Jacob Levy Moreno, o descobridor do Psicodrama e da sociometria, destaca as situações “aqui/agora e agora/aqui”, como sendo diferentes; assim, devemos avaliá-las, estudando-se cada uma em sua própria condição têmporo/espacial.
Revendo dados das teorias de Moreno, começamos a conjeturar sobre o assunto e concluímos ser sua interpretação condizente com a nossa verdade.
Partimos da premissa de que a velocidade é fator prioritário no desenvolvimento do conhecimento, e na evolução do ser humano em particular. As buscas para se conseguir uma velocidade cada vez maior é uma constante nos estudos e pesquisas, culminando com o prodígio de sair da Terra e terminando nos progressos da informática, que busca cada vez maior velocidade para seu desenvolvimento. É como se o homem lutasse contra o tempo, numa corrida para descobrir seu destino futuro, intuindo que, vencida essa barreira, tudo poderá se transformar.
Nossa memória trouxe da Física, lembranças que propiciaram pensar sobre as ligações entre velocidade, tempo e espaço, antigos conceitos que sempre fascinaram o ser humano e que contribuíram para o desenvolvimento tecnológico.
As equações relacionadas com esses três elementos sempre redundam em uma ação, conforme a maneira com que se aborda a aceleração.
Fazendo uma analogia, trocamos velocidade por ação, espaço por aqui e tempo por agora.
A velocidade pode ir do zero ao infinito tempo/espaço, dependendo da aceleração, correspondendo a ação à intensidade desses fatores.
O aqui/agora teve início num determinado espaço/tempo e a ação está acontecendo neste instante, com um ponto de partida no passado, quando iniciou essa ação.
Partindo da premissa que denominaremos de Ação Futura Próxima, uma ação que não acontece no aqui/agora, mas no agora/aqui, que nada mais é do que o futuro próximo, mas que também acontece neste instante, poderemos usar de um artifício que denominaremos de Velocidade Futura Próxima, chegando-se a uma condição diferente das anteriores, onde VFP provêm de uma inversão do espaço/tempo. Essa ação está ocorrendo no futuro, no mesmo instante das que acontecem no aqui/agora, mas está no agora/ aqui.
Acontecendo no mesmo instante deduz-se que velocidade e velocidade futura próxima são uma única ação, assim como também a ação futura próxima. Isso mostra que o espaço em que as ações acontecem é um só, para qualquer das situações apresentadas, assim como o tempo.
Se a Ação é igual à Ação Futura Próxima, espaço/tempo podem ter outra conotação em termos de acontecimento dos fatos; tal raciocínio nos leva a crer que espaço/tempo são duas condições que só existem porque nossa imaginação, ideação, raciocínio e pensamento são baseados no presente, espaço/tempo por nós percebido através dos cinco sentidos físicos e da sensibilidade em geral, fatores cujos resultados estão subordinados às decodificações cerebrais e às ações corporais nos seres vivos, em todos os gêneros da Natureza.

O conceito de realidade se modifica e o manifestado passa a ser uma imagem dessa realidade invisível; a ação concreta seria a imagem da realidade no aqui/agora.
Essas hipóteses só podem ser verdadeiras, se partirmos da premissa de que não pode haver ação sem movimento, portanto, sem velocidade. A resistência é fator preponderante para que se concretize uma ação. Sendo tudo relativo torna-se possível a manifestação pela ação; não havendo resistência, torna-se impossível a realização de qualquer ação no infinito.
Como a ação (que está acontecendo aqui/agora), é igual à Ação Futura Próxima (que também está acontecendo agora/aqui), o espaço onde estão é aqui e o tempo onde acontecem é agora.

Esta condição nos dá a possibilidade de que aconteça o que Moreno chamou de Momento, e, para o quê, não encontrou uma definição, mas achou que é o resultado da espontaneidade e da criatividade.

A Espontaneidade, outro conceito de Moreno, pode ser aqui substituída pela vontade; ela dá o impulso inicial, ativando as memórias que vão dar origem à imaginação, à ideação, um pensamento, um sentir ou a um novo sonho, que sendo focalizado com atenção intensa e firme propicia uma concentração única, transformando-se no aqui/agora, em uma fé assumida sem dúvida (paulele), surgindo uma nova crença, um novo sonhar num novo Ike (o mundo é o que você pensa que ele é).
