a
quem possivelmente, Moreno chamou de Homem
Genial, o homem perfeito, que servirá de modelo nos estudos
e pesquisas do
ser humano futuro; é o Filho do Homem
dos Evangelhos, já citado por Jesus, o Aumakua
(Eu Superior, Superconsciente) dos kahunas;
é a própria imagem e
semelhança de Deus, conhecida dos
mestres kahunas desde Mu,
continente desaparecido há cerca de treze mil e quinhentos anos
e que nos legou
seus ensinamentos através dos modernos kahunas,
principalmente os do
Havaí.
O aqui/agora é o arquivo
das lembranças das ações
que vieram das experiências já vivenciadas, construindo o
passado, que passa a
ser as memórias, cuja soma total, constitui a “conserva
cultural da humanidade”, sendo seu maior símbolo
atualmente, o livro; contribui na formação e
desenvolvimento de todos os papéis
formando o futuro, podendo, no entanto, bloquear a Espontaneidade
e a Criatividade
estagnando o indivíduo, prisioneiro de seus conceitos e
valores passados,
acrescido pelas novas e atuais formas de se adquirir conhecimento, em
se
tratando da ciência oficial e da moderna tecnologia.
O agora/aqui está
dentro da ação, mas indica o acontecimento no sentido da
Ação Futura Próxima,
mostrando o que está acontecendo simultaneamente e que
será o próximo aqui/agora.
Nas dramatizações em psicoterapia, busca-se no aqui/agora, uma condição que faça o
indivíduo vivenciar situações incômodas do
seu passado, que o converte em
pessoa inadaptada e, por vezes, inadequada ao meio, pela
insuficiência e
inexpressividade no desempenho de seus papéis. Por esse motivo,
as ligações
responsáveis pelas ações adequadas ao
próprio indivíduo, e ao ambiente ficam
impossibilitadas de ocorrerem por não estar os papéis
suficientemente
desenvolvidos para se vincularem e produzir boas ações,
refletindo no
comportamento da pessoa e no desenvolvimento do sonho básico de
vida, de
maneira inadequada. Isso impede que adquira novos padrões e
sofra as mudanças
para sua evolução.
Na dramatização, vivenciando-se no “como
se”, somos capazes de novamente perceber o acontecido e
emocionalmente senti-lo, como se os fatos estivessem se repetindo, e,
dependendo da intensidade com que se vive as situações,
pode-se reformular
pensamentos, sentimentos e conseqüentemente as memórias,
provocando mudanças
que nos dão novas perspectivas e possibilidades de uma vida
saudável e
harmônica em si mesma, com as pessoas, com o ambiente e com o
mundo como um
todo. É um crescimento evolutivo.
A essa vivência dramatizada, que se dá em um estado
alterado
de percepção damos o nome de regressão
terapêutica. É uma situação em que a
pessoa está atuando como ator
principal (vida atual) e coadjuvante (vidas passadas), ao mesmo tempo.
Revive a
cena, sentindo-a como se estivesse acontecendo no atual aqui/agora;
ao mesmo tempo, está sendo o protagonista das duas
situações, e, por estar em um estado alterado de
percepção, consegue unir as
vivências tiradas das lembranças de memórias do
passado que, trazidas pelos cordões-aka (elementos
de ligação entre os três
eus), provocam um novo vivenciar, que, modificado, devolve ao unihipili (subconsciente) por vias
ampliadas (cordões-aka modificados),
memórias reformuladas, que anulam ou modificam as anteriores,
libertando o
indivíduo das fixações (formas-pensamentos)
que eram prejudiciais, dando á pessoa a oportunidade de uma
verdadeira mudança.
As emoções são as condutoras energéticas
corporais (ação no corpo (kino), das
reações revividas durante
essas dramatizações, possibilitando por essa
circulação com um pensamento
dirigido, a mudança do conceito de julgamento, passando da
análise crítica para
a análise criativa e avaliação; posteriormente, do
pensar para o refletir,
harmonizando unihipili e uhane
(consciente), por intermédio do Aumakua
(superconsciente)memórias aprendidas,
responsável pela oportunidade que nos é dada por um novo
pensar, sentir e agir, possibilitando-nos passar de um
padrão
antigo ou atual, para um novo, base de qualquer mudança.
