IEMANJÁ

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Cor: azul claro e verde, nos tons do mar.
Símbolo: Abebê (espelho, símbolo das águas em geral)
Dia da Semana: Sábado
Numero: 10
Comida: arroz com mel
Saudação: Odô Iyá!

 

Descrição
YEMANJÁ = Ye + omo + eja = mãe dos filhos peixes, ou, Yèyé omo ejá (Mãe cujos filhos são peixes).O cristal representa seu poder genitor e sua interioridade (filhos contidos em si mesma). Representa a gestação e a procriação. Em alguns mitos considera-se mulher de Òrányàn (descendente de Oduá e fundador de Oyó) de quem ela concebeu Sàngó (Ancestre dicino da dinastia dos Àlàfin de Òyó).
            A mãe dos orixás, esposa de Òrìnsànlá. No Brasil é a deusa do mar, da água salgada, enquanto na Nigéria, a deusa de um rio, e orixá dos Egbá, onde existe o rio Yemoja. Também a deusa do encontro das águas do rio e do mar. A mais antiga é Iyá Sagba , que quer dizer, A Mãe que passeia sobre as ondas.
            Suas cores são o azul claro, branco e azul e o cristal, sua saudação, Odoyiá = Mãe do rio. Sábado é o seu dia consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Seu dia consagrado é 2 de fevereiro
            Segundo algumas fontes; Orixá dos rios e correntes, especialmente do Rio Ogun, na África seria folha de Obatalá e Oduduwá, casada com Oranyian, fundador mítico de Oyó, teria sido esposa de Aganjú, e com ele teve um filho Orùngan, que a violou e dela são descendentes outros quinze orixás: Dadá, Sangó, Ògún, Olokun, Olosá, Oyá, Òsun , Obá, Oko, Oke, Saponan; Òrun (sol) e Osupá (lua); Ososo e Aje Saluga (orixá da riqueza). Seus diversos nomes são relativos aos diferentes lugares profundos (ibù) do rio.

 

 

Qualidades

Yemanjá Ogunte (esposa de Ogum Alagbedé)
Yemanjá Saba (fiadeira de algodão, foi esposa de Orunmilá)
Yemanjá Sesu/Susure (voluntariosa e respeitável, mensageira de olokun)
Yemanjá Tuman/Aynu/Iewa
Yemanjá Ataramogba/Iyáku (vive na espuma da ressaca da maré)
Iya Masemale/Iamasse (mãe de Xangô)
Awoyó/Iemowo (a mais velha de todas, esposa de Oxalá)
EWÁ

 

Arquétipos

São pessoas imprevisíveis como as ondas, ciumentas, esposas e mãe zelosas, perdoam mas não esquecem, são muito desconfiadas, fazem as coisas e tiram o corpo fora, aparentemente calmas, dão para os negócios, se forem magras fogem do conceito, e se tornam perigosas, exigentes, não respeitam a posição assumida.
São voluntariosos, fortes, rigorosos, protetores, altivos e algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Têm sentido de hierarquia, fazem-se respeitar, são justos e formais. Porém à prova as amizades que lhe são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se perdoam, não esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérios. Se possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Têm tendência a vida suntuosa, mesmo se as possibilidades não lhes permitam tal falso.

 

Ervas

Teté = Bredo sem espinhos
Orim-rim = Alfavaquinha
Odum-dum = Folha da costa
Efim = Malva branca
Omin-ojú = Golfo branco
Jacomijé = Jarrinha
Ibin = Folha de bicho
Já = Capeba
Obaya = Beti-cheiroso
Ìróko = Folha de loko
Tinin = Folha de neve branca, cana-do-brejo
Ereximominpala = Golfo de baronesa
Teterégún = Canela de macaco
Monam = Parietária
Jamim = Cajá
Obô = Rama de leite

 

Oferenda

Manjar para Yemanjá

Ingredientes:
250g. de creme de arroz
1 pescada inteira
azeite de oliva
Modo de preparo:
Faça um mingau com o creme de arroz e água e uma pitada de sal. Limpe a pescada e asse-a na oliva. Coloque o mingau numa travessa de louça deixe esfriar e coloque a pescada assada sobre o manjar, regue com oliva.

