Padrões  e  seu  Desenvolvimento

A psicofilosofia Huna é o método de ensino que desenvolve as verdades ensinadas pelos mestres kahunas através dos tempos, desde as remotas épocas do continente de Mu.

Transmitida oralmente de geração para geração, mostra conceitos diferentes e desconhecidas das várias correntes da psicologia tida como ramo da ciência. Filosoficamente, os critérios do pensar não se identificam com os aprendidos na cultura ocidental, ao se adquirir conhecimentos em geral.

No desenvolvimento do indivíduo, a personalidade é formada pelos padrões vindos da “conserva cultural”; estão contidos na memória genética programada (propriedade do unihipili), que se manifestam pelo aprendizado, na vivência das experiências do cotidiano. Formam assim, a memória aprendida que será acrescida à memória genética programada do unihipili.

 A soma dessas memórias traça a conduta no desenrolar da vida, geralmente sem se ter percepção total do que realmente está acontecendo pelas atitudes e ações. Somente o uhane, pela imaginação, ideação, pensamentos e palavra é capaz de perceber e formular novos critérios, usando as memórias fornecidas pelo unihipili; assim, os dois sob a proteção de aumakua marcam a trajetória do “sonho básico de vida” (um dos critérios Huna para definir vida).

Deve-se estar sempre atento ao desenvolvimento e crescimento do sonho básico de vida pela reformulação das memórias. Estas acontecem quando prevalecem as ações que dinamizam os padrões herdados da “conserva cultural” adquirida nas diversas vidas anteriores, fornecidas pelas marcas mnêmicas, geradoras das memórias genéticas programadas no preparo do sonho básico de vida em Po.

A ilusão dada pelos conceitos puramente intelectuais, manifesta-se nas várias maneiras existentes de se adquirir conhecimento e impede a mudança dos padrões antigos vigentes trazidos para a vivência do aqui/agora, apesar de todo o desenvolvimento tecnológico, científico e de religiosidade existentes. Isso contribui para um crescimento espiritual baseado nos mesmos padrões do sonho básico, mas não contribui para a evolução do espírito, o que acontece nas mudanças reais.

Nossa percepção está limitada à sensibilidade dos sentidos corporais, que nada mais é do que a maneira do uhane captar as imagens manifestadas no ambiente, desenvolvendo o sonho básico de vida, apanágio da memória genética programada, propiciadora das memórias aprendidas.

São imagens que refletem a realidade que é invisível. Essa realidade, somente é percebida por aqueles que mudaram seus padrões, como resultado de alterações dos valores, levando à aquisição de novos paradigmas, que dão outras formas de se adquirir conhecimentos, possibilitando a diferenciação entre imagem e realidade.

Essa é uma propriedade daqueles que, com novos “pensares”, modificam a dinâmica das sociedades, transformando os padrões culturais e então, a humanidade evolui. Fala-se muito de inconsciente, mas não lhe é dado o real valor de sua atuação nos pensamentos e ações.

É o intelecto, o responsável pela produção das manifestações em geral, desde a imaginação, ideações, pensamentos, fatos, pesquisas científicas e outras. No entanto, nunca se atribui ao intelecto (uhane) uma condição que lhe é peculiar e constante e que conduz muitas vezes a resultados diferentes dos desejados; ele é dispersivo por estar voltado para o exterior, prejudicando uma focalização mais profunda na busca do ser interior como um todo. Fica preso às condições externas ambientais, como as sociais, culturais e científicas. O resultado depende de mudanças na percepção do uhane.

Em termos Huna estamos falando de uhane, unihipili e aumakua, os três aspectos ou espíritos que formam juntamente com o corpo físico (kino), o ser que atua, desenvolve e cresce, evoluindo rumo a Deus (Tane), o Pai que está nos céus (Reva) e em tudo (Teia-Aka). Essa é a razão da existência do ser humano.

Partimos de uma definição diferente de vida: “Vida é uma sucessão de mortes, até que não se renasça mais”, quando termina o ciclo do nascer e morrer. Resumindo, pode-se dizer que a “vida é um sonho básico” estruturado antes do nascer, e cuja razão de existir é o crescimento e amadurecimento, que contribui para a aquisição de novos sonhos dentro dos padrões trazidos na memória genética programada e pela formação das memórias aprendidas nas experiências. O indivíduo é então conduzido ao crescimento e à evolução espiritual, atingindo o estado de aumakua, pela mudança de padrões em um novo nível (B).