Pela ação, essa condição transforma a nova crença numa verdade, surgindo simultaneamente a Criatividade que está no futuro próximo (do qual, faz parte o agora/aqui), mas que ao mesmo tempo está acontecendo aqui/agora; o resultado dessa situação é o que Moreno chamou de Momento (semelhante ao insight, satori, etc. de outras teorias). Dependendo de sua intensidade, pode-se chegar a uma realização interior, contemplação, individuação, etc. É o resultado das transformações profundas sofridas pelos indivíduos, quando há realmente mudanças. Com essa nova maneira de ser e sentir, com os pensamentos agora dirigidos sem dúvidas dá-se o Encontro (realização total, o reino dos céus em nós, o atuar natural do Aumakua), que é a transformação da estrutura psicofísica da pessoa, mudando seus valores e padrões possibilitando assim, o desenvolvimento e reformulação de seus papéis de maneira intensa e o surgimento de outros, que propiciam novos vínculos. Dá-se, então, a evolução com a auto-realização, transformando esse indivíduo em um outro, diferente do que era anteriormente.
Quando há uma ação máxima, em que o aqui é ilimitado e o agora é infinito, tem-se como resultado a não ação. Só existe ação, onde há uma resistência, uma aceleração e uma velocidade, o que se dá no relativo finito do tempo/espaço presente, como foi dito antes.
Quando o tudo e o todo estão totalmente integrados, não há meios de existir ação; é o não  espaço/tempo (o absoluto e o infinito); surge, então, o homem holístico que há dentro de cada um, a quem possivelmente, Moreno chamou de Homem Genial, o homem perfeito, que servirá de modelo nos estudos e pesquisas do ser humano futuro; é o Filho do Homem dos Evangelhos, já citado por Jesus, o Aumakua (Eu Superior, Superconsciente) dos kahunas; é a própria imagem e semelhança de Deus, conhecida dos mestres kahunas desde Mu, continente desaparecido há cerca de treze mil e quinhentos anos e que nos legou seus ensinamentos através dos modernos kahunas, principalmente os do Havaí.
O aqui/agora é o arquivo das lembranças das ações que vieram das experiências já vivenciadas, construindo o passado, que passa a ser as memórias, cuja soma total, constitui a “conserva cultural da humanidade”, sendo seu maior símbolo atualmente, o livro; contribui na formação e desenvolvimento de todos os papéis formando o futuro, podendo, no entanto, bloquear a Espontaneidade e a Criatividade estagnando o indivíduo, prisioneiro de seus conceitos e valores passados, acrescido pelas novas e atuais formas de se adquirir conhecimento, em se tratando da ciência oficial e da moderna tecnologia.
O agora/aqui está dentro da ação, mas indica o acontecimento no sentido da Ação Futura Próxima, mostrando o que está acontecendo simultaneamente e que será o próximo aqui/agora.
Nas dramatizações em psicoterapia, busca-se no aqui/agora, uma condição que faça o indivíduo vivenciar situações incômodas do seu passado, que o converte em pessoa inadaptada e, por vezes, inadequada ao meio, pela insuficiência e inexpressividade no desempenho de seus papéis. Por esse motivo, as ligações responsáveis pelas ações adequadas ao próprio indivíduo, e ao ambiente ficam impossibilitadas de ocorrerem por não estar os papéis suficientemente desenvolvidos para se vincularem e produzir boas ações, refletindo no comportamento da pessoa e no desenvolvimento do sonho básico de vida, de maneira inadequada. Isso impede que adquira novos padrões e sofra as mudanças para sua evolução.
Na dramatização, vivenciando-se no “como se”, somos capazes de novamente perceber o acontecido e emocionalmente senti-lo, como se os fatos estivessem se repetindo, e, dependendo da intensidade com que se vive as situações, pode-se reformular pensamentos, sentimentos e conseqüentemente as memórias, provocando mudanças que nos dão novas perspectivas e possibilidades de uma vida saudável e harmônica em si mesma, com as pessoas, com o ambiente e com o mundo como um todo. É um crescimento evolutivo.
