Sonho Básico de vida e os Desafios
dos Sete Princípios
Xamânicos
- Falamos em artigo sobre o sonho básico de vida, mostrando
como
nos comportamos em cada uma de nossas passagens pela vida corporal.
- Hoje trazemos uma nova maneira de interpretá-lo, com o propósito
de senti-lo de acordo com nosso crescimento e como desenvolvê-lo
usando mais um
critério dado pelos ensinamentos Huna; nossa visão neste
artigo está voltada
para a oportunidade que teremos com o estudo dos Sete Princípios
do xamanismo
havaiano e sua prática no dia a dia.
- No estudo do xamanismo havaiano descobrimos intelectualmente
que existem sete palavras que podem tornar-se princípios
que nos ajudam a descobrir também que
o pensamento pode ser modificado e que
com isso teremos uma maneira diferente de atuarmos dando mais
ênfase à
reformulação de nossas memórias levando-nos a
novos comportamentos. Pelo estudo
dos sete princípios descobrimos que
eles
possuem em si, atributos ou talentos que
uma vez dinamizados nos mostram a
essência do que essas palavras significam, ao sentirmos o valor
que elas nos
traduzem intelectualmente.
- Com a constância desses estudos começamos a sentir
as
transformações que sofremos e que nossas
ações nos conduzem a novos modos de
agir; passam a ser naturais e nos dão uma visão diferente
de nós mesmos propiciando
um comportamento com um maior entendimento das pessoas e da natureza em
geral.
É muito bonito tudo isso, mas ainda não descobrimos
até onde eles podem nos
conduzir. A razão disso é que trazemos em nosso sonho
básico sete talentos,
cuja descoberta serve para uma nova percepção interior
que é a base de nosso
desenvolvimento para um crescimento espiritual verdadeiro. Passamos a
ser
observadores com um sentido mais apurado de nossa rede
sociométrica e
participantes ativos da comunidade em geral, trazendo pelas
experiências
adquiridas a descoberta desses sete talentos como partes
integrantes dos sete princípios.
- Para chegarmos a esse ponto passaremos por vivências
conduzidas
por fatores existentes em nosso sonho básico de vida e que
dirigem nossa
vontade na prática das ações, formando o ike
de cada aqui/agora. Fazem parte dos sete princípios, mas
têm um sentido
diferente das palavras que intelectualizamos para explicá-los.
São chamados de
os sete desafios; sendo desafios teremos que vivenciá-los, de
acordo com nosso
atual crescimento espiritual. Eles fazem parte de nossa luta em todos
os
instantes da vida e é importante descobri-los para
trabalhá-los e aos poucos
nos libertarmos de seus grilhões. São chamados desafios
porque é deles que
vivemos e criamos nossas situações de existência,
enquanto os princípios forem
somente palavras intelectualizadas e interpretadas. Eles ditam nosso
comportamento de acordo com nosso crescimento espiritual. Conforme
nosso
crescimento e evolução eles atuam com maior ou menor
intensidade em nosso
desenvolvimento interior. Na roda dos sete princípios se situam
na periferia e
têm assim, o maior contato com todo nosso atuar no dia a dia.
Nossas
transformações dependem do entendimento que vamos tendo
desses desafios, o que
vai modificando nossa atuação interior e exterior.
- A cada principio, assim como corresponde um talento, assim
também existe um desafio a ser tratado. Nosso trabalho consiste
em perceber um
por um e nos desvencilharmos paulatinamente de suas influências.
Assim sendo
devemos começar nosso trabalho pelo primeiro deles que pertence
ao princípio
ike.
- Na ordem que se dá aos princípios, são:
IGNORÂNCIA, LIMITAÇÃO,
CONFUSÃO, PROCRASTINAÇÃO, RAIVA, MEDO E
DÚVIDA.
-
- É chocante a descoberta
de que não há uma dinâmica de harmonia,
desenvolvimento e crescimento
espiritual (uhane e unihipili) em cada princípio, se não
trabalharmos durante a vida, em primeiro
lugar, cada um dos
desafios. A colocação dos sete princípios na ordem
em que se situam é importante,
para que
possamos descobrir como atuarmos de uma maneira tal, que descubramos
como nos
livrar de cada um desses desafios. Não adianta querermos
analisar cada um deles
e pensar que assim estamos livres de seus efeitos. É
necessário que destrinchemos
um por um e que o tempo necessário está na razão
direta de nossa vontade em
sairmos da ilusão de que crescemos só intelectualizando,
o que nossa imaginação,
ideação e pensamento nos leva a criar. Muitas vezes isso
faz parte de uma
situação quando nos defendemos das possibilidades de
penetrarmos mais
profundamente em nós mesmos, em descobrir que temos
interiormente uma sombra
tão grande que não nos deixa perceber que somos guiados
pelos desafios e que
podemos desenvolvê-los de tal modo que passamos essa vida
acumulando posses em
todo sentido. Assim, acreditamos que estamos crescendo no sentido real
da vida,
quando tudo não passa de ilusões bem arquitetadas pelo
nosso desenvolvimento
intelectual analítico que faz crescer as memórias, mas
não as reformula no
sentido da mudança dos valores e padrões.
- O primeiro dos desafios a IGNORÂNCIA, pertence ao
Princípio Ike que tem como talento a Visão; a visão é a
responsável pela dinamização deste
princípio; não tem o
sentido de ver ou enxergar, mas de ter clareza sobre as coisas.