Após passar pela análise critica, as memórias podem ser reformuladas conduzindo-nos primeiramente a nós mesmos, para depois, mais tarde, após uma mesclagem de novos meios de percepção, chegar-se à individuação (auto-realização pela análise). Mudam-se  pensamentos e ações e reformula-se ou perde-se memórias antigas adquirindo novas.

Assim, começa-se a vislumbrar novas formas de viver dentro dessa grande rede que é a humanidade, parte do todo (Teia-Aka). Surge então, uma nova maneira de analisar; é a análise criativa, que conduz ao abandono da análise crítica.

No desenvolvimento, a grande ilusão é adquirir novos conhecimentos que vão sendo memorizados, mas sem mudanças da percepção e dos valores. Isso impede que se vislumbre o surgimento de novas idéias que fazem aparecer novos pensamentos questionadores, criando a possibilidade da formação de novos padrões. 

O grande empecilho está no uhane (consciente), e não no unihipili (subconsciente) que só registra as sensações, pensamentos, sentimentos e conceitos fornecidos pelo uhane transformando-os em memórias. O unihipili somente devolve ao uhane sob forma de lembranças, o conteúdo de suas memórias, que propiciam os pensamentos das ações antigas e a formação das novas.

Assim, somos conduzidos pelas emoções criadas no aqui/agora, ficando impregnados de conhecimentos e formas-pensamentos de fixação que só aumentam a intelectualização, conservando, no entanto, os antigos valores e padrões. Não somos contra o pensamento racional e muito menos contra a intelectualização, mas nosso alerta é no sentido de que eles devem ser nosso servidor e não o nosso senhor e condutor.

A Psicofilosofia Huna define  a vida atual como: “vida é um sonho básico”, conforme vimos anteriormente. Ao nascermos, saímos da vida fetal pela morte do feto, que chegou à velhice; pelo nascimento, o nascituro vai desenvolvendo o sonho básico de vida, sendo sustentado pela estrutura genética programada. 

Ela é responsável direta pela manutenção da espécie e do ser em especial, por seus instintos como animal e por uma programação espiritual, própria de cada um, o que nos leva à conclusão de que deve ser e estar no DNA, toda a programação desse sonho básico de vida. Ele sofre transformações de acordo com o nível de crescimento e evolução de cada indivíduo, o que propicia em outras reencarnações, novos DNAs.

Traz suas características impressas na memória genética programada, base do aprendizado, que contribui para a formação da memória experiencial ou aprendida, estando tudo na dependência do corpo (kino), onde estão guardadas as características do DNA, criado pelas memórias genéticas programadas. Elas trazem também as potencialidades que permitem as transformações e as mudanças, de acordo com o crescimento ou evolução de cada ser e da espécie em geral. Cremos que o DNA não só traz as situações físicas do ser, como também as características espirituais com as possíveis mudanças do sonho básico, propiciando um crescimento e uma possível evolução do ser.

Quando falamos de genética programada, não estamos nos referindo ao que herdamos dos pais e parentes, mas de como foi preparada pelo próprio indivíduo em Po, através das marcas mnêmicas. Inclui-se ai, toda a rede sociométrica, o aspecto corporal, formando desse modo o sonho básico de vida. O fruto dessa viagem da vida será a base para a preparação de sua próxima reencarnação, e visará modificações desse sonho básico vivenciado, quando as ações experienciadas em toda a trajetória da vida anterior foram realizadas.

As ações acontecem nos ambientes em que se vive, formando seu “lócus” e sua rede sociométrica, parte dessa enorme rede infinita, (Teia-Aka). Os pontos mais próximos dessa teia onde se desenvolve o indivíduo sofrem reações, que facultam o desenvolvimento do que está latente na memória genética programada de cada ser.

Isso se dá através dos cordões-aka ativados pela genética programada individual e da rede sociométrica, que atua inconscientemente por reflexos ou estímulos, desencadeando primeiramente as ações próprias da fisiologia de cada ser, obedecendo às leis da mesma e da rede sociométrica.

