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Arma
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At/Dano-Tipo |
Durab. |
Peso
- Tam. |
Custo |
Machado
de duas mãos, duas lâminas |
4/8
dano por corte |
100 |
10
- G |
x |
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Armadura
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Bônus
Abs. |
Durab. |
Peso
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Custo |
Armadura
de
couro batido |
2 |
20 |
4 |
x |
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Itens |
Diário,
pena e tinta |
Esmeril |
Rolo
de corda com gancho |
Porta
mapas |
Mochila
reforçada |
Pederneira
e isqueiro |
Sabão |
Algibeira |
Pequeno
espelho de metal |
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Hurlon
sabia desde pequeno o que gostaria de se tornar. Seu pai, Sir
Dorien, era cavaleiro real de Al'Plandor, por quem Hurlon nutria
grande admiração. Sua mãe era uma feiticeira de pouco poder,
realizando feitiços de cura e pequenas poções revigorantes para
o marido. Ainda muito pequeno, Hurlon sempre ia ver os treinos
de seu pai, e passava horas observando como ele manejava seu
grande machado. Hurlon repetia os gestos do pai, desejando um
dia tornar-se como ele. Hurlon cresceu rápido e vigoroso, passando
várias horas do dia junto a seu pai, aprendendo tudo que fosse
possivel sobre taticas de batalha e manejo de armas. Quando
chegava em casa ao anoitecer, sua mãe tentava ensinar-lhe o
pouco que ela sabia sobre cura, misticismo e outros mistérios.
Foi ela quem o ensinou a ler e a escrever. Extremamente educada,
Winnia ensinou a Hurlon como se portar frente a reis e governates,
pois sabia que seu filho almejava tornar-se cavaleiro, e educação
é algo imprescindível a um bom paladino. Hurlon aprendia rápido,
sua mente aguçada captava os ensinamentos da mãe e do pai com
muita facilidade. Na adolescencia, Hurlon era um garoto forte
e vistoso. Orgulhava-se cada vez mais de seu pai, e sentia-se
preparado para alistar-se como cavaleiro real de Al'Plandor.
Tinha todas as qualidades, tinha a coragem, e tinha um senso
extremamente apurado sobre justiça. Consagrado cavaleiro pelo
rei Gauren de Mos com louvor, Hurlon sentia que sua vida estava
apenas começando. Na primeira noite depois de formado, Hurlon
sentiu um estranho calafrio percorrer-lhe a espinha. Sabia que
havia algo errado. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, ouviu
o alarme tocar. Rapidamente deixou seu alojamento, e juntou-se
aos demais cavaleiros no pátio. Ao longe, a sombra negra erguia-se
no horizonte. A população estava desesperada, carroças e mais
carroças partiam em disparada, deixando para tras o que não
conseguiam levar na correria da fuga. Sir Dorien e mais alguns
homens foram destacados para atrasar ao máximo o inimigo, para
que a população pudesse fugir para Armandar. Sem hesitar, Hurlon
juntou-se ao pai, no que ele sabia ser a maior batalha de sua
vida. Empolgados pelos gritos de guerra, os cavaleiros cavalgaram
velozmente de encontro ao inimigo. Hurlon e os demais lutaram
como nunca, sabendo que de seu empenho viria a segurança de
toda a cidade. Mas o destino dos guerreiros já estava selado.
Enquanto retardavam o inadiavel, Hurlon foi subjulgado pelo
inimigo, pouco antes de ver seu pai ser trespassado por uma
lança. Antes que pudesse correr para auxiliá-lo, Hurlon foi
atingido na cabeça por um poderoso golpe de clave, que fez com
que ele perdesse os sentidos. Quando acordou, percebeu que estava
preso por fortes grilhões, atachados em uma parede de pedra.
Ao olhar a sua volta, Hurlon notou não ser o único humano preso.
