A Cronologia de um conflito que já dura 53 anos

 

 

12 de outubro de 2000
Três soldados israelenses são mortos por uma multidão de palestinos em Ramallah, na Cisjordânia. Israel retalia bombardeando postos policiais palestinos em Ramallah e na cidade de Gaza. A Autoridade Palestina divulga que considera os ataques uma "declaração de guerra".

28 de setembro de 2000
O líder direitista israelense Ariel Sharon visita a região do Monte do Templo (Esplanada das Mesquitas para os árabes). Uma multidão de palestinos encara o ato como provocação e realiza protestos que acabam em confronto com o exército israelense. Nas duas semanas seguintes, os confrontos se espalham pela Faixa de Gaza e pela Cisjordânia, deixando mais de 100 mortos (a maioria absoluta é formada por de palestinos).

25 de julho de 2000
Um encontro com Ehud Barak e Yasser Arafat promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, em Camp David, chega ao final sem um acordo de paz definitivo. Nos meses seguintes, novas tentativas de reunir os líderes de Israel e da Autoridade Palestina também não terão resultados concretos.

10 de junho de 2000
Morre o presidente Hafez al-Assad, da Síria. Em seu lugar, assume o governo seu filho, Bashar al-Assad. O processo de paz no Oriente Médio entra em nova fase de incertezas.

26 de março de 2000
O presidente dos EUA, Bill Clinton, encontra o líder sírio Hafez al-Assad em Genebra, mas não consegue convencê-lo a retomar as negociações com Israel..

21 de março de 2000
Israel finalmente entrega à administração da Autoridade Palestina 6,1% do território da Cisjordânia. É a última parte definida originalmente no acordo de Wye River, em 1998. Palestinos e israelenses se reúnem para novas negociações em Washington.

13 de fevereiro de 2000
Negociações sobre o tatus definitivo da Autoridade Palestina entram em impasse depois de vencer o prazo para que fosse firmado um acordo preliminar.

3 de fevereiro de 2000
Encontro entre Ehud Barak e Yasser Arafat, para tentar colocar em prática a retirada das tropas israelenses da Cisjordânia, como foi estabelecido no acordo de Wye.

15 de dezembro de 1999
Barak se encontra em Washington com o ministro do exterior da Síria, Farouk al-Shara, para a mais importante reunião já realizada entre representantes dos 2 países. As negociações entre Israel e Síria são retomadas no ano seguinte, mas suspensas em 17 de janeiro, sem maiores esclarecimentos. O fracasso das reuniões provoca uma nova onda de violência no Líbano.

6 de dezembro de 1999
As negociações para definir o tatus definitivo da Autoridade Palestina emperram com a saída dos representantes palestinos da mesa de discussões, em protesto à construção de novos assentamentos de judeus na Cisjordânia. O primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, no dia seguinte anuncia a paralisação das obras de construção de 1800 casas para judeus nos arredores de Jerusalém.

8 de novembro de 1999
Retomada das negociações entre Israelenses e Palestinos, para definir o status definitivo da Autoridade Palestina.

5 de setembro de 1999
Os israelenses e palestinos assinam um tratado de revisão, baseado no acordo de Wye, com o objetivo de dar novo alento ao processo de paz no Oriente Médio.

19 de maio de 1999
O líder do Partido Trabalhista de Israel, Ehud Barak, é eleito primeiro-ministro, sucedendo Binyamin Netanyahu. Barak promete governar em nome de todos os israelenses.

7 de fevereiro de 1999
Morre o rei Hussein da Jordânia, que liderou as iniciativas para promover a normalização das relações entre os países Árabes e Israel. O primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu lamenta a perda, e diz que a dor do povo israelense "é quase a mesma que a do povo da Jordânia".

4 de janeiro de 1999
O Parlamento israelense aprova a antecipação das eleições para 17 de maio, depois que desaba a coalizão que sustentava no poder o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. O fim da coalizão foi reflexo direto do esforço do primeiro-ministro para implementar os termos do acordo de Wye. O governo israelense suspende o cronograma para implementação do acordo.