 A fisiologia é desenvolvida no corpo que lhe dá uma estrutura celular, representada pelo sonho básico de vida de cada um; é dinamizada pelos músculos lisos e constitui as funções instintivas e orgânicas próprias de todo animal, e, no caso, a do homem, de acordo com suas necessidades de crescimento e evolução, obedecendo as características individuais gravadas no DNA.

No desenvolvimento das figuras geométricas, usaremos livremente o conhecimento sobre diversos assuntos e teorias, na crença de que elas são vislumbres da psicofilosofia Huna, captados por pioneiros encarregados de preparar o caminho futuro, desse antigo e fabuloso conhecimento.

A divisão em Padrão A e A1/A (Nível 1) e Padrão B (Nível 2), torna mais compreensível o assunto, ficando mais fácil seu aprendizado.

Como vimos, podemos entender esses mistérios de uma nova maneira, com pensamentos mais simples, e, assim, continuar a vivenciar e desenvolver ações nos três padrões, conforme a evolução de cada um, estando bem definidos e caracterizados em Huna: pelo conhecimento que se tem do unihipili (Padrões A, A1/A e B), através de sua memória, do uhane (Padrão A, A1/A e B) pela percepção e do aumakua (Padrão A, A1/A e B) através da intuição, que é a percepção divina, propriedade das “Crianças de Tane”.

Ao se atingir o Padrão B, o ser humano está praticamente desligado dos antigos padrões e do sonho básico, que inserido no Padrão A serve como simples referencial, para se manter corporalmente no aqui/agora e ajudar os que estão na vivência dos Padrões A e A1/A. Há uma compreensão maior e o relacionamento é compartilhado, por viver em estado de Aloha.

A vivência nesses dois primeiros padrões, ligada à ação e aos pensamentos analíticos, aos poucos  transforma o sentido de apego e posse, até que desapareçam e o ser se torne realmente um “transeunte”. É a condição ideal do homem, quando o sonhar dos novos sonhos está interligado à rede sociométrica, e, o sonhar maior vem da Teia-Aka, engrandecida pelo vislumbre da compreensão do compartilhar em Aloha.

A seguir, usaremos um esquema formado por figuras geométricas com exemplos ligados à informática. Os triângulos contêm conceitos que devem ser desenvolvidos em cada fase do sonho básico na viagem da vida e serão comentados.

 

Como preâmbulo dos comentários do conteúdo dos triângulos, recapitulemos alguns tópicos dados acima como: A Psicofilosofia Huna, define vida como sendo um sonho. Relembremos que ao nascer, temos um sonho básico de vida, sustentado por uma estrutura genética programada, responsável direta pela manutenção da espécie e do ser em especial; traz suas características impressas na memória genética programada estruturada em Po; é base do aprendizado, para a formação da futura memória experiencial ou aprendida.

Ambas são corporais; a genética programada é celular (essencialmente músculos lisos); inicia suas funções na concepção, e, a partir da formação do embrião, pela anatomofisiologia embrionária e seqüencialmente até o final da fase fetal. Terminado o ciclo da vida fetal, quando o feto atinge sua velhice, o ser está preparado para um novo ciclo diferente de vida, o que mostra ser a morte a porta de entrada para os nascimentos, originando novos “viveres”, sendo parte integrante da vida.

Após o nascimento, é a anatomofisiologia, através das funções orgânicas próprias da espécie, o guia iniciador do aprendizado. As memórias aprendidas formam-se corporalmente com o desenvolvimento muscular e amadurecimento dos Sistemas Nervosos. Desse modo, inicia e desenvolve esse grande arquivo que abrange todos os setores de atividade, seja física ou mental, situações concretizadas ou não, mas vivenciadas com as sensações e emoções sentidas por estímulos intensos.

Desenvolve-se a memória genética programada com a anatomofisiologia e formam-se as uvas e os cachos de uvas (símbolo Huna para memória) nas camadas musculares, onde o uhane busca nas lembranças o desenvolvimento da percepção, ideações, imaginação, palavra e pensamentos, contribuindo com as ações corporais. A identificação de cada individuo é caracterizada pelo DNA.

