YANSÃ

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Dia da semana: quarta-feira
Cor: vermelho, rosa, marrom
Símbolo: eruxin (rabo de cavalo, signo de poder Iorubá) obé (espada)
Número: 9
Comida: acarajé
Saudação: Eparrei, Oyá!

 

Descrição
Iyá-mesan-òrun , seu Oríki, "mãe dos nove órun", Yásan.Cujo nome advém de algumas formas prováveis: Oyamésàn - nove Oyas; usado como um dos nomes de Oyá. Ìyá omo mésàn, mãe de nove crianças, Iansã , que da lenda da criação da roupa de Egúngún por Oyá. Ìyámésàn "a mãe (transformada em) nove", que vem da história de Ifá, da sua relação com Ogun. Observe-se que em todas as formas, está relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú.
            Está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns). Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. Principal esposa de Xangô, impetuoso, guerreira e de forte personalidade, também rainha dos espíritos dos mortos, sendo reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá, chama-se Odò Oya.
Suas contas são vermelhas ou tijolo, o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica). Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga, eruesin[eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns"). Afefe, o vento, a tempestade, acompanha Oya.

 

 

Qualidades

Oya Biniká
Seno
Abomi
Gunán
Bagán
Onìrá
Kodun
Maganbelle
Yapopo
Onisoni
Bagbure
Tope
Filiaba
Semi
Sinsirá
Sire
Gbale ou Igbale (aquela que retorna à terra) se subdividem em:
Funán
Fure
Guere
Toningbe
Fakarebo
De
Min
Lario
Adagangbará
Essas Oya, estão ligadas ao culto dos mortos, quando dançam parecem expulsar as almas errantes com seus braços. Tem forte fundamento com Omulu , Ogun e Exú.

 

Arquétipos

São pessoas audaciosas, poderosas, astutas, e ciumentas, dedicadas ao companheiro, não admitindo ser enganadas, fieis e leais, podendo mudar caso seja contrariadas em seus projetos, são vistosas, e tem muito apetite sexual, são do momento, estão sempre bem diante dos problemas, sabem viver na tempestade, são irrequietas, tem muita energias e dinamismo.

Ervas

Teté = Bredo sem espinho
Orim-rim = Alfavaquinha
Odum-dum= Folha-da-costa
Jacomijé = Jarrinha
Afomam = Erva-de-passarinho
Abauba =Folha de imbaúba
Tepola = Pega pinto
Eregê = Erva-tostão
Já = Capeba
Obayá= Beti-cheiroso
Piperégún =Nativo
Ìróko = Folha de lroko
Pepé = Malmequer
Teterégún = Canela-de-macaco
Junça = Espada de Ògún
Adimum-ade-run = Folha de fogo
Obe-cemi-oia =Espada de Oyámésèèsán rosa
Monan= Parietária
Bala =Taioba
Jamim =Cajá
Aferé =Mutamba
Gunoco= Língua-de-galinha
Obô =Rama de leite
Folhas de Alface
Bambu
Espirradeira
Cambuí Amarelo
Angico de folhas-miúdas
Eritrina-Mulungo
Jasmim do Campo

 

Oferenda

Acarajé para Oyá

Ingredientes:
500g. de feijão fradinho
500g. de cebola
1 litro de azeite de dendê
Modo de preparo:
Num processador (pode ser num pilão) triture o feijão fradinho, deixe de molho por meia hora e após descasque os feijões coloque o feijão no processador e vá adicionando a cebola cortada em pedaços. Bata até formar uma massa firme. Despeje numa tigela e bata a massa com uma colher de pau até formar bolhas, coloque sal a gosto.
Numa frigideira coloque o dendê e deixe esquentar bem, com a colher vá formando os bolinhos e fritando até dourar. Coloque-os num alguidar.

 

Lendas

Certa vez, Xangô foi visitar o irmão Ogum e conheceu sua mulher Iansã. Os dois se apaixonaram e Iansã largou Ogum, indo viver com Xangô. Tempos depois, com saudades, Iansã voltou para Ogum; então Xangô chamou seu exército e atacou o reino do irmão. Enquanto lutavam, Ogum mandou Iansã para o reino de Oxóssi. Quando Xangô, vencedor, foi buscá-la, ela se casara com Oxóssi. Atacou-o, e Oxóssi mandou Iansã para o reino de Omulu. E a história se repetiu, até que Iansã foi mulher de todos os Orixás. Mas no final acabou voltando a viver com Xangô, e de sua união nasceram os gêmeos Ibeji.
Iansã e Xangô sempre foram muito companheiros, mas Xangô, como rei, queria sempre ser o mais poderoso de todos. Iansã não se conformava com isso, pois ela é muito independente e não admite ser mandada por ninguém. Certa vez, disseram a Xangô que, num reino vizinho, havia um sacerdote que conhecia uma poção que, quando ingerida, dava o poder de lançar fogo pela boca. Como estava envolvido numa luta, Xangô mandou Iansã buscar a poção para ele. Ao voltar, ela começou a pensar que não era justo que só Xangô tivesse esse poder; então, tomou um pouquinho da poção, para que o marido não percebesse. Assim, ela ficou com o poder mágico mas, como tomou pouca poção, é dona apenas dos ventos e dos raios fracos.