É um despertar no novo
aqui/agora surgido pela
transformação ou perda de valores. O que verdadeiramente
se chama de mudança ou
transformação é a reformulação ou
perda de conceitos, valores éticos e morais,
provocando mudanças nos padrões pela
reformulação e perda das memórias
aprendidas ou experienciais, principalmente das oriundas das
genéticas
programadas, responsáveis pelo aprendizado no sonho
básico de vida atual. Uma
nova forma de sentir, pensar, agir e sonhar surge pelas novas
descobertas. A
mudança é fruto de um novo pensar, que refaz os
padrões, que reorientam as
ações criando novos comportamentos, retirando de sua
memória genética
programada e aprendida, as situações que foram trazidas e
que, agora
experienciadas de forma diferente, vão desativar ou fazer
desaparecer cordões-aka que
transportavam lembranças que
provocavam as desarmonias, causadoras de doenças e
situações mentais
prejudiciais, surgindo novos cordões-aka,
ou acrescentando-se aos antigos, já modificados, novas formas de
transmissão
dos valores e padrões que conduzem a novos conhecimentos e
à compreensão, o que
traz a harmonia interior.
Tudo isso é possível, quando se crê que a vida
é um sonho
básico, no qual, podemos acrescentar outros sonhos,
até o ponto de termos
condições de mudar nosso sonhar, modificando o nosso
viver e adquirindo um novo
padrão de sonhar. O padrão genético programado que
trazemos está orientado no
sentido do pensar para sentir, o que resulta em analisar criticamente
as
situações surgidas possibilitando revê-las, mas
que, permanecendo os mesmos
conceitos e valores, os padrões não mudam, mas são
enriquecidos pelo aumento de
novos conhecimentos, mas sem haver mudanças na análise
das situações, o que
prejudica a evolução real dos espíritos; há
um crescimento espiritual, mas sem
uma evolução condizente com o desenvolvimento intelectual.
Simbolicamente estamos dizendo que, assim, está se preparando
um novo sonho básico, para uma outra vida, calcado no
acréscimo de
conhecimentos, sentimentos e vivências emocionais, dentro dos
mesmos padrões
que trouxemos; isso não é mudança, mas a soma de
novos pensamentos, idéias,
conhecimentos e desenvolvimento de valores, que farão crescer o
sonho básico de
vida que se possui atualmente; está-se assim, preparando a
próxima
reencarnação, quando se terá mais conhecimentos,
num carma reformulado; isso
nos torna espiritualmente mais ricos; é o crescimento espiritual
das doutrinas
religiosas. Tenderemos até para gênios, mas não
para seres evoluídos, as Crianças
de Tane (os seres que existem pela
vontade criadora do Deus manifesto).
Os padrões atuais, estruturados no aqui/agora
atendem ao sonho básico de vida e podem ser expressos na
seqüência: Pensar ®
analisar ®
sentir ®
agir
®
adquirir conhecimentos e memorizar. Para isso, a
interpretação é feita por
análise crítica, pesquisas e julgamentos tendentes a
acompanhar as doutrinas
religiosas, a tecnologia e a ciência clássica e
dogmática, seguindo os ditames
do intelecto, já condicionado aos fatores assinalados por
herança advinda da
genética programada.
A mudança de padrão requer uma
diferenciação do fator
espontaneidade, que é criativo quando a vontade é
direcionada para a inspiração que conduz
à intuição.