23 de outubro de 1998
Netahyahu assina o acordo de Wye, que determina a saída das tropas israelenses de parte da Cisjordânia, que passaria ao controle da Autoridade Palestina. O primeiro-ministro cede assim à pressão dos EUA, que pedem o fim de 18 meses de estagnação no processo de paz. No acordo, fica estabelecido que, cada vez que os Palestinos cumpras os compromissos assumidos com Israel, as tropas israelenses vão se retirar de uma porcentagem do território.

25 de setembro de 1997
Agentes de segurança israelenses, se fazendo passar por turistas canadenses, fracassam na tentativa de assassinar um líder militar do grupo Hamas na Jordânia, provocando uma crise nas relações entre Israel, a Jordânia e o Canadá. A Jordânia força Israel a compensar a ação libertando o líder espiritual do Hamas, Sheikh Ahmad Yassin.

4 de setembro de 1997
Um atentado suicida em um shopping center de Jerusalém mata 5 israelenses.

21 de março de 1997
Uma bomba em um café de Tel Aviv mata um palestino e três israelenses, e fere 42 pessoas.

18 março 1997
Israel desafia a opinião pública mundial ao dar início ao assentamento de Har Homa, completando o círculo de assentamentos judeus em Jerusalém oriental.

17 janeiro 1997
Israel entrega 80% dos assentamentos de Hebron à Autoridade Palestina, mas assegura o restante onde várias centenas de colonos judeus convivem entre 20 mil palestinos.

Setembro 1996
Conflitos violentos matam 61 árabes e 15 soldados israelenses durante a abertura de um túnel arqueológico pelos israelenses em Jerusalém.

29 maio 1996
Eleições do primeiro-ministro e parlamento israelense. Shimon Peres perde a eleição para Binyamin Netanyahu, que se posicionou durante a campanha contra o programa de paz de Rabin-Perez sob o slogan: "paz com segurança".

11 abril 1996
Israel começa um bombardeio de 17 dias no Líbano, a Operação Vinhas da Ira. Guerrilheiros do Hezbollah atacam áreas ao norte de Israel. Em 18 de abril, Israel ataca uma base das Nações Unidas em Qana, matando 1800 civis abrigados ali. Um relatório da ONU diz que o ataque foi intencional, mas Israel nega. A violência termina com um acordo verbal para acabar com a morte de civis, mas esse acordo é quebrado de tempos em tempos.

Fevereiro/março 1996
Ataque suicida do Hamas, matando 57 israelenses. Peres suspende as negociações com a Síria.

Novembro 1995/março 1996
Peres decide retomar negociações de paz com a Síria. Um progresso considerável é conseguido em Wye, em Maryland, nos EUA.

4 novembro 1995
O primeiro-ministro Yitzhak Rabin é assassinado por Yigal Amir, um estudante judeu ortodoxo que se opunha à retirada de Israel da Cisjordânia. Shimon Peres se torna primeiro-ministro.

28 setembro 1995
Arafat e Rabin assinam o acordo de Taba (conhecido como Oslo II) em Washington, para expandir o autogoverno palestino na Cisjordânia e Gaza e permitir eleições palestinas.

26 outubro 1994
O acordo de paz entre Israel e Jordânia é assinado.

1 julho 1994
Arafat faz um retorno triunfal a Gaza para assumir sua nova posição como chefe da Autoridade Palestina, depois de quase doze anos comandando a OLP em Túnis.

Maio 1994
Israel e a OLP chegam a um acordo no Cairo sobre a implementação inicial do acordo de Oslo, incluindo uma retirada israelense de 60% da Faixa de Gaza (excluindo assentamentos israelenses) e a cidade de Jericó, na Cisjordânia O acordo do Cairo previa outras retiradas de áreas a serem acordadas nos territórios ocupados. Um período de cinco anos tem início, onde deverão ser discutidas questões relativas a Jerusalém, assentamentos, refugiados palestinos e soberania.

25 fevereiro 1994
Um colono judeu promove um massacre de 29 palestinos que oravam na mesquita principal Hebron.