- A ignorância por vários caminhos enche de sombra o
entendimento do princípio e o talento não tem a clareza
suficiente para dar uma
dinâmica do que realmente ele significa, a não ser da
maneira em que as
situações são percebidas e vividas (o mundo
é o que você pensa que ele é). Sem
a clareza do talento visão agimos na
superfície de nossas vidas criando a cada momento um ike
que nos dá condições de acreditarmos que estamos
crescendo
bastante, mas ainda não conseguimos perceber que o
sentido sempre é o do apego e das posses.
- Trabalhar essa ignorância é penetrar em nosso intimo
e com
coragem descobrir que existem outras maneiras de se resolver as
situações
surgidas e que elas podem nos conduzir a caminhos diferentes que
contribuem
para diferentes intelectualizações inicialmente, e,
posteriormente, a
sentimentos que nos permitem fazer novas análises e praticar
ações com um
comportamento novo. É necessário ter vontade e no
início enfrentar o desprazer
de começar a entender que estamos criando constantemente
ilusões para nos
mantermos na sociedade como elementos de posses e apegados ao poder que
domina
nossos desejos, dando-nos intenções que nos distanciam da
clareza da visão do
principio ike, que até agora tem um
significado etimológico sem o sentido xamânico da vida e
que isso está na razão
direta de memórias arraigadas em nosso sonho básico e que
não estão sendo
trabalhadas como deveriam; são memórias de
fixação que causam sempre a
desarmonia e a incompreensão, tornando-nos verdadeiros doentes
sem uma doença
corporal definida. A coragem necessária para essas descobertas
surge pelo
estudo das teorias formuladas pelos kahunas há milênios e
que agora podemos
compartilhar com a prática desse ensinamentos. Não
é um caminho fácil por ser
feito passo a passo e nós sempre queremos fatos concretos e
imediatos; pregando
que somos frutos de vários sonhos básicos pelas
reencarnações sucessivas, ao
mesmo tempo, queremos resolver tudo no aqui/agora. Grande ilusão!
- Trabalhar a ignorância nos leva a uma abertura sem
preocupação
de estarmos sendo ridicularizados, interpretados, julgados e mesmo
rejeitados
por atos que as pessoas nunca poderiam sequer desconfiar que
praticamos, ou que
tivéssemos pensamentos com desejos tão mesquinhos,
segundo nosso próprio
julgamento. Somos conduzidos por uma cultura e por
tradições que nos amordaçam
com crenças estagnadoras e
egoísticas.
- Trabalhar a ignorância é dar o primeiro passo para
novas e
maravilhosas descobertas interiores que nos dão grande alivio e
nos faz sentir
que não necessitamos nos trancar a sete chaves para manter nossa
dignidade,
honestidade, posse e vários outros critérios que vamos
criando no transcorrer
da vida.
- Descoberta nossa ignorância, nem que seja uma pequena
parcela
dela, nos sentimos aliviados, mais humanos e as coisas ao nosso redor
começam a
mudar trazendo-nos o prazer de desfrutar da vida com mais alegria,
dando ao
nosso ambiente uma condição de maior afetividade e
entendimento. Descobrimos
assim, que tudo é possível desde que descubramos que o
que nos impede
inicialmente de executarmos a maioria das ações de que
somos potencialmente
capazes estão na falta dessa visão clara que a
ignorância nos tira.
- Vamos pensar sobre isso e criar coragem para abandonarmos a
covardia em que vivemos por falta de visão e nos dar uma chance
de uma vida
melhor com mais harmonia, satisfação, menos sofrimentos,
menos problemas e mais
crescimento espiritual.
- Tudo depende de querermos e não da necessidade de que
precisamos
manter nossa aparência em todo sentido como exemplo de
retidão com comportamentos
exteriores que julgamos adequados e que na maioria das vezes nos custa
um
sacrifício enorme a ponto de termos uma necessidade de atuarmos
em beneficio
dos necessitados, dos carentes de modo geral, nos desdobrando em
ações
filantrópicas que não deixam de ter seus valores, mas
não são nada mais do que
cobrir com cinza as brasas de nossa ignorância.
- Quem conseguir se livrar dessa ignorância ou de parte dela
diminuindo a falta de clareza em relação a si mesmo e ao
mundo, começa a
vislumbrar a possibilidade entender aos poucos os desafios dos outros
princípios e a graça de perceber que valeu a pena estar
aqui e ir embora com a
certeza de que obteve condições diferentes para seu
crescimento nos futuros
sonhos básicos de vida.
- Partamos sem medo para uma nova fase de descobertas de nós
mesmos e estaremos nos amando mais e por acréscimo, às
outras pessoas e
valorizando toda a natureza que geralmente nem desconfiamos que existe
a não
ser em nosso proveito próprio.
- Ignorância é ausência
ou falta de clareza e só vamos descobrir isso se
começarmos a pensar que
nossa vida tem um sentido muito mais importante do que nos apegarmos
às nossas
posses, tanto afetivas como materiais - no sentido econômico.
- A Huna espera por você; venha procurá-la para
perceber o
quanto tudo se torna mais fácil quando somos menos ignorantes de
nós mesmos.
- Comece a pensar e veja se consegue uma percepção de
sua
própria ignorância e como vivemos na escuridão sem
a possibilidade da visão que dinamiza tudo em
todos.
- Não fiquemos estagnados; somos transeuntes que participam
da
vida de qualquer maneira e a melhor é tendo um pouco de clareza
em nossa visão
sobre todos e tudo.
- Amama
- Sebastião de Melo