Intuição é um processo diferente; “é
uma percepção
subconsciente, que começa e termina na alma”; é a
linguagem simbólica que traz
a realidade para a imagem manifestada; abrange a situação
em sua totalidade,
desde o instante que surge a criatividade, até a
solução, que é a remodelação
da situação, reformulada num só e
instantâneo ato ou atitude, por ação
harmônica abrangendo os três eus. A experiência nos
mostra que, aos poucos,
vamos buscando nas memórias de nosso sonho básico de
vida, as imagens gravadas,
que serão conduzidas pelos cordões-aka
e transformadas em pensamentos advindos de um sentir harmonizado pela
ação do Aumakua que derrama suas
bênçãos,
modificando os padrões possuidores da experiência do aqui/agora, permitindo assim, penetrar no agora/aqui
e dele vivenciar as ações, num novo sonhar que
desenvolve um novo viver, por adquirir a análise criativa e uma
outra
avaliação.
Passamos do critério analítico crítico para o da
análise
criativa e da avaliação; da solução pelo
pensamento que tem como norma o
julgamento, para a solução pelo pensamento criativo e
posteriormente pela
reflexão, fruto da intuição, mãe da
compreensão, antítese do julgamento, irmã
do amor (Aloha – amar é ser feliz
com...).
A seqüência passa a ser: Sentir® pensar
criativamente® avaliar®
agir®
refletir® conhecer
criativamente® compreender® agir por amor® (Aloha); é
adquirir conhecimentos de maneira reformulada memorizando-os,
desativando
lembranças de fixações e fazendo desaparecer
memórias, que não mais têm razão
de permanecer nos futuros sonhos básicos de outras vidas. Assim,
vai-se reformulando
o sonho básico de vida atual pelas transformações
que sofre o intelecto, o que faz
jorrar com mais facilidade, para dentro da viagem da vida reformulada
pelos
novos padrões, as qualidades de um individuo diferente,
desenvolvendo e
evoluindo esse novo ser. O resultado é a possibilidade de se
começar a fazer a
reflexão paralela, retirando-se do conhecimento do sonho
básico de vida atual,
dados que nos permitirão viver num novo sonhar, um novo sentir,
um novo pensar
e um novo agir no aqui/agora,
crescendo em harmonia e tranqüilidade, após vencer os
desafios dos sete
princípios básicos do xamanismo havaiano, que faz parte
da Psicofilosofia Huna. Partimos
do primeiro deles, a ignorância com o sentido de nossa
visão não tem clareza.
Aos poucos vai clareando a visão interior e posteriormente,
criando
oportunidades para que sejam entendidos e compreendidos, para que se
viva na
compreensão e no compartilhar de Aloha,
tornando possível a comunicação e a
solução; isso pode acontecer através da Prece-Ação, que assim, se
torna uma realidade.
Por princípio, cremos que os padrões básicos, que
mantêm o
sonho básico, estão na memória genética
programada; em parte, como um
potencial, que pode surgir e desenvolver-se durante a viagem da vida.
Se a vida
é um sonho, essa é a oportunidade de se começar a
sonhar de maneira diferente,
desenvolvendo e liberando do padrão emergente, padrões
reformulados para um novo
viver, após nos livrarmos dos desafios.
Segundo Moreno, “uma situação revivida pela segunda
vez, com
intensidade emocional semelhante à primeira, modificará a
primeira mudando seus
efeitos”. Isso acontece no agora/aqui,
através do aqui/agora e terminada a
vivência, é o mais novo aqui/agora
memorizado, porém, reformulado pela situação
vivenciada, com conotações de novo
padrão; é uma ação libertadora.
Essa sucessão de ações nos dá a
noção de espaço/tempo
percebidos pelos sentidos físicos e pela sensibilidade mostrando
o presente,
que pode assim, ser modificado.
Em outras palavras, tempo e espaço não passam de
ilusão. Tudo
está no eterno que não pode ser visto, nem como
espaço, nem como tempo, mas
como o que é, e não, como o que existe.
São os ”Momentos”
(sem correlação com tempo e espaço) que
vivenciamos, que nos dão a alegria de
viver e a esperança do “Encontro”
da
imagem e semelhança divina, que há em nós.
