BANDAS DE ENERGIA EM SÓLIDOS

 

 

 

De acordo com a mecânica quântica, os elétrons dum átomo não podem possuir um qualquer nível de energia, mas apenas alguns, determinados pelos números quânticos. Com base nestes conceitos é possível desenhar um diagrama de níveis de energia. Este diagrama é constituído por linhas horizontais paralelas, cada uma correspondente a um nível de energia. O nível de energia de um elétron determina a sua maior ou menor ligação ao átomo. Os elétrons das camadas internas estão fortemente ligados ao núcleo do átomo, o que corresponde a terem menos energia que os restantes. Quanto maior for o nível de energia (camadas externas), menor é a ligação ao átomo. Numa estrutura cristalina, os elétrons nas camadas internas não são afetados pelos átomos vizinhos, só interessando considerar os elétrons das camadas externas. Além disso, os níveis de energia estão muito próximos, de modo que se pode falar de bandas de energia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ISOLANTES

 

Num isolante, os elétrons das camadas externas têm níveis de energia na chamada banda de valência. A chamada banda de condução, correspondente a níveis de energia para os quais os elétrons se libertam do átomo (elétrons livres), está vazia de elétrons e separada da banda de valência pela chamada banda proibida. Como o nome sugere, não há níveis de energia nesta banda que possam ser ocupados por elétrons. Se os elétrons de valência receberem energia suficiente para atingirem os níveis da banda de condução, tornam-se livres. Num material isolante a banda proibida é muito grande (é preciso muita energia para um elétron da banda de valência passar para a banda de condução). Por isso, praticamente não há elétrons na banda de condução. Não havendo elétrons livres, a aplicação de um campo elétrico não dá origem a qualquer corrente.

No caso de um cristal de diamante, a largura da banda proibida é cerca de 6 eV (elétron-Volt).

 

 

 

CONDUTORES

 

Num condutor metálico, existe uma sobreposição das bandas de valência e de condução, o que significa que, à temperatura ambiente, há elétrons originários da banda de valência com níveis de energia de condução, de forma que, ao ficarem sujeitos a um campo elétrico, facilmente se deslocam pelo metal, constituindo uma corrente elétrica.

 

 

 

SEMICONDUTORES

 

Um semicondutor é um caso intermédio entre um isolante e um condutor. Neste caso, a largura da banda proibida é relativamente pequena, da ordem de 1 eV. Para os casos dos semicondutores mais usados na indústria eletrônica, os valores da largura de banda são, à temperatura de 0 K, 0,785 eV para o germânio e 1,21 eV para o silício. A temperaturas baixas, os materiais semicondutores são praticamente isolantes, porque não é possível normalmente fazer passar um elétron da banda de valência para a de condução, por aplicação de um campo elétrico externo. Por aumento da temperatura é possível a transição de alguns elétrons da banda de valência para a de condução, tornando o material ligeiramente condutor ou semicondutor. Os elétrons que abandonam a banda de valência deixam nesta uma lacuna ou buraco, que corresponde a uma carga positiva. Quando outro  elétron ocupar este nível, isso corresponde a uma deslocação da carga positiva. Um semicondutor puro, com as caraterísticas indicadas, chama-se semicondutor intrínseco. Existem semicondutores chamados extrínsecos, que resultam de semicondutores intrínsecos dopados com átomos de outras substâncias (chamadas impurezas), que alteram o seu comportamento elétrico e são a base dos componentes eletrônicos semicondutores.

De acordo com a explicação dada anteriormente, os semicondutores são muito sensíveis à temperatura.

 

 

 

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