Nome: Igor
Idade: 23 anos
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AMORES MAL RESOLVIDOS...
(o7/02/2004)
Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40º, uma
estação de metrô, a rua principal do centro da cidade.
Metade deste povaréu sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentes,
outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos
anônimos tem um Amor Mal resolvido, uma paixão que não se evaporou
completamente, mesmo que já estejam em outra relação..
Por que isso acontece?
Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico no assunto.
Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos
assombrando não foram amores consumidos até o fim.
Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que Não. Uns acabam cedo, outros levam
10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais... Mas um dia acaba e se transforma
em outra coisa: lembranças, amizade, parceira, parentesco, e essa transição não
é dolorida se o amor for devorado até o fim.
Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem
que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda
muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar.
E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas etapas:
atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim.
Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou
durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra
lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e
nos impede de estarmos abertos para novos amores.
Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando
as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito
e não disse, feito e não fez.
Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos, passe por
tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor
tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história
na metade.
Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo.
Isso é que libera a gente para Ser Feliz Novamente.
Arnaldo Jabôr
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POESIA...
(o9/02/2004)
Neste Brasil imenso
Quando chega o verão,
Não há ser humano
Que não fique com tesão.
É uma terra danada,
Um paraíso perdido.
Onde todo mundo fode,
Onde todo mundo e fodido.
Fodem moscas e mosquitos,
Fodem aranha e escorpião,
Fodem pulgas e carrapatos,
Fodem empregadas com patrão.
Os brancos fodem os negros
Com grande consentimento,
Os noivos fodem as noivas
Muito antes do casamento.
Coronel fode Tenente,
General fode Capitão.
E o presidente da Republica
Vive fodendo a nação.
Os freis fodem as freiras,
O padre fode o sacristão,
Até em igreja de crente
O pastor fode o irmão.
Todos fodem neste mundo
Num capricho derradeiro.
E o danado do dentista
Fode a mulher do padeiro.
Parece que a natureza
Vem a todos nós dizer,
Que vivemos neste mundo
Somente para foder.
E você, meu nobre amigo
Que agora esta a se entreter,
Se não gostou da poesia
Então vá se foder!!!
(Autor Desconhecido)
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DESPREZO... (noite,
23:30hs do dia 09/02/2004)
Você já pensou em como
cada um de nós é diferente?
Já? Muito bem! Então, isso é sinal que já notou que é diferente também. Tem
qualidades e defeitos que são só seus, acessórios que vieram junto com você, no
seu kit do "eu mesmo".
Assim sendo, dá para começarmos a conversar.
Muitas vezes, a gente acaba não se aceitando, às vezes até se menosprezando
diante de outras pessoas, as quais julgamos ser melhores do que nós.
Interessante esta característica em algumas pessoas. Tudo do outro é melhor,
tudo que o outro faz é melhor, o outro tem mais capacidade, é mais inteligente,
mais bonito, mais saudável, mais alegre, mais feliz....
Tem mais dinheiro, mora num lugar melhor, tem mais amigos, a família do outro o
aceita melhor, enfim, dá até vontade de ser a outra pessoa.
Mas, será que essa forma de se ver é realmente boa? Será que não faz parte de um
processo de auto-desvalorização quem sabe até da própria vida?
Só que, em alguns casos, acontece exatamente o contrário.
A pessoa se acha muito melhor do que as outras, acha-se superior a tudo e a
todos, acha que não precisa de ninguém, que se basta a si mesmo.
E nessa convicção, acaba afastando de si até mesmo as pessoas que a amam.
Pessoas assim são portadoras de um vírus terrivel, que pode até contaminar os
que o cercam de forma letal, mas não do ponto de vista de ficarem iguais, mais
sim, de magoar e ferir a quem não merece.
Muitos pais agem assim com seus filhos: acham-se os mais certos, os melhores do
mundo e se esquecem de fornecer dois elementos mágicos, que se constituem no
amparo emocional do coração: carinho e atenção.
Todo relacionamento é sedimentado, fundamentalmente, em respeito ao outro.
O outro é diferente da gente. Mesmo sendo filho.
É uma outra pessoa, que age, pensa e se comporta de forma diferente.