Estavam com ele pelo menos metade dos guerreiros enviados para
rechacar o avanço da sombra negra. Aflito, procurou por seu
pai, sem sucesso. Por mais que tentasse, sem corpo não se movia,
estava paralizado e não conseguia falar. Notou quando os encapuzados
chegaram, trazando consigo toda sorte de animais. Alguns lobos,
tigres, ursos... Pensou que seria jogado a uma arena. Os encapuzados
colocaram as animais (devidamente enjaulados) ao lado dos guerreiros,
de forma que cada um tivesse consigo um animal. Ao seu lado,
porém, Hurlon viu trazerem um enorme touro, um dos maiores que
ele já havia visto. Quando os encapuzados juntaram-se no meio
do salão, sob o círculo de runas, e começaram a entoar cânticos
com suas vozes cavernosas, criando um murmurio mais parecido
com lamento, Hurlon sentiu em seus ossos que a morte na arena
não era o que eles estavam planejando. Olhou aterrorizado quando
um a um os guerreiros do salão começaram a gritar, ainda que
de suas bocas não saisse nenhum som. Os animais agitaram-se
em suas jaulas, a ponto de se jogarem contra as barras de aço
que os prendiam, sem sucesso de escapatória. Ambos, animais
e guerreiros, pareciam sentir dores incríveis. Hurlon estava
atônito. Bem a sua frente, os guerreiros começaram a tomar as
feições dos animal, seus corpos tornando-se maiores, assumindo
características híbridas, tornando-os inumanos, meio homens,
meio feras... Hurlon sentiu seu sangue gelar, quando o touro
a seu lado começou a se debater. Imediatamente, seu corpo foi
tomado por uma dor imensa, sentiu sua cabeça quase explodir,
enquanto seu corpo tornava-se enorme. Pêlos cresceram por toda
extensão de seu corpo, suas pernas foram ficando desfiguradas,
seus pés agora tornavam-se poderosos cascos, sua mente invadida
por sensações indescritíveis, dor, ódio, fúria, poder! Hurlon
sentia sua força de vontade ser minada, como se alguem quisesse
controlá-lo, obriga-lo a juntar-se a causa hedionda que planejavam.
Dor, ódio, fúria e poder! O homem agora era um animal, o animal
era agora um homem, ambos eram um só. Destruir e matar, sensações
indescritíveis, controle mental. Desfigurado, nem homem, nem
animal, matar e detruir, juntar-se a causa.. a causa... a causa...
Em algum lugar na mente de Hurlon, a visão de seu pai a ensinar-lhe
o código de honra dos cavaleiros surgia. Sentia o sol batendo-lhe
em sua face, enquanto recitava seu juramento solene, sua mão
sobre seu peito, seu coração cheio de alegria... dor, ódio...
não, ódio não... compreensão, raiva agora tornava-se determinação...
Poder.. o poder para proteger, cuidar dos mais fracos, varrer
o mal dos reinos... a causa... a causa sagrada a que se uniu
a tantos anos... Proteger e servir... Sua mente estava clara
agora, seu corpo não mais doía, seus sentimentos sob controle.
A sua frente, um encapuzado estava estarrecido. Não entendia
como Hurlon resistira... A causa dos justos era mais forte,
era seu destino. Sua força sobrehumana e a falta de concentração
do encapuzado enfraqueceram a magia que imobilizava Hurlon.
Seus punhos poderosos forçavam a corrente que o prendia. Os
músculos de Hurlon se enrijeciam no esforço, enquanto as correntes
começavam lentamente a ceder. O encapuzado cambaleou para tras,
incrédulo. Olhou para os lados, não sabia o que fazer. Os outros
guerreiros já não estavam mais no local, nem seus comparsas.
Ele estava só. Hurlon ouviu a primeira argola de metal ceder,
liberando seu braço esquerdo. O encapuzado tremeu. Balbuciando
algumas palavras, fez com que o chão começasse a tremer. Falava
mais rapido, a medida que a fundação tremia com mais intensidade.
