Luís Vaz de Camões

Poeta português nascido em Lisboa em 1524 (ou 1525). Filho de nobres empobrecidos. Tudo parece indicar que ele pertencia à pequena nobreza. A situação de nobre não constituía qualquer garantia econômica.

Há a hipótese de ter ele passado pela Universidade em Coimbra, graças a um parente que era prior no Mosteiro de Santa Cruz. Aí teria ele adquirido o prodigioso cabedal de cultura que a sua obra revela (dominava a literatura clássica da Grécia e Roma, lia latim, sabia italiano e escrevia o castelhano).

Alistou-se como simples soldado na expedição que Portugal enviara para Ceuta e, num combate contra os Mouros, perdeu o olho direito (1549).

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Foi preso em 1552 ao se envolver em uma briga com um oficial da corte. Durante 9 meses ficou nos calabouços do Tronco, neste período começou a escrever Os Lusíadas. Libertado, embarcou para o Oriente à bordo da nau São Bento. Parte para Goa em perseguição a navios mercantes mouros.

Depois do estágio obrigatório na milícia do Oriente, Camões é nomeado provedor-mor dos defuntos e ausentes, em Macau, na China.

Foi obrigado a voltar a Goa. No regresso a nau em que viajava naufragou em frente ao Golfo do Tonquim, costa do Camboja e, Camões alcançou a nado o rio Mecon, salvando o manuscrito de Os Lusíadas, já em fase avançada de produção.

Viveu na miséria em Goa e em Moçambique durante 16 anos. Conseguiu voltar a Lisboa, com o auxílio de amigos, em 1569.

Conseguiu publicar seu poema épico Os Lusíadas em 1572, no auge do Renascimento literário em Portugal. O rei D. Sebastião, a quem Camões dedicou seu poema, deu uma tenção anual modesta.

Os últimos anos de Camões são vividos na mais absoluta miséria.

Ele disse: "acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não me contentei em morrer nela, mas com ela".

Em 1580 morre de peste que assolou Lisboa. À mãe deixa apenas a tenção que lhe foi atribuída e a ela transferida.

Depois de sua morte, cresce o interesse pelos seus poemas.

O tempo passa, estudiosos de vários pontos do mundo debruçam-se sobre sua obra. É elevado a herói nacional.

Sua obra poética apresenta 3 aspectos diferentes: lírico, épico e dramático.

Lírico: a lírica foi publicada pela primeira vez 15 anos depois de sua morte, sob o título de Rimas. Apareceram posteriormente vários trabalhos atribuídos ao autor. São redondilhas, sonetos, éclogas, odes, sextinas, oitavas, elegias e canções. Há grande probabilidade de que 2 volumes das Obras Completas, que abrangem a obra lírica, da coleção Clássicos Sá da Costa, contenham tudo quanto pertence ao autor.

Épico: o poema Os Lusíadas foi organizado em 5 partes:

-proposição- o autor apresenta o assunto: os feitos dos navegadores portugueses, em especial os da esquadra de Vasco da Gama e a história do povo português;

-invocação- o poeta invoca o auxílio das musas do rio Tejo, as Tágides, que irão inspirá-lo na composição da obra;

-dedicatória- o poema é dedicado ao rei D. Sebastião, visto como esperança de propagação da fé católica e continuação das grandes conquistas portuguesas por todo mundo;

-narração- a matéria do poema em si. A viagem de Vasco da Gama e as glórias da história heróica portuguesa;

-epílogo- grande lamento do poeta, que reclama o fato de sua " voz rouca" não ser ouvida com mais atenção.

Os Lusíadas foi escrito em estrofes de 8 versos decassílabos e divide-se em 10 cantos, num total de 1102 estrofes e 8816 versos.

Dramático: a obra dramática de Camões está longe de valer a lírica e a épica. Inclui os autos: Anfitriões, El-Rei Selenco e Filodemo.

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