Hitórias Germânicas

Nibelungen ou Eda


Nibelungen: Designa-se por este nome:
1) na mitologia germânica um povo de anões que possuía grandes tesouros; foram conquistados por Siegfried, e, após a morte deste herói, caíram em poder dos burgúndios, que, a partir de então, se chamaram Nibelungen.

2) poema épico descoberto em 1751 mas que provavelmente foi escrito no século XIII ou no fim do século XII.Narra a história de Cremilda e de Siegfried...

Cremilda tem um sonho onde vê um falcão que é morto por duas águias. conta para a mãe e esta explica-lhe que o falcão representa um nobre esposo, que bem cedo perderá se Deus o não conservar. Logo em seguida aparece Siegfried*, moço belo, e com fama de ter vivido extraordinárias aventuras. Ouvira falar da formosura de Cremilda e viera decidido a conquistar-lhe o amor. Enquanto isso Gúnter, irmão da jovem, apaixonara-se por Brunilda, que exigia difíceis provas dos pretendentes à sua mão. Siegfried decide ajudá-lo, com a condição de lhe prometer a mão de Cremilda. Gúnter concorda e Siegfried o leva à vitória, oculto no manto que o tornava invisível. Brunilda tem magnífica recepção em Worms e Siegfried se torna esposo da formosa Cremilda. Brunilda irrita-se por Gúnter ter concedido a Cremilda e a Siegfried, meros vassalos, lugares de honra. Mas o tempo passa e Siegfried torna-se rei; dez anos mais tarde Brunilda pede ao marido que convide Siegfried a vir a Worms, onde ele e a família serão magnificamente recebidos. Porém um trágico mal-entendido leva Cremilda e Brunilda a tremenda discussão e a primeira ofende a segunda. Hágen* promete vingar Brunilda. Faz correr os rumores de uma próxima guerra, e consegue, por intermédio de Cremilda, conhecer o único ponto vulnerável no corpo de Siegfried. Verificou-se, então, que os boatos da guerra eram falsos, e todos resolvem caçar. Quando Siegfried vai beber água, Hágen o ataca e o mata.

Na igreja, onde se velava o corpo, Hágen aproxima-se do cadáver e as feridas se reabrem, sangrando: denunciado o assassino.

Treze longos anos se passaram. Cremilda entregara o tesouro, conquistado por Siegfried; Hágen, contudo, temeroso do seu poder, o escondera. Tudo indicava que Cremilda fora derrotada para sempre.

Mas Etzel, rei dos hunos, pediu-lhe a mão e Cremilda só aceita tal casamento com o fito na vingança. De fato, logo ela dá um filho a Etzel e ganha a simpatia geral dos hunos. Pediu, então, ao marido, que convidasse o irmão a visitar a corte. Hágen se opõe, mas os demais acham oportuno aceitar o convite e destarte selar definitivamente as pazes. Os visitantes, contudo, chegam armados. Cremilda e Hágen trocam palavras rancorosas. Os hóspedes são levados à sala dos banquetes, depois que Hágen, orgulhosamente, se proclama autor da morte de Siegfried.

No dia imediato, Cremilda consegue, após muita insistência, que os cavaleiros de Gúnter sejam assaltados; um único sobrevivente corre a levar a notícia. Hágen, na mesma hora, corta a cabeça do filhinho de Cremilda e de Etzel; seguem-se cenas cruéis e sangrentas; 20 000 guerreiros cercam os soldados de Gúnter; Cremilda ordena que ateiem fogo ao palácio no qual se acham os burgúndios; estes, no meio do calor medonho, bebem o sangue que escorre das feridas dos mortos. Por fim só há dois vivos, Gúnter e Húgen, que são aprisionados; Cremilda pergunta-lhes pelo tesouro de Siegfried, mas Hágen jura que não revelar  o segredo enquanto permanecer vivo algum senhor de quem seja vassalo. Cremilda manda decapitar Gúnter, e Hágen, triunfante, se regozija: só ele conhece o esconderijo e jamais o revelará a alguém. Cremilda, ento, o mata com as próprias mãos.

Hildebrando, personagem secundária, treme de horror ante tão longa série de crimes, e, para pôr fim a tudo, destrói ele próprio Cremilda.


Eda: O nome significa bisavó, mas é como são chamadas duas coleções de tradições que juntam toa a mitologia escndinavia. No primeiro, que é escrito em verso, vem o nome de Soemond Sigfuson (Soemond, o sábio), sacerdote islandês que quis conservar as ruínas das velhas crenças pagãs. Nele são 35 poemas que cantam os Deuses e os heróis. Já no segundo Eda, coletado por Snorro Sturleson, é em prosa comenta o primeiro Eda e preenche buracos deixados. E forma a mais completa exposição de dogmas religiosos, abrangendo a arte poética, lendas mitológicas e heróicas.


(*) Cavaleiros do Zodíaco, se lembram?