 

Lendas

Sem Título 1

 Olodumare fez o mundo e repartiu entre os orisás vários poderes, dando a cada um reino para cuidar.
 A Exú deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas. A Ogum o poder de forjar os utensílios para agricultura e o domínio de todos os caminhos. A Osóssi o poder sobre a caça e a fartura. A Obaluaê o poder de controlar as doenças de pele. Osunarê seria o arco-íris, embelezaria a terra e comandaria a chuva, trazendo sorte aos agricultores. Sango recebeu o poder da justiça e sobre os trovões. Oyá reinaria sobre os mortos e teria poder sobre os raios. Euá controlaria a subida dos mortos para o orum, bem como reinaria sobre os cemitérios. Osun seria a divindade da beleza, da fertilidade das mulheres e de todas as riquezas materiais da terra, bem como teria o poder de reinar sobre os sentimentos de amor e ódio. Nanã recebeu a dádiva, por sua idade avançada, de ser a pura sabedoria dos mais velhos, além de ser o final de todos os mortais; nas profundezas de sua terra, os corpos dos mortos seriam recebidos. Além disso do seu reino sairia a lama da qual Osalá modelaria os mortais, pois Odudua já havia criado o mundo. Todo o processo de criação terminou com o poder de Osogyian que inventou a cultura material.
 Para Yemanjá, Olodumare destinou os cuidados da casa de Osalá, assim como a criação dos filhos e de todos os afazeres domésticos.
 Yemanjá trabalhava e reclamava de sua condição de menos favorecida, afinal, todos os outros deuses recebiam oferendas e homenagens e ela, vivia como escrava.
 Durante muito tempo Yemanjá reclamou dessa condição e tanto falou, nos ouvidos de Osalá, que este enlouqueceu. O ori (cabeça) de Osalá não suportou os reclamos de Yemanjá.
 Osalá ficou enfermo, Yemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e, em poucos dias, utilizando-se de ori (banha vegetal), de omi-tutu (água fresca), de obi (fruta conhecida como nóz-de-cola), eyelé-funfun (pombos brancos) e esò (frutas) deliciosas e doces, curou Osalá.
 Osalá agradecido foi a Olodumare pedir para que deixasse a Iemanjá o poder de cuidar de todas as cabeças. Desde então Iemanjá recebe oferendas e é homenageada quando se faz o bori (ritual propiciatório à cabeça) e demais ritos à cabeça.

 

Sem Título 2

Yemanjá seria a filha de Olokum, deus (em Benin e em Lagos) ou deusa (em Ifé) do mar. Foi casada pela primeira vez com Orunmyila, senhor das adivinhações, depois com Olofin-Oduduá, Rei de Ifé, com quem teve dez filhos, que se tornaram Orisás.
De tanto amamentar seus filhos, seus seios ficaram enormes. Esta foi a origem dos desentendimentos com o marido. Embora ela já o houvesse prevenido, dizendo-lhe que jamais toleraria que ele ridicularizasse os seus seios, uma noite o marido, que havia se embriagado com vinho de palma, não mais podendo controlar suas palavras, fez comentários sobre seus seios volumosos.
Tomada de cólera, Yemanjá fugiu em direção ao oeste, o "escurecer da terra". Olokun lhe havia dado outrora, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois "não-se-sabe-jamais-o-que-pode-acontecer-amanhã". E assim Yemanjá foi instalar-se à oeste de Abeokutá, alusão à migração dos Egbás.
Olofin-Oduduá lançou seu exército à procura de Yemanjá. Esta, cercada, em vez de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na mesma hora, levando-a para Okun, o mar, lugar de residência de Olokun.

 

Oração

Odoiá, Odoiá, Iemanjá
Rainha das Ondas, sereia do mar.
Como é belo seu canto, senhora!
Quem escuta chora, mãe das águas,
do oceano, soberana das águas.
Dê-me sucesso, progresso e vitória.
Abra meus caminhos no amor e cuide
de mim. Que as águas sgradas do
oceano lavem minha alma e meu ser.
Abençõe, mãe, minha família e meus
amigos. Permita que o amor seja
nossa maior fonte de energia.
Sou suas águas, suas ondas, e a
senhora cuida dos meus caminhos.
Iemanjá, em seu poder eu confio. Axé!