Aumakua e Tane

 

O Cristo é Tane

Jesus, o Cristo é Aumakua

 

A Mitologia Havaiana fala sobre as “crianças de Tane”, como sendo criações moldadas por Tane e lançadas no mar “Vermelho de Tane” em conchas peroladas e ainda com os olhos fechados, para serem conduzidas aos mundos espirituais. Permanecem por tempos no reino de Papa e Vatea, onde são preparadas para as experiências em Ao. Ai, sofrem mudanças recebendo seus kino-akas, adquirindo a individualidade como imagem manifestada, ficando sujeitas ao ciclo de vida e morte. O sustentáculo das crianças de Tane é aumakua, a essência espiritual, o Eu Superior, possuidor da consciência global e orientação para o desenvolvimento, crescimento e evolução do ser manifestado; é o pai ou ancestral infalível. Dele, originam dois outros espíritos, um, responsável pela gravação e manutenção das experiências e o outro, que, pelas percepções, cria e envia o resultado dessas percepções para serem gravadas (unihipili e uhane). Assim está criada a alma. A partir daí, formam-se as marcas mnêmicas que contribuirão para o desenvolvimento, crescimento e evolução dos seres humanos nos futuros sonhos básicos de vida nas reencarnações sucessivas, até que se liberte do ciclo de vida e morte.

 O responsável pelas memórias e o prazer, que nos períodos de manifestação produz mana, distribuindo-a ao uhane e quando necessário ao aumakua e ao corpo; pelos vários significados desta palavra é chamado de unihipili ou eu básico. O responsável pelas percepções, como imaginação, ideação e pensamento, o que ordena e decide recebeu o nome de uhane, pelos significados da palavra.

Aumakua ou Eu Superior é o criado à imagem e semelhança de Tane; é manifestado como o ancestral, o pai infalível; ele nos acompanha no ciclo reencarnatório, até atingirmos a condição de ser trino, o ser perfeito, a imagem e semelhança de Tane. .

O homem como aumakua, pode chegar até Tane e através Dele, ao Pai (Eri Eri), essência no Supremo, mas de maneira diferente do Cristo. Ele, sendo filho e Deus manifestado, percebe o Supremo (Teave) na sua própria essência (Eri Eri) que está em Teave e nós, criados à sua imagem e semelhança, “crianças de Tane”, O percebemos por meio do Filho (Tane). Disse Jesus: Eu (Tane) e o Pai (Eri Eri) somos Um, assim como vocês e Eu (Tane) poderemos ser Um (Homem trino).

Aumakua regressa como ser criado à imagem e semelhança (alma) e o Cristo, como filho divino, o Verbo que se fez carne; é o Deus Tane da Mitologia Havaiana.

Aumakua chega pela experiência das vivências, através das várias reencarnações, às várias moradas da Casa do Pai (Po Espiritual da Terra e Po espiritual (Papa e Vatea).

Jesus, encarnado como puro aumakua em sua essência, não foi procriado e ressuscitou como Tane, saindo do Po da Terra para o Tahiti (reino celestial, morada dos deuses), de onde veio, perdendo assim sua situação anterior de temporalidade, como Jesus. Jesus possui a sabedoria do Filho do Pai (Tane) e por ser uma divindade que se fez carne está livre das experiências reencarnatórias naturais ao ser humano.

Ele é o Filho dileto do Pai, é Tane; as criaturas humanas como (aumakua), são manifestações do Filho do Pai, criados à sua imagem e semelhança.

Ele é o “Filho do Homem” sob forma direta e divina; os seres humanos poderão chegar a filhos do Homem indiretamente, através do Filho do Pai (só através de Mim se vai ao Pai. Eu sou o caminho, a verdade e a vida). Só através Dele quando evoluídos, viveremos como aumakua.

Os filhos do Homem, o ser trino, como imagem e semelhança serão de uma nova espécie - -“Homo-Hominis”- , transmudada ou clonada do “Homo-sapiens”, quando houver condições evolutivas para tal.

Na situação espiritual de ‘Homo-Hominis”, o aumakua está desperto e presente em sua totalidade no ser humano já redivivo, mas no início de sua evolução, ainda na condição corporal de “Homo-sapiens“.

É essa transmutação de uma espécie para outra, advinda das experiências reencarnatórias sucessivas, nos vários tempos, que transforma o ser humano em filhos do Homem, como imagem e semelhança do Filho do Pai, (crianças de Tane) repletas de experiências, de volta ao Tahiti, seu lar celestial, navegando pelo “Mar Vermelho de Tane”, após viajar pelo “Pacífico Sul”, no Po espiritual da Terra, reino de Tanaroa, que os guarda a pedido de Tane.

Não entendemos Jesus como o grande kahuna, mas como o Aumakua em sua perfeição que se fez carne e habitou entre nós.

Suas lições estão repletas de ensinamentos da Psicofilosofia Huna trazida pelo povo de Mu, o continente que existiu no Oceano Pacífico e que submergiu por volta de treze mil e quinhentos anos atrás[1].

Jesus deixou em sua mensagem evangélica a inovação do “ama a seu próximo como a si mesmo” que é na Huna o estado de Aloha, o amor verdadeiro que transforma o homem num ser feliz, por compartilhar com o todo (teia-aka) a condição de saber o que é realmente amar. 

 

Sebastião de Melo

 

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[1] Citação deJames Churchward em seu livro “ O Continente Perdido de Mu.