No primeiro triângulo, a Tese - Morte fetal, necessita de uma Antítese - Nascimento, formando a polaridade, que é a responsável por qualquer manifestação na natureza. A nova manifestação é aqui caracterizada como Síntese - Ha (Vida pela respiração)); é a conseqüência das duas situações anteriores. Esse triângulo, pelo seu conteúdo, dá continuidade ao segundo, numa seqüência natural que tem a Síntese - Ha, como ponto de ligação. A Síntese - Ha (Vida através da respiração) complementa o primeiro triângulo, determinando uma área, onde estão os conteúdos das experiências, desde o nascimento, até uma fase em que o desenvolvimento dos Sistemas Nervosos permite surgir sensações e reações, que facilitam o desenrolar do sonho básico de vida.

Essa nova vida inicia com a primeira inspiração, “o alento da vida”, seguindo as estruturas das memórias genéticas programadas, num aprendizado constante. A Síntese - Ha, que une os dois triângulos propicia a formação da base do segundo, triângulo cuja Tese - Desenvolvimento Psicocorporal e >Antítese - Anatomofisiologia são a base de formação do novo triângulo, que tem como ponto de ligação com o seguinte, a Síntese - Pensamento, responsável pelo (Sentimento, Ação).

Nesse desenvolvimento do ser, forma-se o conteúdo do segundo triângulo. Essa dependência está condicionada, não só à parte individual, pelo anatomofisiológico, mas engloba o psicológico e social. É importante a atuação das pessoas do ambiente em que vive o novo ser, principalmente a da mãe ou de quem cuida diretamente da criança. 

Conforme amadurecem os sistemas nervosos, as funções fisiológicas se diferenciam  e o psiquismo se desenvolve, de acordo com as experiências adquiridas nas variadas vivências. Este desenvolvimento depende também da atuação das pessoas envolvidas nesse processo de crescimento; são responsáveis pelo fornecimento de certa quantidade de mana, vinda da alimentação e das situações criadas no ambiente, que pode ser acolhedor ou não, e que, de certa maneira, vai influenciar, como facilitador ou não, no desenvolvimento do sonho básico de vida desse ser.

 Os conteúdos dos dois triângulos somam-se, dando condições de crescimento, que depende também do aprendizado conseguido nas experiências vivenciadas, formando a base para uma nova fase, em um triângulo com novos conteúdos, como veremos adiante. Até aqui, predomina a anatomofisiologia, que é o guia do desenvolvimento, que permite introduzir novos sonhos e novas maneiras de sonhar (genética programada), desde que o cérebro já esteja em condições de exercer suas funções naturais de decodificação, permitindo o surgimento de outras fases, nesse desenvolvimento natural. Tudo isso ocorre geralmente até os dois anos de idade da criança.

Nos conteúdos do primeiro triângulo, a “sensação de viver” afeta a criança de uma maneira intensa, pois todas as sensações e impressões são sentidas como sendo totais e dela e são recebidas globalmente sem distinguir o fora e o dentro; é a sensação de ser aqui. As sensações  se desenvolvem de acordo com a anatomofisiologia, o que permite as modificações corporais. A intensificação e o aparecimento de novos estímulos provocam transformações para iniciar o crescimento psicofisiológico.

É “grok”, porque o ser está fundido com o todo e não se diferencia como um ser limitado pelo corpo físico (kino); tudo é uma extensão dele, num universo único, indivisível e de sensações globais. Surgem então, as primeiras percepções sensoriais, quando começa a perder as sensações de totalidade e  se individualiza. 

O sentido da visão é a principal manifestação perceptiva, que com estímulos intensos, separa a criança do ambiente, que já não é mais apenas ela, mas algo ainda indefinido, que  cresce e lhe dá as condições de percepção de seus limites corporais. À medida que se desenvolvem os sentidos físicos que a separa do meio exterior, surgem novas ações determinadas pelo amadurecimento neuronal.

Aprende e forma, nas diversas camadas musculares, as “memórias aprendidas”. Estas  trarão novos e mais intensos estímulos e sensações, conduzindo esse ser para a descoberta das emoções levadas através dos cordões-aka, para serem decodificadas pelo cérebro, transformando em pensamentos, os ikes que se desenrolam no seu cotidiano.