Essa é a situação que se desenvolve no ser humano
e que a
psicofilosofia Huna chama de Aloha
(amar é compartilhar com...), o
quinto dos sete princípios básicos do xamanismo havaiano,
que só pode ser
compreendido pelos que despertaram em si mesmos, a
percepção intuitiva da vida,
esse grande sonho da realidade, que é Pono,
o sétimo princípio (a
eficácia é
a medida da verdade). Esta é a condição em que
atua o tecelão de sonhos o
xamã, o curador.
A partir do instante em que o ser humano passa a ser no seu
existir, começa a surgir
o homem ideal, o homem genial de
Moreno, o filho do Homem, citado
tantas vezes por Jesus, nos Evangelhos, o
Aumakua, o Eu
Superior do homem
trino, segundo nos ensina a Huna.
Exemplificando, tomaremos como paradigma a parábola da
figueira que secou:
“De manhã, ao voltar
para a cidade, teve fome. E vendo uma figueira à beira do
caminho, foi até ela,
mas nada encontrou, senão folhas”.
E disse à figueira:
“Nunca mais produzas fruto!” E a figueira secou no mesmo
instante. Os
discípulos, vendo isso, diziam, espantados: “Como assim, a
figueira secou de
repente?”
Jesus respondeu: “Em
verdade vos digo: Se tiverdes fé sem duvidar,
fareis não só o que
fiz com a figueira, mas até mesmo se disserdes a este monte:
”Ergue-te e
lança-te ao mar”, isso acontecerá. E tudo o que
pedirdes com fé, em oração,
vós o recebereis. (Texto extraído da Bíblia de
Jerusalém, página 90,
Evangelho segundo Mateus, capítulo 21, A
figueira é um sinal).
Jesus, o Aumakua em
essência, nos mostra sempre a fé, como fator primordial
para conseguirmos
realizar nossos sonhos.
Essa figueira era uma árvore frondosa e que de acordo com as
leis da natureza estava pronta para cumprir suas funções
determinadas
geneticamente pela sua espécie, dando frutos normalmente, nas
épocas certas.
Esse era o sonho básico de vida que estava traçado para
aquela árvore, se não
fosse a interferência de Jesus mostrando a seus
discípulos, seu poder de ação.
Assumiu uma posição de autoridade e com um pensamento
dirigido
sem dúvidas, transformado numa crença inabalável,
conseguiu mudar o destino da
figueira, por uma fé assumida, que é
dada àqueles que sabem o que fazem. O aqui/agora dessa
árvore começa na
semente, e, a partir daí, forma sua história que é
a trajetória de vida que
traz dentro de si, por todo o potencial dado geneticamente à sua
espécie;
estava delineado seu futuro, se não tivesse havido imprevistos
alheios à sua
situação de árvore, como aconteceu na passagem
evangélica.
Jesus fala à figueira e extrai dela toda sua vitalidade,
transformando-a num ser sem vida (como árvore), de maneira
instantânea, o que
foi um ato totalmente inusitado e incompreensível, por
não ter uma explicação
racional. A partir do instante em que ele formulou a prece para a
figueira,
trouxe do futuro próximo da árvore (agora/aqui), tudo o
que necessitava para a
ação que planejara através do pensamento,
transformado numa imagem da figueira
seca. Essa ação do pensamento dirigido para a imagem
criada, está ligada ao
agora/aqui da figueira, que recebeu sua ordem e obedeceu-o, secando-se
imediatamente, contrariando tudo o que seria natural e que estava
geneticamente
programado, demonstrando que podemos modificar nosso sonho
básico de vida,
quando aprendemos a sonhar, com os padrões dados pela fé
sem dúvida.
como se a figueira possuísse algo que desconhecemos,
além da
árvore em si, mas que Jesus sabia existir, e, por isso, podia
usar o seu poder
e autoridade para aquela ação; é a subjetividade
agindo para ações objetivas,
pela projeção, numa atitude de fé sem
dúvidas.
A esse conjunto de acontecimentos que se dão no instante em
que o aqui/agora e o agora/aqui atuam simultaneamente, numa
ação total,
fundindo-se para uma realização, é que se pode dar
o nome de Momento.