A essa vivência dramatizada, que se dá em um estado alterado de percepção damos o nome de regressão terapêutica. É uma situação em que a pessoa está atuando como ator principal (vida atual) e coadjuvante (vidas passadas), ao mesmo tempo. Revive a cena, sentindo-a como se estivesse acontecendo no atual aqui/agora; ao mesmo tempo, está sendo o protagonista das duas situações, e, por estar em um estado alterado de percepção, consegue unir as vivências tiradas das lembranças de memórias do passado que, trazidas pelos cordões-aka (elementos de ligação entre os três eus), provocam um novo vivenciar, que, modificado, devolve ao unihipili (subconsciente) por vias ampliadas (cordões-aka modificados), memórias reformuladas, que anulam ou modificam as anteriores, libertando o indivíduo das fixações (formas-pensamentos) que eram prejudiciais, dando á pessoa a oportunidade de uma verdadeira mudança. As emoções são as condutoras energéticas corporais (ação no corpo (kino), das reações revividas durante essas dramatizações, possibilitando por essa circulação com um pensamento dirigido, a mudança do conceito de julgamento, passando da análise crítica para a análise criativa e avaliação; posteriormente, do pensar para o refletir, harmonizando unihipili e uhane (consciente), por intermédio do Aumakua (superconsciente)memórias aprendidas, responsável pela oportunidade que nos é dada por um novo pensar, sentir e agir, possibilitando-nos passar de um padrão antigo ou atual, para um novo, base de qualquer mudança. É um despertar no novo aqui/agora surgido pela transformação ou perda de valores. O que verdadeiramente se chama de mudança ou transformação é a reformulação ou perda de conceitos, valores éticos e morais, provocando mudanças nos padrões pela reformulação e perda das memórias aprendidas ou experienciais, principalmente das oriundas das genéticas programadas, responsáveis pelo aprendizado no sonho básico de vida atual. Uma nova forma de sentir, pensar, agir e sonhar surge pelas novas descobertas. A mudança é fruto de um novo pensar, que refaz os padrões, que reorientam as ações criando novos comportamentos, retirando de sua memória genética programada e aprendida, as situações que foram trazidas e que, agora experienciadas de forma diferente, vão desativar ou fazer desaparecer cordões-aka que transportavam lembranças que provocavam as desarmonias, causadoras de doenças e situações mentais prejudiciais, surgindo novos cordões-aka, ou acrescentando-se aos antigos, já modificados, novas formas de transmissão dos valores e padrões que conduzem a novos conhecimentos e à compreensão, o que traz a harmonia interior.
Tudo isso é possível, quando se crê que a vida é um sonho básico, no qual, podemos acrescentar outros sonhos, até o ponto de termos condições de mudar nosso sonhar, modificando o nosso viver e adquirindo um novo padrão de sonhar. O padrão genético programado que trazemos está orientado no sentido do pensar para sentir, o que resulta em analisar criticamente as situações surgidas possibilitando revê-las, mas que, permanecendo os mesmos conceitos e valores, os padrões não mudam, mas são enriquecidos pelo aumento de novos conhecimentos, mas sem haver mudanças na análise das situações, o que prejudica a evolução real dos espíritos; há um crescimento espiritual, mas sem uma evolução condizente com o desenvolvimento intelectual.
Simbolicamente estamos dizendo que, assim, está se preparando um novo sonho básico, para uma outra vida, calcado no acréscimo de conhecimentos, sentimentos e vivências emocionais, dentro dos mesmos padrões que trouxemos; isso não é mudança, mas a soma de novos pensamentos, idéias, conhecimentos e desenvolvimento de valores, que farão crescer o sonho básico de vida que se possui atualmente; está-se assim, preparando a próxima reencarnação, quando se terá mais conhecimentos, num carma reformulado; isso nos torna espiritualmente mais ricos; é o crescimento espiritual das doutrinas religiosas. Tenderemos até para gênios, mas não para seres evoluídos, as Crianças de Tane (os seres que existem pela vontade criadora do Deus manifesto).