Inicialmente, o psiquismo que era anatomofisiológico, adquire propriedades particulares, constituindo-se num sincretismo que possibilita aos poucos, a diferenciação dos diversos setores, onde são guardadas as lembranças das experiências vividas, que constituem as memórias aprendidas (formam-se os primeiros cachos dessa memória), facilitando o desenvolvimento do pensamento, que de instintivo e dedutivo, é acrescido do indutivo.

É esse fator que diferencia o ser humano dos outros animais; é o uhane que desponta e cresce, tomando seu lugar na vida do ser. A “vontade” surge e se desenvolve, libertando o indivíduo da dependência em que vivia e mostra-lhe novos caminhos que mudam o “pensar”, propiciando-lhe um sentir próprio, que provoca ações.  Passa a ser o único responsável, sem sair dos padrões do sonho básico de vida, separando-o do exterior para uma individualização constante.

O triângulo com seus conteúdos, que tem como Síntese - Pensamento (que constrói o Sentimento, Ação), é o elemento de ligação do novo triângulo que tem como Tese - Analisar e como Antítese - Interpretar. Possui conteúdos diversificados, que dão ao homem, desde as sensações de estar aqui (diferente do ser aqui), até a capacidade de decidir, formando as características de sua personalidade, traçando seu comportamento em relação a si mesmo e ao ambiente. Começam assim, as funções do uhane.

A separação sofrida pela modificação da “sensação de viver”, que inicialmente era um “ser aqui”, e agora é “estar aqui”, é feita através da percepção desenvolvida, que a individualiza e adapta-a ao ambiente, com condições de pesquisar pela ação; esta passa a ser uma prática constante, até conseguir mais tarde, a capacidade de decidir, função principal do uhane.

Num concatenar contínuo, essa base vai servir de tese e antítese para o próximo triângulo, que tem como Síntese – Conhecimento (Geral e Científico). Nesse encadeamento de vivências e experiências, desenvolve-se o ser em busca de sua maturidade psicofísica, à custa de seu sonho básico de vida.

A partir dai sofre modificações profundas, sendo capaz de reformular o conteúdo de suas memórias com novos pensamentos, que agora são criações suas, oriundos da imaginação, com decisões próprias; são experiências ajuizadas por ideações desenvolvidas através das emoções primárias, circulantes no corpo. Propicia então, um crescimento psicofísico, que se traduz por um aprendizado que é seu e lhe foi dado por suas experiências mentais, e pelas ações efetuadas.

O conhecimento geral não está sujeito somente à intelectualização do aprendizado, mas é o que poderíamos chamar de “aquilo que a vida ensina”. O conhecimento científico intelectualiza o homem, propicia o desenvolvimento da tecnologia, em busca do seu aprimoramento científico e do seu bem estar pessoal e social.

O uhane desenvolve pela criação de novas memórias e crescimento das já existentes, a análise interpretativa crítica, favorecendo a motivação primordial do unihipili:- Buscar o prazer de acordo com o sonho básico de vida, tentando minorar o sofrimento herdado geneticamente. Com o desenvolvimento do uhane, há um crescimento espiritual constante, seja qual for a direção por ele tomada, e de acordo com as determinações de sua vontade.

A Síntese - Conhecimento (Geral e Científico)    continuidade ao esquema, e forma o novo triângulo com a Tese - Produção e a Antítese - Distribuição, base doo triângulo, que traz do aprendizado e do conhecimento adquirido e memorizado, a sensação de posse do adquirido; com o tempo, torna-se cada vez maior, necessitando de uma ordenação, para que se possa trabalhar com proveito e bom resultado, o que foi produzido. 

Essa é a motivação principal do uhane: a ordem. Sem ordem é difícil haver controle, predominando os impulsos que dispersam os pensamentos, o que prejudica futuramente a evolução e a função principal do uhane que é a decisão.

Essa ordenação favorece a produção, contribuindo com a intelectualização que exige uma análise cada vez mais detalhada dos pensamentos e dos fatos. Só assim, se consegue uma produtividade maior, dentro do mesmo padrão, conduzindo o ser às preocupações com o social.

 Comprometendo-se com o social, por já ter um entendimento da necessidade de se diminuir a separação causada pelo individualismo, busca um comportamento comunitário, concretiza esse comprometimento e torna usual a prática de ações sociais, tudo dentro dos padrões herdados de seu sonho básico de vida.

