É a detentora
do segredo de todas as ervas existentes. Cada divindade tem as suas ervas e
folhas particulares, mas só Òsányìn conhece profundamente o poder ou axé das
folhas. O poder de Òsányìn está num pássaro que é o seu mensageiro. Este
pássaro voa por toda parte do mundo e pousa em cima da cabeça de Òsányìn para
lhe contar todos os acontecimentos. Este pássaro é um simbolismo bastante
conhecido das feiticeiras freqüentemente chamadas de elewú-eiyé, ou seja,
"proprietárias do pássaro-poder".
Òsányìn vive na floresta em companhia de àroni, um anãozinho de uma perna só
que fuma um cachimbo feito de casca de caracol enfiado num talo oco cheio de
suas folhas favoritas.A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia
pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do axé - o poder -
imprescindível até mesmo aos próprios deuses. As folhas nascidas das árvores e
as plantas constituem uma emanação direta do poder sobrenatural da terra
fertilizada pela chuva (água-sêmem) e, com esse poder, a ação das folhas podem
ser múltiplos, para diversos fins. As folhas como as escamas e penas, são e
representam o procriado. Elas representam o "sangue-preto", axé do culto.
OSSAIN possui um poder ao mesmo tempo benéfico e perigoso.
O
Eye é um pássaro que o representa, o Igbá Òsányin é seu emblema, confeccionado
com ferro, e simboliza uma árvore de sete ramos com um pássaro em sua haste
central, o ferro reforça a ligação com o axé do preto mineral, e o pássaro é a
relação folha-pena e elemento procriado. Nada se faz no candomblé sem este
orixá, as folhas sagradas, para tudo se usa, na iniciação há um borí
específico para Ossain, a cabeça do neófito é lavada com um líquido composto
de folhas associadas a diversos orixás, mas dependentes, em última instância,
para seu efeito, da colaboração de Ossain. Há um encarregado de recolher as
folhas frescas no mato e prepará-las, é chamado olósàyin.
A
colheita das folhas deve ser feita com extremo cuidado, para não destruir a
árvore que as dá, e que possam se renovar, seguindo um preceito próprio, para
entrar no seu reino, fazer a colheita e prepará-las. Ossain vive na floresta,
em companhia de Àrònì, um anãozinho, que tem uma única perna, e fuma um
cachimbo feito de casca de caracol. Por causa dessa união com Àrònì, Ossain é
saudado "Holá!" -
proprietário-de-uma-única-perna-que-como-o-proprietário-de-duas-pernas! alusão
às oferendas de galos e pombos que possuem duas patas, feitas a Ossain Àrònì
que possui apenas uma perna; razão pela qual no ato se "cravejar" tira-se
apenas, uma perna do animal. Suas cores são verde e branco.
Os
Oloòsányìn ou Babalòsányìn são também chamados de ònìsegun, "curandeiros" em
virtude de suas atividades no domínio das plantas medicinais.Um Babalòsányìn
quando vai colher as plantas está num total estado de pureza: abstem-se de
relações sexuais, na noite anterior, e vai para floresta durante a madrugada
sem dirigir a palavra a ninguém.
Além disso,
arreia uma oferenda a Òsányìn na entrada da floresta no intuito de pedir
licença, para colher as ervas para seus trabalhos. Ainda ao entrar na mata
mastiga durante algum tempo elementos mágicos como obì ou pimenta da costa. As
folhas e as plantas constituem a emanação direta do poder da terra fertilizada
pela chuva. São como as escamas e as penas que representam o procriado.
O sumo das
folhas é também chamado de èjé ewé ou "sangue das folhas" e é um dos axés mais
poderosos que traz em si o poder do que nasce e do que advém. No ato de se
macerar as folhas, entoa-se cânticos chamados de sàsányin. Suas cores são
verde e branco. Quinta-feira é o seu dia consagrado assim como 5 de outubro.
São pessoas
frágeis, saúde delicada, esforçados, volúveis, sem ambições, estudiosos,
sonhadores, esquisitos e desligados, preservam a liberdade, propenso a
homossexualidade, dotados de muita energia, prestativos, carentes
desinteressados, ligados a família, mas gostam de viver de forma independente.
Pessoas
equilibradas e capazes de controlar seus sentimentos e emoções , não deixam
suas simpatias e antipatias interfirirem nas suas decisões ou influenciarem
suas opiniões das pessoas ou acontecimentos, aqueles que não tem uma concepção
estreita da moral e da justiça.
Corte o abacate
no meio e tire a semente, coloque as duas parte numa travessa com a polpa
virada para cima. Numa panela misture o amendoim e o açúcar e mexa até
derreter o açúcar, derrame essa mistura sobre o abacate. Enfeite com pedaços
de fumo em corda e as 7 folhas de louro.
Ossain havia recebido de Olodumaré o segredo
das ervas. Estas eram de sua propriedade e ele não as dava a ninguém, até o
dia em que Xangô se queixou à sua mulher, Oyá , senhora dos ventos, de que
somente Ossain conhecia o segredo de cada uma dessas folhas e que os outros
orixás estavam no mundo sem possuir nenhuma planta.