O passado e o futuro se fundem numa só e única
ação, dando em
termos de espaço e tempo, o presente, que é a
única condição perceptível como
verdade para os seres humanos.
Max Freedom Long delineou bem essa situação sintetizando
na Prece-Ação todas as possibilidades de
se executar qualquer ação, seja ela qual for, desde que
se consiga com um
pensamento dirigido, uma fé sem dúvida capaz de formar e
cristalizar a imagem
completa dos desejos que se transformam em ações e
realizações.
A fé não está ligada a
nenhum código de moral, ética ou doutrina religiosa, mas
é uma força natural
que pode atuar, seja no bom sentido ou não, mas que geralmente
atua, com ótimos
resultados; tudo depende da intenção, da
importância e de um conhecimento
profundo da capacidade de focalização de quem formulou o
pensamento
transformado em imagem cristalizada, por um uhane
direcionado.
A percepção alterada e a mudança de padrão,
como se disse acima,
é fator básico para a obtenção de
resultados satisfatórios na Prece-ação,
que depende essencialmente
da formulação (paulele).
Quando, a intenção projeta um pensamento dirigido sem
nenhuma
dúvida, o desejado está acontecendo no agora/aqui
e o fato está ocorrendo como imagem do aqui/agora.
A transformação interior, fruto da reflexão
é a meta de nossa
vida, mostrando pelas mudanças, uma vida saudável e
produtiva, quando as
realizações são frutos da atividade do Aumakua
no todo, colocando-nos na
longa e saudável estrada do Aloha, na
vivência de Pono.
Como vimos, as transformações internas é o
resultado de
vivências do cotidiano.
Palavras havaianas
usadas neste artigo pela ordem em que aparecimento:
Huna – Psicofilosofia
ensinada pelos mestres polinésios e principalmente pelos
havaianos do antigo
Havai’i; significa “conhecimento oculto”.
Ike – Primeiro
Princípio do xamanismo havaiano: “O mundo é o que
penso que ele é”.
Aumakua – Pai
ancestral infalível e bondoso; Eu Superior; a imagem e
semelhança divina em
nós. É um espírito independente que está
ligado a todos os seres da natureza.
Kahuna – Guardião
do Segredo; sacerdotes e mestres responsáveis pela
transmissão e conservação
dos ensinamentos secretos da Huna no Havaí.
Aka – Substância
que permeia o universo e da qual é formada toda
manifestação. Significa também
luz.
Cordões-aka – prolongamentos
do Unihipili responsáveis pela transmissão dos
pensamentos em forma de memórias
entre o uhane e o Aumakua e unihipili e uhane.
Unihipili – Espírito
responsável pelo armazenamento e conservação das
memórias; é subconsciente; tem
raciocínio dedutivo; existe em toda a natureza; produtor de mana
(energia vital
existente em todos os seres da natureza).
Uhane – o espírito
que fala. Responsável pela imaginação,
ideação e pensamentos. Está no corpo; é
o que ordena e toma decisões. Corresponde ao consciente da
psicologia. Depende
das memórias do unihipili para suas manifestações.
Kino – corpo
físico; modelo da imagem do unihipili.
Kino-aka – Corpo etéreo
de cada espírito.
Tane ou Kane – Deus
manifesto, o Deus que existe. Na Mitologia Havaiana, o organizador e
responsável pelo universo. Primeira das
manifestações divinas do Supremo Ser.
Crianças de Tane – Seres
criados a sua imagem e semelhança que habitam o universo no
invisível e em suas
manifestações.
Prece-Ação – Síntese
da psicofilosofia Huna em termos de oração, com a
participação dos três
espíritos do ser humano.
Aloha – Quinto
Princípio do xamanismo havaiano: “Amar é
compartilhar com...”.
Pono – Sétimo
Princípio do xamanismo havaiano: “A eficácia
é a medida da verdade”.
Paulele – Crença
sem dúvida criada por uma fé inabalável onde
não há duvidas.