A Tese - Produção e a Antítese - Distribuição, com os conteúdos anteriores, podem conduzir o indivíduo à novas percepções. Parte do individual, por ele cultivado, para o global, que adquiriu no comprometimento social. O resultado é um entendimento que leva a uma aceitação dessas responsabilidades, transformando o que poderia ser penoso em termos de ação, em sentimento afetivo, mas com um sentido de posse.

Está criada a possibilidade de se sentir a necessidade das mudanças dos valores e padrões até agora desenvolvidos. Por querer atingir a fase final desse Padrão A, cria condições para paralelamente trabalhar novos valores, contidos no sonho básico de vida, cuja estrutura pode ser modificada, mas não perdida. Atingimos assim, o maior de todos os “sonhares” com todos os sonhos anteriores, que é a sensação do sentimento de possibilidade de mudanças despertado pelo amor-sentimento, primeiro vislumbre do amor do Princípio Aloha; criou-se a Síntese - Grande Síntese; atingiu o que se poderia definir como: O “homem é um ser biológico, psicológico e social com vislumbres da vivência cósmica”.

Agora é possível fazer uma retrospectiva, e, com todas as experiências arquivadas nas memórias reformuladas pela aquisição de novos valores e reformulação dos já existentes, adquirir-se um novo padrão; vivenciar novos sonhos com novas maneiras de sonhar, criar sistemas diferentes para as ações e conhecimento, deixando a espontaneidade e a criatividade comandar a formação de um novo sonho básico que desponta, sem perder o contato com o inicial, que é o que nos mantêm estruturados na rede sociométrica, e corporalmente; é o suporte do novo padrão que se desenvolverá aos poucos, juntamente com um novo Ike (Primeiro Princípio  do xamanismo havaiano) para cada ação praticada.

Infelizmente, crê-se que não são muitos os que conseguem atingir o final desse Padrão A. O Nível 1 cresce pelas experiências desenvolvidas pelos diversos conteúdos dos triângulos, durante as várias fases vividas no Padrão A, o que conduz ao Padrão A1/A do Nível 1.

Agora, o pensamento analítico, mesmo sendo crítico, propicia uma participação social mais intensa e diferenciada, por ser essencialmente ativa, levando-nos a sentir que somente na ação conjunta, com participação ativa e partilhada, pode o pensamento estar focalizado com mais intensidade, evitando a dispersão e criando condições para que as decisões se tornem mais fáceis e corretas. Vêm de situações em que a espontaneidade guia as ações criativas, sob influência de Makia (terceiro Princípio do xamanismo havaiano: “A energia segue o curso do pensamento”) ampliando a percepção da Teia-Aka.

É o uhane atuando em harmonia com o unihipili, sob orientação do aumakua, formando a Síntese - Imaginação Criativa e Conhecimento Criativo. Esse triângulo inicial do (Padrão A1/A), que tem como base a Tese - Analisar e a Antítese - Interpretar, oriundas do Padrão A, desperta a imaginação criativa e o Conhecimento Criativo; propicia na área desse triângulo, conteúdos embasados em pensamentos sem dúvidas, tornando as decisões mais fáceis e mais suaves, sem críticas acentuadas e com julgamentos menos severos, elaborados no amor ao coletivo, que ainda é uma posse, mas uma posse de jugo suave e leve.

A Imaginação Criativa e o Conhecimento Criativo, síntese dos dois triângulos, através de seus conteúdos, conduz o indivíduo na direção da ação interiorizada, fruto da ação conjunta, que vai conscientizando-o da sua participação individual, na Teia-Aka, vislumbrando a interligação de tudo, e cria uma situação holística. 

A ilusão da separação é sentida, a necessidade da revisão de valores é imperiosa, e, como já sabe tomar decisões, o resultado é uma revisão nos valores do Padrão A, com mudanças no pensar e sentir.

Assim, fecha-se o triângulo que tem como ápice a Síntese - Imaginação Criativa e Conhecimento Criativo, e, como base, a Tese - Reto Pensar e a Antítese - Sentir. O pensar está mudado; agora, é um reto pensar, para um sentir ainda subordinado a analise dos pensamentos e das ações. O apego às posses ainda é um empecilho nesse caminho de sonhos diferentes. A intelectualização, que nos aprisiona ao mundo, dificulta um sentir sem o apego do conhecimento adquirido, prendendo-nos ao padrão A, onde a posse intelectual é um problema a ser resolvido.

