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Compreender a concepção de avaliação escolar só é possível quando se entendem os sentidos e significados dos eixos que irão nortear a concepção de ciclos de formação. Esta por sua vez só será possível, quando se compreendem os princípios de organização curricular e de ensino proposto (conteúdos e processos ), assim como de organização do trabalho pedagógico e administrativo da escola (organização dos tempos).
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Neste contexto evidencia novos sentidos e significados para os sistemas públicos de ensino e exige dos profissionais da educação uma nova postura diante dos "erros" dos alunos.
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Apóia-se então, no princípio e na importância de assumir-se a escola como um direito do cidadão e como um espaço onde atuam sujeitos sócioculturais e históricos que se formam mutuamente através das relações sociais . Dessa maneira, apóia-se no fato de que a escola é educativa por si mesma, pelas circunstâncias de seu relacionamento com a sociedade, sendo educativa em sua dinâmica, em sua forma de ensinar/aprender e na organização de seu trabalho.
A concepção de avaliação que perpassa essa lógica é a de um processo que deve abranger a organização escolar como um todo: as relações internas à escola, o trabalho docente, a organização do ensino, o processo de aprendizagem do aluno e ainda a relação com a sociedade.
Nessa perspectiva torna-se fundamental a concepção de um conceito de avaliação escolar que atenda as necessidades de escolarização que atenda as necessidades de escolarização das camadas populares, por que são elas que mais tem sofrido co o modelo de escola atual. E se o movimento amplo da sociedade impõe um novo tipo de escola, impõe, também a necessidade de um novo referencial para a constituição dos processos de avaliação.
A avaliação é um exercício mental que permite a análise, o conhecimento, o diagnóstico, a medida e/ou o julgamento de um objeto. Esse objeto deve ser a própria realidade e aqueles que a fazem. Avaliar seria um processo de auto-conhecimento e, também o conhecimento da realidade e da relação dos sujeitos com essa realidade. Seria um processo de análise, julgamento, re-criação e/ou ressignificação das instituições que fazem parte dessa realidade e das pessoas que a mantém.
(...)É preciso saber: o que avaliar, quando avaliar, como e com que avaliar, chamando os profissionais da escola à reflexão sobre suas práticas rotineiras e uma reflexão dos objetivos e metas que os movem em suas ações avaliadoras. (...)Chama-se a atenção para o sentido das avaliações escolares que se tem direcionado, especificamente, para o ato de aprovar ou reprovar os aluno.
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A avaliação deveria priorizar a identificação dos problemas, dos avanços e verificar as possibilidades de redimensionamentos e de continuidade do processo educativo. A avaliação se constituiria num processo investigador e formativo contínuo, do qual professores, alunos e pais participariam ativamente.
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Da ação docente disciplina e ordenada por tempos/espaços definidos, passamos àquela relação aberta e autônoma, capaz de refletir sobre a ação e na ação para a produção de um conhecimento sobre a escola, o aluno, a sociedade e sobre o professor.
De processos de medida fixados em modelos prévios e com registros quantitivos precisos, passamos a uma leitura qualitativa , fluida e dinâmica do próprio movimento pedagógico de formação humana e à capacidade de enxergar o ensino e a aprendizagem como processos complementares.
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Em vista disso, assume a idéia do professor como investigador do movimento fundamental de sua formação contínua, capaz de compreender a dimensão político-pedagógica da cultura da escola, do papel da instituição, das organização do trabalho, das posturas pessoais, das metodologias e técnicas de ensino e dos fundamentos da aprendizagem.
Em síntese exige-se do professor uma formação que lhe faculte encontrar o melhor caminho para ensinar, trilhando na reflexão sobre o seu próprio papel e sobre o significado social do profissional da educação num mundo de mudanças e de produção frenética de novos conhecimentos. Exige que eles tenha a consciência de ser ou não competente como um profissional da escola significa estar próximo ou não de um ideal definido de escola. E que ao caracterizar um ato de avaliação escolar, estará delimitando referenciais de análise da realidade prática e definindo uma racionalidade pedagógica que orientará a sua conduta como professor.