Os padrões atuais, estruturados no aqui/agora atendem ao sonho básico de vida e podem ser expressos na seqüência: Pensar ® analisar ® sentir ® agir ® adquirir conhecimentos e memorizar. Para isso, a interpretação é feita por análise crítica, pesquisas e julgamentos tendentes a acompanhar as doutrinas religiosas, a tecnologia e a ciência clássica e dogmática, seguindo os ditames do intelecto, já condicionado aos fatores assinalados por herança advinda da genética programada.
A mudança de padrão requer uma diferenciação do fator espontaneidade, que é criativo quando a vontade é direcionada para a inspiração que conduz à intuição.
Intuição é um processo diferente; “é uma percepção subconsciente, que começa e termina na alma”; é a linguagem simbólica que traz a realidade para a imagem manifestada; abrange a situação em sua totalidade, desde o instante que surge a criatividade, até a solução, que é a remodelação da situação, reformulada num só e instantâneo ato ou atitude, por ação harmônica abrangendo os três eus. A experiência nos mostra que, aos poucos, vamos buscando nas memórias de nosso sonho básico de vida, as imagens gravadas, que serão conduzidas pelos cordões-aka e transformadas em pensamentos advindos de um sentir harmonizado pela ação do Aumakua que derrama suas bênçãos, modificando os padrões possuidores da experiência do aqui/agora, permitindo assim, penetrar no agora/aqui e dele vivenciar as ações, num novo sonhar que desenvolve um novo viver, por adquirir a análise criativa e uma outra avaliação.
Passamos do critério analítico crítico para o da análise criativa e da avaliação; da solução pelo pensamento que tem como norma o julgamento, para a solução pelo pensamento criativo e posteriormente pela reflexão, fruto da intuição, mãe da compreensão, antítese do julgamento, irmã do amor (Aloha – amar é ser feliz com...).
A seqüência passa a ser: Sentir® pensar criativamente® avaliar®  agir®  refletir® conhecer criativamente® compreender® agir por amor® (Aloha); é adquirir conhecimentos de maneira reformulada memorizando-os, desativando lembranças de fixações e fazendo desaparecer memórias, que não mais têm razão de permanecer nos futuros sonhos básicos de outras vidas. Assim, vai-se reformulando o sonho básico de vida atual pelas transformações que sofre o intelecto, o que faz jorrar com mais facilidade, para dentro da viagem da vida reformulada pelos novos padrões, as qualidades de um individuo diferente, desenvolvendo e evoluindo esse novo ser. O resultado é a possibilidade de se começar a fazer a reflexão paralela, retirando-se do conhecimento do sonho básico de vida atual, dados que nos permitirão viver num novo sonhar, um novo sentir, um novo pensar e um novo agir no aqui/agora, crescendo em harmonia e tranqüilidade, após vencer os desafios dos sete princípios básicos do xamanismo havaiano, que faz parte da Psicofilosofia Huna. Partimos do primeiro deles, a ignorância com o sentido de nossa visão não tem clareza. Aos poucos vai clareando a visão interior e posteriormente, criando oportunidades para que sejam entendidos e compreendidos, para que se viva na compreensão e no compartilhar de Aloha, tornando possível a comunicação e a solução; isso pode acontecer através da Prece-Ação, que assim, se torna uma realidade.
Por princípio, cremos que os padrões básicos, que mantêm o sonho básico, estão na memória genética programada; em parte, como um potencial, que pode surgir e desenvolver-se durante a viagem da vida. Se a vida é um sonho, essa é a oportunidade de se começar a sonhar de maneira diferente, desenvolvendo e liberando do padrão emergente, padrões reformulados para um novo viver, após nos livrarmos dos desafios.
Segundo Moreno, “uma situação revivida pela segunda vez, com intensidade emocional semelhante à primeira, modificará a primeira mudando seus efeitos”. Isso acontece no agora/aqui, através do aqui/agora e terminada a vivência, é o mais novo aqui/agora memorizado, porém, reformulado pela situação vivenciada, com conotações de novo padrão; é uma ação libertadora.