Aos que caminham sem medo e com os valores revistos e modificados, uma última etapa se delineia, baseada na tese e antítese anterior, que forma a base deste último triângulo, cujos conteúdos estão modificados pelas vivências anteriores. As revisões dão oportunidade ao surgimento do reto pensar, do desapego intelectual, primeiro passo para se tornar um juiz flexível, mas reto, em busca da liberdade que passa a conduzir seus “sonhares”, em sonhos grandiosos e cheios de desejos de transformação, em busca de um prazer que não mais tem como necessidade básica o medo, a raiva e a culpa, que geram o sofrimento.

Está estruturado na conscientização de uma liberdade interior, que traz paz, tranqüilidade e amor, levando à harmonia das vibrações, motivação principal do aumakua, que pela sua função criadora conduz à Percepção Intuitiva, possibilitada pela “compreensão”, cuja semente surgiu na Grande Síntese do Padrão A. Com a percepção intuitiva, o sentimento é de que se  caminha em uma outra estrada paralela à primeira, mas não dependendo tanto dela.

Começa-se a analisar com um pensamento reflexivo, mais tolerante e de maior amplitude, até capaz de aceitar que as coisas possam também ser feitas fora da ciência. É com uma nova percepção, que não está subordinada aos sentidos físicos e à sensibilidade geral, que as experiências surgem e se concretizam. Não há a angústia da espera, das vitórias ou derrotas, nem as frustrações, por ser o futuro próximo agora/aqui e o passado aqui/agora, ambos no presente, único tempo realmente existente e a convicção da incerteza uma verdade que impulsiona para a evolução.

Os conteúdos dos triângulos do (Padrão A e A1/A), estão incluídos na descrição geral do texto.

Para uma mais fácil compreensão, faremos uma analogia com um programa de computador, desenvolvendo alguns tópicos como:


Como vimos, ao se trabalhar em uma janela ordenada podemos observar, estudar, experimentar e vivenciar um padrão sem perder o outro de vista, e vice-versa, o que nos mostra como acontecem as transformações que são necessárias, para se conseguir alcançar o Nível 2.

Sentiremos as mudanças de padrões, por experiências diretas e constantes e por observação, entrando ora em um, ora em outro padrão do Nível 1, até que se perceba a existência do Nível 2. Agora já se vive intensamente no Padrão A1/A, sem perder de vista o Padrão A que continua sendo o sonho básico da vida e que foi geneticamente programado. Pode-se copiar, ampliar ou “deletar”, formando aos poucos, o próprio Padrão A e Padrão A1/A, quando a análise criativa favorece a imaginação criativa, tendo como resultado o Conhecimento Criativo que propicia as mudanças necessárias que conduzem ao Padrão B.

O Nível 2 está ligado ao Padrão B e as condições de vida são muito diferentes nesse nível:

Os mistérios  desaparecem e a compreensão desenvolve-se. No entanto, a vivência e a evolução promovem ações nos três padrões, bem definidos em Huna como sendo propriedades do unihipili e uhane (Padrão A e Padrão A1/A) e também do aumakua, isso no Nível 1. Ao se atingir o Padrão B, aumakua no Nível 2, o Padrão A serve como simples referencial, para a manutenção corporal no aqui/agora.

A vivência nos dois primeiros padrões conduz ao desapego e o ser se transforma em um transeunte. O sonhar está interligado e os sonhos vêm da Teia-Aka, pela  compreensão existente no Nível 2. É o “pobre de espírito” de Jesus, herdeiro do reino dos céus.

Essa compreensão surge da maneira de interpretar, que passou das análises crítica e criativa para a reflexão com a avaliação cósmica; desempenha um papel preponderante como guia dos pensamentos e das ações correspondentes.

Com os padrões modificados e os novos adquiridos, a percepção sofre modificações e conseqüentemente, há uma reformulação das memórias, ao se desativar cordões-aka, mudar outros e ativar os que permaneciam em estado potencial à espera das transformações despertadas pela percepção intuitiva, e de uma nova forma de comunicação. O reto sentir, o reto pensar e o reto agir, estão inteiramente interligados com a Teia-Aka.