Ao completar suas palavras, correu para fora. Hurlon viu o teto
ceder, grandes rochas despencavam, cada vez mais próxima. Esforçou-se
mais, seu braço direito desprendendo seu grilhão lentamente...
A fundação começou a ruir mais rapidamente, o barulho era ensurdecedor.
Quando sua corrente estourou, e Hurlon viu-se livre, o pilar
de sustentação caiu para seu lado. Temeu a morte certa, esmagado
por toneladas de pedras. Saltou para o lado, quando o pilar
caiu pesadamente, outra parte do teto veio abaixo. Olhou para
os lados, viu a parede ruir... Sua unica chance de liberdade,
devia correr par fora. Investiu contra a parede, baixando sua
cabeça instintivamente. O impacto acabou por destruir a já fragilizada
construção. Atravessou a parede, lançando seu corpo ao espaço...
Caiu pesadamente, uma queda que parecia nunca ter fim. Esperou
pelo choque do impacto com a terra, mas sentiu o frio das aguas
inundar-lhe o corpo. Seu corpo pesado afundou rapidamente. Confuso,
bateu as pernas, mas seus cascos não ajudavam muito. Foram seus
vigorosos braços que o levaram á superfície. Olhou para os lados,
viu as ruinas afundarem na água. À distância, notou terra firme...
com grandes braçadas, alcançou a margem exausto. Tornou a olhar
seu corpo, por um momento desesperou-se, mas então se recompos.
Um cavaleiro deve estar preparado para enfrentar toda adversidade.
Olhou à sua volta, notou alguns corpos de guerreiros que morreram
em combate. Procurou pelo pai, sem sucesso. Pegou um machado,
a mochila e o peitoral de couro de um guerreiro gigantesco que
estava por perto, e apos vesti-lo, embrenhou-se na mata. Não
poderia retornar ao reino, mas deveria avisar sobre o que viu...
Não sabia o que fazer, não havia como disfarçar-se... procurou
na mochila e encontrou papel e tinta. Demorou para conseguir
escrever, suas mãos eram muito maiores agora, tinha que se adaptar...
Escreveu o aviso, e correu em direção ao reino de Armandar.
Varios dias se passaram, até que Hurlon chegasse ao território
desejado. Esperou escondido entre as arvores, até que uma caravana
se encaminhasse na direção do palacio. Amarrou seu aviso a uma
pedra, arremessando-a par dentro de uma das carroças. Era tudo
que podia fazer no momento... Voltou-se para a floresta, imaginando
o que poderia fazer. Jurou proteger os inocentes, e era isso
que faria. Não poderia aparecer, pois não entenderiam que ele
não era o que aparentava, seu coração e seus sentimentos ainda
eram humanos, escondidos sob a face bestial de um minotauro.
Vivia da caça, abrigando-se em uam caverna afastada do reino.
Ajudava como podia, rechaçando criaturas malignas da melhor
forma que podia, sem nunca aparecer para os humanos. Sentia
saudades de sua mãe, orava toda noite por seu pai. Foi quando
aconteceu. Estava a espreita de sua presa, faria assado de coelho
a noite. Concentrado, mantinha-se imóvel perto da isca... Subtamente,
sua mente foi inundada por imagens.. a princípio pareciam desconexas,
não havia como entender o que diziam.. Viu o rei Krand Levour
conversando com um cavaleiro. Aos poucos foi entendendo o que
diziam. Era como se estivesse ali, instintivamente, Hurlon curvou-se
perante o rei. Tentou apresentar-se, mas suas palavras não saíam.
Entendeu que não estava realmente ali , tratou de ouvir o que
o rei dizia...Entendeu a gravidade da situação, e então novamente
encontrava-se na floresta. À sua frente, a isca para o coelho
havia sumido. Hurlon levantou-se, analizou a situação. Jurou
lutar pelo bem e pela justiça, e era hora de cumprir sua promessa.
Poderia morrer antes mesmo de se pronunciar, mas devia arriscar.
Juntou suas coisas, e caminhou decidido em direção à cidade... |
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