Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis foi jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo e considerado o maior escritor brasileiro. Nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro, filho de um mulato carioca pintor de paredes e de uma portuguesa lavadeira. Teve uma infância pobre no Morro do Livramento. Perdeu cedo a mãe, ficando sob os cuidados da madrasta. Fez somente o curso primário, sendo obrigado a trabalhar ainda menino, vendendo balas nas ruas para ajudar a família.
Aprendeu francês com a dona de uma padaria que era francesa. Autodidata, estudou na biblioteca do Gabinete Português de Leitura.

Em 1855, aos 16 anos, publicou seu primeiro trabalho, o poema "Ela" no jornal Marmota Fluminense de Francisco Paula Brito.

Um ano depois, ingressa, como aprendiz de tipógrafo, na Imprensa Nacional, onde fica até 1858, quando se transfere para a função de revisor na tipografia de Paula Brito. Aí conhece vários intelectuais que avivam ainda mais seu interesse pela literatura. Passou a colaborar no Correio Mercantil, no Diário do Rio de Janeiro, na Semana Ilustrada, na revista O Espelho e no Jornal das Famílias.
Foi nomeado, em 1867, ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.

Em 1869 casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do amigo Faustino Xavier de Novais, que foi uma companheira perfeita durante 35 anos, lhe tendo revelado os clássicos portugueses e vários autores de língua inglesa.

Iniciou uma carreira burocrática que lhe seria, até o fim, o meio principal de sobrevivência.
Em 1872 foi nomeado 1º oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.
Em 1874 começou a publicar em O Globo, em folhetim, o romance "A mão e a luva".
Em 1881 subiu de posto, tornando-se oficial de gabinete do Ministro da Agricultura.
Em 1889 foi nomeado diretor-geral da Viação e em 1898, tornou-se diretor da Secretaria da Indústria do Ministério da Viação.

Machado de Assis é um dos mais importantes estudiosos da psicologia brasileira e um dos mais penetrantes analistas dos sentimentos da sociedade carioca.

Foi fundador, com outros intelectuais, e o 1º presidente da Academia Brasileira de Letras em dezembro de 1896. Ocupou por mais de 10 anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis.

Faleceu, no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908. Findou a vida, reconhecido como um dos maiores nomes da literatura brasileira e sua morte teve repercussão nacional.
Apesar da origem humilde, conseguiu alcançar a mais alta posição dentro da literatura nacional e mundial, o que fez Machado de Assis um exemplo de determinação.

Obras:
--1º poema publicado – "Ela" (1855)
--1º livro de poesias – "Crisálidas" (1864)
--1º romance – "Ressurreição" (1872)
--a peça "Tu, só tu, puro amor" (1880), foi levada à cena no Imperial Teatro Dom Pedro II
--de 1881 a 1897 publicou na Gazeta de Notícias suas melhores crônicas
--em 1881 saiu o livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas" que havia sido publicado em folhetins na Revista Brasileira de 1879 a 1880.
--em 1882 publicou o conto "Papéis avulsos"
--escreveu 9 romances: Ressurreição, A mão e a luva, Helena, Iaiá Garcia, Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacob e Memorial de Aires. As primeira obras são românticas, reflexos da influência européia, mas já esboçam situações insípidas e mesmo vulgares, como também traços da crise espiritual que aparece a partir de Brás Cubas, romance que inaugura a fase de maturidade do escritor.
Entre os tipos Machadianos, sempre estranhos e contraditórios estão: Capitu, Virgília, Flora e Brás Cubas.
--escreveu 13 peças, sendo as principais: Tu, só tu, puro amor, Não consultes médico, Depois da missa e Lição de Botânica.
--algumas poesias: A mosca azul, Círculo vicioso, À Carolina, Soneto de Natal, Uma criatura e No alto. Como poeta, Machado de Assis não foge à influência da geração romântica, mas seus versos revelam uma severa preocupação formal, tanto na linguagem como na metrificação.
--alguns contos: Uns braços, Trio em lá menor, Missa do galo, Cantiga de esponsais, O espelho, O alienista, Teoria do medalhão e D. Benedita. Pode-se dizer que antes de Machado de Assis, o conto, como tradição literária, não existia no Brasil. O conto machadiano, perfeito estilo, humor e reflexão, jamais descreve: fala.
--crônicas: foi um dos maiores cronistas do Brasil: ágil, espirituoso, sempre atento aos acontecimentos, capta e ridiculariza a alma carioca de sua época, projetando-a humoristicamente.

Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura e encabeçada pelo presidente da ABL, organizou e publicou na Civilização Brasileira, as Edições Críticas de Obras de Machado de Assis, em 15 volumes, reunindo contos, romances e poesias.

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