Essa sucessão de ações nos dá a noção de espaço/tempo percebidos pelos sentidos físicos e pela sensibilidade mostrando o presente, que pode assim, ser modificado.
Em outras palavras, tempo e espaço não passam de ilusão. Tudo está no eterno que não pode ser visto, nem como espaço, nem como tempo, mas como o que é, e não, como o que existe.
São os ”Momentos” (sem correlação com tempo e espaço) que vivenciamos, que nos dão a alegria de viver e a esperança do “Encontro” da imagem e semelhança divina, que há em nós.
Essa é a situação que se desenvolve no ser humano e que a psicofilosofia Huna chama de Aloha (amar é compartilhar com...), o quinto dos sete princípios básicos do xamanismo havaiano, que só pode ser compreendido pelos que despertaram em si mesmos, a percepção intuitiva da vida, esse grande sonho da realidade, que é Pono, o sétimo princípio (a eficácia é a medida da verdade). Esta é a condição em que atua o tecelão de sonhos  o xamã, o curador.
A partir do instante em que o ser humano passa a ser no seu existir, começa a surgir o homem ideal, o homem genial de Moreno, o filho do Homem, citado tantas vezes por Jesus, nos Evangelhos, o Aumakua, o Eu Superior do homem trino, segundo nos ensina a Huna.
Exemplificando, tomaremos como paradigma a parábola da figueira que secou:
“De manhã, ao voltar para a cidade, teve fome. E vendo uma figueira à beira do caminho, foi até ela, mas nada encontrou, senão folhas”.
E disse à figueira: “Nunca mais produzas fruto!” E a figueira secou no mesmo instante. Os discípulos, vendo isso, diziam, espantados: “Como assim, a figueira secou de repente?”
Jesus respondeu: “Em verdade vos digo: Se tiverdes fé sem duvidar, fareis não só o que fiz com a figueira, mas até mesmo se disserdes a este monte: ”Ergue-te e lança-te ao mar”, isso acontecerá. E tudo o que pedirdes com fé, em oração, vós o recebereis. (
Texto extraído da Bíblia de Jerusalém, página 90, Evangelho segundo Mateus, capítulo 21, A figueira é um sinal).
Jesus, o Aumakua em essência, nos mostra sempre a fé, como fator primordial para conseguirmos realizar nossos sonhos.
Essa figueira era uma árvore frondosa e que de acordo com as leis da natureza estava pronta para cumprir suas funções determinadas geneticamente pela sua espécie, dando frutos normalmente, nas épocas certas. Esse era o sonho básico de vida que estava traçado para aquela árvore, se não fosse a interferência de Jesus mostrando a seus discípulos, seu poder de ação.
Assumiu uma posição de autoridade e com um pensamento dirigido sem dúvidas, transformado numa crença inabalável, conseguiu mudar o destino da figueira, por uma fé assumida, que é dada àqueles que sabem o que fazem. O aqui/agora dessa árvore começa na semente, e, a partir daí, forma sua história que é a trajetória de vida que traz dentro de si, por todo o potencial dado geneticamente à sua espécie; estava delineado seu futuro, se não tivesse havido imprevistos alheios à sua situação de árvore, como aconteceu na passagem evangélica.
Jesus fala à figueira e extrai dela toda sua vitalidade, transformando-a num ser sem vida (como árvore), de maneira instantânea, o que foi um ato totalmente inusitado e incompreensível, por não ter uma explicação racional. A partir do instante em que ele formulou a prece para a figueira, trouxe do futuro próximo da árvore (agora/aqui), tudo o que necessitava para a ação que planejara através do pensamento, transformado numa imagem da figueira seca. Essa ação do pensamento dirigido para a imagem criada, está ligada ao agora/aqui da figueira, que recebeu sua ordem e obedeceu-o, secando-se imediatamente, contrariando tudo o que seria natural e que estava geneticamente programado, demonstrando que podemos modificar nosso sonho básico de vida, quando aprendemos a sonhar, com os padrões dados pela fé sem dúvida.
 como se a figueira possuísse algo que desconhecemos, além da árvore em si, mas que Jesus sabia existir, e, por isso, podia usar o seu poder e autoridade para aquela ação; é a subjetividade agindo para ações objetivas, pela projeção, numa atitude de fé sem dúvidas.