Sob outro aspecto, muitos relacionamentos afetivos também são seriamente
afetados por este vírus.
Há, ainda, muita gente que pensa que, desprezando e sendo indiferente, vai
aumentar o amor do outro.
O que você acha disso? É uma forma correta de amar?
Se você respondeu que sim, tenha cuidado. Suas atitudes podem estar cavando um
enorme abismo de dor e sofrimento. E essa idéia tão antiga e retrógrada pode vir
a fazer você sofrer, principalmente se vier a reconhecer tardiamente o quanto
agiu errado, encerrando-se numa redoma de superioridade e sempre achando que a
tolerância da outra pessoa é enorme e que é isso mesmo: tem que sofrer em suas
mãos, pois você é assim mesmo e não vai mudar.
A gente pode desprezar valores antigos, pode desprezar o preconceito, pode
desprezar a super-importância de problemas tão pequenos, como um copo em cima da
pia ou um sapato fora do lugar.
Pode ser indiferente à inveja dos outros, à opinião alheia sobre sua própria
vida, buscando aprovar-se e permitir-se ser forte o suficiente para que as
agressões gratuitas não venha a afetar seu íntimo.
Mas, desprezar e ser indiferente com alguém que nos quer bem é coisa grave. É
dolorido demais, faz sofrer a alma e causa tormento ao pensamento.
Sim, visto que a outra pessoa vive tentando, tentando, tentando, buscando
compreender o sistema complexo da cabeça e do coração daqueles que pensam e agem
dessa maneira.
Muitas vezes, pelo fato de amarem incondicionalmente, aceitam a situação e até
chegam a pensar, erroneamente, que o problema é consigo, que já não são mais
atraentes, que já não são mais interessantes e o que é pior: trancam-se também e
se tornam pessoas solitárias em suas próprias almas, não expressando o que lhes
vai no coração por medo da reação do outro que, na maior parte dos casos, é
imprevisível. Ficam na expectativa ilusória de que, algum dia, as coisas possam
melhorar, mas, enquanto isso, o tempo vai passando, a dor aumentando e continuam
a vida, canalizando suas forças para trabalhar somente e não pensar pois não
sabem como agir, nem o que fazer. É ruim viver assim. Não é correto viver assim.
É necessária a atitude do sentimento. Pense: não há amor que resista a isso. Não
há amor unilateral.
Amar é trocar, sentir, dar e receber.
Amar não é sofrer. É ser feliz, é ser contente. É ficar esperando com alegria o
momento de encontrar o outro, de estar com ele, de compartilhar de seu carinho,
de dar e receber atenção, de não somente ser feliz, mas fazer feliz também.
Isso tudo sem ser dependente, sendo livre para deixar transbordar tudo o que
existe dentro de seu próprio ser e que, por amor, dedica à pessoa que seu
coração elegeu o melhor que existe dentro de si e entendendo que seu direito
termina quando começa o do outro e que o do outro termina quando começa o seu.
Muitas pessoas amam incondicionalmente, aceitam o outro como ele é, mas não são
aceitas como são. Suas características essenciais incomodam demais,
principalmente a bondade, a ternura, a compreensão...
O "desprezador" coloca defeitos, diz sempre que a outra pessoa está incomodando,
não enxergando que ela tem sentimentos também e que está sempre presente,
aconteça o que acontecer, não por vaidade, mas porque é assim. Nasceu assim e
conquistou seu lugar desta maneira.
Só que a vida pode corrigir a rota do destino e mudar a posição da situação.
Talvez, algum dia, aquele que despreza poderá também ser desprezado.
Talvez, algum dia, o "desprezador" venha a sentir falta do carinho e da atenção
daquela pessoa que antes mendigava, para ele, a mesma coisa.
Talvez, um dia, aquele coração tão duro, que buscou se encouraçar para não amar,
necessite daquele amor que tratou com tanta indiferença e qualificou como
excessivo, pegajoso, um verdadeiro problema.
Amanhã, talvez, quem sabe?
Mas poderá ser tarde demais.
Isabel Gonçalves
(Direitos Autorais
Reservados - Reprodução Proibida)
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