É o libertar-se do intelecto que passa a ser um excelente servidor, sob a tutela do aumakua.

  Essa situação conduz a um estado alterado de percepção, nos distancia da “conserva cultural” no aqui/agora e leva-nos a uma situação temporal diferente, na qual, as vibrações estão em freqüências integradoras, anulando as energias causadoras das separações; fazem desaparecer a ignorância, as limitações e todos os desafios dos sete princípios do xamanismo havaiano que impedem o desenvolvimento, o crescimento e a evolução. Passa-se a viver na plenitude que a compreensão dos Princípios do xamanismo havaiano propicia.

A passagem do Padrão A1/A para o Padrão B, através da percepção intuitiva, modifica toda a estrutura até então existente, e passa a servir como simples referencial de manutenção da vida corporal. A vivência interior vem da Teia-Aka. Apesar da individualidade, não sente mais a separação, sente-se integrado ao todo da Teia-aka, vivendo no Princípio Aloha. É difícil falar dos conteúdos desse Padrão B, por estarmos em outro nível, onde a ilusória separação é a situação que nos mantém na viagem da vida atual.

Falaremos da fase final traçando um paralelo com o estado grok de ambas. Na fase inicial da vida atual, após o nascimento, estivemos no estado de grok, no qual a criança não tinha noção do que é dentro ou fora dela, atuando somente por mecanismos anatomofisiológicos dependentes da memória genética programada, e as sensações eram globais. Conforme se desenvolve pelo aprendizado, forma-se a memória aprendida ou experiencial. 

Nesse estágio, desaparece aos poucos o estado de grok, e, concomitantemente, desenvolve-se a individualidade, dentro do contexto em que vive e atua. Aos poucos, forma sua rede sociométrica tirada da Teia-Aka mais próxima de suas atuações.

Por um aprendizado constante, desenvolveu pela vontade, todas as experiências na viagem da vida, por meio dos incontáveis sonhos vivenciados e dos “sonhares” modificados pela alteração dos valores, que forma novos padrões, propiciando atingir o outro estado de grok, que agora é de integração com a Teia-Aka, por meio de uma nova percepção, a intuição criativa, eliminando os limites, por não perceber mais a separação.

Nessa dimensão, anulam-se as sensações dadas pela intelectualização das ações, entrando no estado de graça atingido por aqueles que ultrapassaram as barreiras humanas e atingiram a condição de imagem e semelhança de Tane, o Deus manifestado, que tudo criou e cria.

 

 

 

 

 

Índice de referência de palavras havaianas:

 

Huna – psicofilosofia oriunda do antigo Havaí.

Kahuna – mestre guardião dos segredos do conhecimento secreto do antigo Havaí.

Reva – morada dos deuses.

Tane – Deus que existe, o Deus manifestado.

Po – Mundo invisível.

Ao – Mundo manifestado

Unihipili – Subconsciente, Eu básico, Ku.

Uhane  Consciente, Eu médio, Lono.

Aumakua – Superconsciente, Eu Superior, Kane.

Kino - corpo

Aka – substância, matéria que permeia o universo.

Mana – Poder Divino, sexto Princípio do xamanismo havaiano.

mana – Energia vital

Ha – vida através da respiração, respiração, sopro; o número quatro em havaiano.

Cordão-aka – prolongamentos do unihipili encarregados de transportar memórias.

Teia-Aka – Rede sociométrica universal, o Todo.

Ike -- Primeiro Princípio do xamanismo havaiano (o mundo é o que você pensa que ele é).

Kala – Segundo Princípio do xamanismo havaiano (seu poder é ilimitado).

Makia -- Terceiro Princípio do xamanismo havaiano (a energia segue o fluxo do pensamento).

Manawa – Quarto Princípio do xamanismo havaiano (seu momento de poder é agora).

Aloha – Quinto Princípio do xamanismo havaiano (amar é compartilhar com...).

Mana – Sexto Princípio do xamanismo havaiano (todo poder vem de dentro).

Pono -- Sétimo Princípio do xamanismo havaiano (A eficácia é a medida da verdade).

Os Princípios do xamanismo havaiano são sete.

Os deuses principais da mitologia havaiana ensinada pela Huna são doze.

 

Sebastião de Melo

sebastiaomelo@uol.com.br



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