A esse conjunto de acontecimentos que se dão no instante em que o aqui/agora e o agora/aqui atuam simultaneamente, numa ação total, fundindo-se para uma realização, é que se pode dar o nome de Momento.
O passado e o futuro se fundem numa só e única ação, dando em termos de espaço e tempo, o presente, que é a única condição perceptível como verdade para os seres humanos.
Max Freedom Long delineou bem essa situação sintetizando na Prece-Ação todas as possibilidades de se executar qualquer ação, seja ela qual for, desde que se consiga com um pensamento dirigido, uma fé sem dúvida capaz de formar e cristalizar a imagem completa dos desejos que se transformam em ações e realizações.
 A fé não está ligada a nenhum código de moral, ética ou doutrina religiosa, mas é uma força natural que pode atuar, seja no bom sentido ou não, mas que geralmente atua, com ótimos resultados; tudo depende da intenção, da importância e de um conhecimento profundo da capacidade de focalização de quem formulou o pensamento transformado em imagem cristalizada, por um uhane direcionado.
A percepção alterada e a mudança de padrão, como se disse acima, é fator básico para a obtenção de resultados satisfatórios na Prece-ação, que depende essencialmente da formulação (paulele).
Quando, a intenção projeta um pensamento dirigido sem nenhuma dúvida, o desejado está acontecendo no agora/aqui e o fato está ocorrendo como imagem do aqui/agora.
A transformação interior, fruto da reflexão é a meta de nossa vida, mostrando pelas mudanças, uma vida saudável e produtiva, quando as realizações são frutos da atividade do Aumakua no todo, colocando-nos na longa e saudável estrada do Aloha, na vivência de Pono.
Como vimos, as transformações internas é o resultado de vivências do cotidiano.
Palavras havaianas usadas neste artigo pela ordem em que aparecimento:
Huna –
Psicofilosofia ensinada pelos mestres polinésios e principalmente pelos havaianos do antigo Havai’i; significa “conhecimento oculto”.
Ike – Primeiro Princípio do xamanismo havaiano: “O mundo é o que penso que ele é”.
Aumakua – Pai ancestral infalível e bondoso; Eu Superior; a imagem e semelhança divina em nós. É um espírito independente que está ligado a todos os seres da natureza.
Kahuna – Guardião do Segredo; sacerdotes e mestres responsáveis pela transmissão e conservação dos ensinamentos secretos da Huna no Havaí.
Aka – Substância que permeia o universo e da qual é formada toda manifestação. Significa também luz.
Cordões-aka – prolongamentos do Unihipili responsáveis pela transmissão dos pensamentos em forma de memórias entre o uhane e o Aumakua e unihipili e uhane.
Unihipili – Espírito responsável pelo armazenamento e conservação das memórias; é subconsciente; tem raciocínio dedutivo; existe em toda a natureza; produtor de mana (energia vital existente em todos os seres da natureza).
Uhane – o espírito que fala. Responsável pela imaginação, ideação e pensamentos. Está no corpo; é o que ordena e toma decisões. Corresponde ao consciente da psicologia. Depende das memórias do unihipili para suas manifestações.
Kino – corpo físico; modelo da imagem do unihipili.
Kino-aka – Corpo etéreo de cada espírito.
Tane ou Kane – Deus manifesto, o Deus que existe. Na Mitologia Havaiana, o organizador e responsável pelo universo. Primeira das manifestações divinas do Supremo Ser.
Crianças de Tane – Seres criados a sua imagem e semelhança que habitam o universo no invisível e em suas manifestações.
Prece-Ação – Síntese da psicofilosofia Huna em termos de oração, com a participação dos três espíritos do ser humano.
Aloha – Quinto Princípio do xamanismo havaiano: “Amar é compartilhar com...”.
Pono – Sétimo Princípio do xamanismo havaiano: “A eficácia é a medida da verdade”.
Paulele – Crença sem dúvida criada por uma fé inabalável onde não há duvidas.

Sebastião de Melo



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