Oyá levantou as saias e agitou-as
impetuosamente. Um vento violento começou a soprar. Ossain guardava o segredo
das ervas numa cabaça pendurada num galho de árvore. Quando viu o que vento
havia soltado a cabaça, e , que esta tinha se quebrado ao bater no chão, ele
gritou 'Ewé O! Ewé O!' - 'Oh! As folhas! Oh! As folhas! -, mas não pode
impedir que os orixás as pegassem e as repartissem entre si.
Sem Título 2
Òsanyin era o nome de um escravo que foi
vendido a Orunmila. Um dia ele foi à floresta a lá conheceu Aroni, que sabia
tudo sobre as plantas. Aroni, o gnomo de uma perna só, ficou amigo de Òsanyin
e ensinou-lhe todo o segredo das ervas.
Um dia, Orunmilá, desejoso de fazer uma
grande plantação, ordenou a Òsanyin que roçasse o mato de suas terras. Diante
de uma planta que curava dores, Òsanyin exclamava: "Esta não pode ser cortada,
é as erva as dores". Diante de uma planta que curava hemorragias, dizia: "Esta
estanca o sangue, não deve ser cortada". Em frente de uma planta que curava a
febre, dizia: "Esta também não, porque refresca o corpo". E assim por diante.
Orunmilá, que era um babalaô muito procurado
por doentes, interessou-se então pelo poder curativo das plantas e ordenou que
Òsanyin ficasse junto dele nos momentos de consulta, que o ajudasse a curar os
enfermos com o uso das ervas miraculosas. E assim Òsanyin ajudava Orunmilá a
receitar a acabou sendo conhecido como o grande médico que é.
Sem Título 3
Òsanyin, filho de Nanã e irmão de Osumare, Ewá
e Obaluayê, era o senhor das folhas, da ciência e das ervas, o Orisá que
conhece o segredo da cura e o mistério da vida. Todos os Orisás recorriam a
Òsanyin para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam
de Òsanyin na luta contra a doença. Todos iam à casa de Òsanyin oferecer seus
sacrifícios. Em troca Òsanyin lhes dava preparados mágicos: banhos, chás,
infusões, pomadas, abô, beberagens.
Curava as dores, as feridas, os sangramentos;
as disenterias, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos
corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de
todos os males.
Um dia Sango, que era o deus da justiça,
julgou que todos os Orisás deveriam compartilhar o poder de Òsanyin,
conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura.
Sango sentenciou que Òsanyin dividisse suas
folhas com os outros Orisás. Mas Òsanyin negou-se a dividir suas folhas com os
outros Orisás. Sango então ordenou que Iansã soltasse o vento e trouxesse ao
seu palácio todas as folhas das matas de Òsanyin para que fossem distribuídas
aos Orisás. Iansã fez o que Sango determinara. Gerou um furacão que derrubou
as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio de Sango.
Òsanyin percebeu o que estava acontecendo e gritou:
- "Euê Uassá!". "As folhas
funcionam!"
Òsanyin ordenou às folhas que voltassem às
suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Òsanyin. Quase todas as folhas
retornaram para Òsanyin. As que já estavam em poder de Sango perderam o Axé,
perderam o poder da cura.
O Orisá Rei, que era um Orisá justo, admitiu
a vitória de Òsanyin. Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de
Òsanyin e que assim devia permanecer através dos séculos. Òsanyin, contudo,
deu uma folha para cada Orisá, deu uma euê para cada um deles.
Cada folha com seus axés e seus efós, que são
as cantigas de encantamento, sem as quais as folhas não funcionam. Òsanyin
distribuiu as folhas aos Orisás para que eles não mais o invejassem. Eles
também podiam realizar proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos
ele guardou para si. Òsanyin não conta seus segredos para ninguém, Òsanyin nem
mesmo fala. Fala por ele seu criado Aroni. Os Orisás ficaram gratos a Òsanyin
e sempre o reverenciam quando usam as folhas.
Sem Título 4
Òrúnmílá dá a Òsanyìn o nome das plantas. Ifá
foi consultado por Òrúnmílá que estava partindo da terra para o céu e que
estava indo apanhar todas as folhas. Quando Òrúnmílá chegou ao céu Olódùmaré
disse, eis todas as folhas que queria pegar o que fará com elas? Òrùnmílá
respondeu que iria usá-las, disse que, iria usá-las para beneficio dos seres
humanos da Terra. Todas as folhas que Òrunmílá estava pegando, Òrúnmílá
carregaria para a Terra. Quando chegou à pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (pedra
que se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra) Aí Òrúnmílá
encontrou Òsanyìn no caminho.
Perguntou: Òsanyìn onde vai? Òsanyìn disse;
"Vou ao céu, disse ele, vou buscar folhas e remédios". Òrúnmílá disse, muito
bem, disse, que já havia ido buscar folhas no céu, disse, para benefício dos
seres humanos da terra. Disse, olhe todas essas folhas, Òsanyìn pode apenas
arrebatar todas as folhas. Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas
porém não conhecia seus nomes. Foi Òrúnmílá quem deu nome a todas as folhas.
Assim Òrúnmílá nomeou todas as folhas naquele dia. Ele disse, você Òsanyìn
carrega todas as folhas para a terra, disse, volte, iremos para terra juntos.
Foi assim que Òrúnmílá entregou todas as
folhas para Òsanyìn naquele dia. Foi ele quem ensinou a Òsanyìn o nome das
folhas apanhadas.