13 de setembro 1993
Yasser Arafat e o primeiro-ministro de Israel Yitzhak Rabin assinam a Declaração de Princípios, em Washington, baseada nas conversas de Oslo. Israel reconhece a OLP e dá autonomia limitada à organização; em retorno, quer a paz e o fim da reivindicação do território israelense.

25 de julho 1993
Após a morte de sete soldados israelenses no sul do Líbano, Israel lança a Operação "Responsabilidade", durante a qual o exército israelense faz seu maior ataque ao sul do Líbano desde 1982. Cerca de 300 mil civis libaneses fogem para o norte do país, durante o ataque que durou uma semana.

Janeiro 1993
Começam conversações secretas entre Israel e a OLP, em Oslo.

Outubro 1991
Abertura da Conferência de Paz de Madri, com delegações de Israel, Síria, Jordânia, Líbano e os palestinos. Tem início também conversações paralelas entre Jordânia e Israel e Síria e Israel.

14 dezembro 1988
Yasser Arafat condena todas as formas de terrorismo e reconhece o Estado de Israel. O presidente norte-americano Ronald Reagan autoriza os Estados Unidos para iniciar um "diálogo substantivo" com a OLP, apesar de Israel permanecer hostil.

9 dezembro 1987
A "intifada" palestina contra Israel tem início na Cisjordânia e em Gaza. Jovens manifestantes palestinos atiram pedras em soldados israelenses nos territórios ocupados; os militares respondem com prisões e deportações. Mais de 20 mil pessoas são mortas ou feridas.

1983-1985
Israel faz retirada em fases do Líbano, exceto nas "zonas de segurança", no sul do país.

16 setembro 1982
Milícias cristãs aliadas de Israel entram nos campos de refugiados de Sabra e Shatila em Beirute e massacram dois mil palestinos desarmados; antes disso, membros da OLP foram forçados por Israel a se retirar do Líbano.

6 junho 1982
Israel invade novamente o Líbano para forçar a retirada da Organização pela Libertação da Palestina, liderada por Yasser Arafat.

Setembro 1978
Egito, Israel e os Estados Unidos assinam acordos em Camp David. Israel concorda em devolver o Sinai ao Egito em troca da paz e da normalização das relações.

Março-junho 1978
Israel invade o sul do Líbano e ocupa uma faixa ao sul do rio Litani para proteger sua fronteira norte.

4 julho 1976
Comandos israelenses resgatam 98 reféns israelenses e judeus em Entebbe, Uganda, na África, aprisionados por palestinos que seqüestraram um avião Airbus da Air France.

6 outubro 1973
Egito e Síria atacam forças israelenses no Sinai e nas Colinas de Golã no feriado judaico do Yom Kippur. Após algumas vitórias iniciais, eles são forçados a se retirar pelos contra-ataques israelenses.

5 setembro 1972
Atiradores palestinos matam 11 atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique.

5 junho 1967
Israel ataca simultaneamente Egito, Síria e Jordânia, após destruir a força aérea síria em um ataque surpresa. A Península de Sinai e a Faixa de Gaza são capturadas do Egito, as Colinas de Golã são tomadas da Síria e a Cisjordânia e o leste de Jerusalém, da Jordânia. Israel comemora sua vitória dramática - em que mais do que o dobro do seu território foi capturado - como a Guerra dos Seis Dias; para os árabes, tratou-se da al-Naqsa, um contratempo.

1956
O Egito captura o Canal de Suez. Grã-Bretanha e França conspiram para retomar o canal com a ajuda israelense. Israel invade o Sinai em outubro; Grã-Bretanha e França "intervém" e ocupam a zona do canal, mas se retiram diante da pressão norte-americana.

1948
Colonos judeus proclamam o Estado de Israel (maio). Tropas britânicas se retiram. Começa a luta com vizinhos árabes, que termina em outubro de 1949. Cerca de 700 mil palestinos saem ou são retirados da área que tinha sido até então a Palestina, sob mandato britânico. Israel anexa grandes áreas de terra. Jordânia e Egito asseguram a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, respectivamente. O controle de Jerusalém é dividido entre Israel, na porção ocidental, e a Jordânia, na porção oriental.

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