Deixe-me

Menininha,
deixe-me lhe fazer feliz,
fazer o que nunca fiz,
oferecer-lhe o que você nunca teve,
realizar nosso sonho esperança.
Deixe-me tocar sua pele,
e com sussurros de amor
efervescer sua alma,
pulsar seus pensamentos
acendendo novos desejos.
Deixe-me acordar você com beijos
em leves toques,
acariciar seus lábios com os meus
e despertar em você
sentimentos adormecidos e esquecidos.
Deixe-me olhar seus olhos,
navegar seu mundo,
conhecer seu universo.
Deixe-me deixar
você ser o que quero que seja para mim,
a cada palavra,
a cada toque...
Deixe-me ser vital para você,
como você é para mim,
no respirar,
no pulsar do coração,
na melodia da vida,
na luz que nos ilumina.
Deixe-me ser seu menino,
com seu carinho me faça crescer,
com seu corpo me faça abrasar
e com seu amor me faça sempre te amar.

                                                                                                                         


 

Não digas nada!
                               Fernando Pessoa

Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender -
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.


Amigos Verdadeiros

Os verdadeiros amigos
conquistamos na convivência diária,
não nos encontros casuais.
No local de trabalho,
mais do que em qualquer lugar,
os encontros no dia-a-dia,
o debate de idéias - incluindo a abertura para ouvi-las -
e a disposição para fazer e receber críticas construtivas
podem ser vistos como embriões
de amizades profundas e perenes.
Não deixemos que os hábitos de não ouvir e
de não dizer clara e objetivamente as coisas
reduzam o local de trabalho a um mero obstáculo que
diariamente temos de tentar superar.
Não percamos as oportunidades de nos relacionarmos e
saibamos aproveitar os momentos de convívio
como se cada minuto fosse o que realmente é: único.
Quantas vezes chegamos ao local de trabalho,
sentamo-nos em nossas "workstations" e, depois de horas
sentados, levantamo-nos e voltamos para casa
sem trocar sequer uma palavra
com o colega da "workstation" do lado?
Quando fazemos isso,
agimos como se fôssemos apenas máquinas:
frias, eficientes, impassíveis, destituídas de graça,
robóticas, insensíveis, grosseiras, desumanas.
Façamos deste Natal e a partir dele
o que a data verdadeiramente representa:
conciliação, compreensão, perdão, entendimento,
confraternização, doação, amor sem limite.
Tenhamos todos, as cabeças frias e
os corações quentes, não o contrário.
São os votos deste colega que quer ser seu amigo,
com tudo que isto representa.
Obrigado a todos pelos dias de convivência e de aprendizado.
Que a paz de Cristo invada nossos corações e
que saibamos transmiti-la
aos nossos presentes e futuros amigos.


Aconteceu
             Vander

E logo a noite se fez dia
O frio não mais existia
Meu coração se alegrou
No dia em que você chegou
E no compasso das horas me vi
Encantado, sorrindo á toa
Contando o tempo a passar
Sonhando acordado te encontrar
E no amanhecer pude te ver
Em toda parte, onde olhasse
No céu um novo sol a brilhar
Em cada vez que eu te amar
E no meu coração fez morada
Entrou em mim como um raio
Colorindo minha vida de amor
Transformando em paz toda a dor
E na luz de seus olhos eu vi
Toda a recompensa da vida
No amor que tens por mim
E nesse encanto sem fim
E pela vida toda adentro
Seguirei com plena certeza
De que és a minha menina
Minha amada, minha sina...


As Estrelas do Mar

Um escritor que morava numa praia tranqüila,
junto a uma colônia de pescadores.
Todas as manhãs passeava a beira-mar
para se inspirar e de tarde ficava em casa escrevendo.
Um dia, caminhando na praia,
ele viu uma pessoa que parecia dançar.
Quando chegou perto viu que era um jovem
pegando na areia as estrelas-do-mar, uma por uma,
e jogando novamente de volta ao oceano.
Chegou perto e disse: - Por que você está fazendo isso?
- Você não vê !? Disse o jovem.
- A maré está baixa e o sol está brilhando.
- Elas vão secar no sol e morrer se ficarem aqui.
O escritor riu e disse ao jovem:
- Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias
por este mundo afora
e centenas de milhares de estrelas-do-mar
espalhadas pelas praias.
- Que diferença faz, você joga umas
poucas de volta ao oceano
e a maioria vai perecer de qualquer forma?
O jovem pegou mais uma estrela na areia,
jogou de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:
-Mas para a vida dessa estrelinha eu fiz a diferença...
Naquela noite o escritor não conseguiu dormir nem sequer escrever.
De manhazinha foi para a praia, reuniu-se ao jovem,
e juntos salvaram mais estrelinhas jogando-as de volta ao mar.
Podemos fazer deste universo um lugar melhor para vivermos.
Fazendo cada um a sua parte.
Fazendo cada um a diferença


Pegadas na Areia

Uma noite eu tive um sonho...
Sonhei que estava andando na praia com o Senhor.
E através do Céu, passavam cenas de minha vida.
Para cada cena que passava,
percebi que eram deixados dois pares
de pegadas na areia
Um era o meu e o outro era do Senhor.
Quando a última cena de minha vida passou
diante de nós, olhei para trás
e notei que muitas vezes no caminho da minha vida
havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu
nos momentos mais difíceis e angustiantes
do meu viver.
Isso aborreceu-me deveras e perguntei
- Senhor, Tu me disseste que uma vez que eu resolvi Te seguir, Tu andarias sempre comigo, todo o caminho.
Mas notei que durante as maiores dificuldades do meu viver havia na areia dos caminhos da vida, apenas um par de pegadas.
Não compreendo Senhor porque nas horas que mais necessitava de ti.
Tu me deixastes.
Tu me abandonastes.
- Minha preciosa filha.
Eu te amo e jamais te deixaria
nas horas da tua provação e do teu sofrimento.
Quando vistes na areia apenas um par de pegadas,
foi exatamente aí que:


EU TE CARREGUEI EM MEUS BRAÇOS !!!



        Conceição Albuquerque

Atrás de mim seguem coisas que não fiz ,
Papéis guardados, marcados de tempo e saudade.
À beira do cais espero .
Não há pés que me alcancem a solidão.
Ao dobrar a esquina cortei laços , me arrependi .
Os vestígios ficaram nas nódoas do lenço
Nas dobras da dor .
Esse nó tão apertado rouba-me o ar .
Quem terá a delicadeza de desatá-lo ?


Verdes são os campos

Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

                Luís de Camões


A moda de Salomão
                                 Wanderlino Arruda

Mais linda que um alvorecer,
és formosa como Raquel,
num raro dia de paz
da aprazível Jerusalém.
Formosos são os teus passos,
e é verde o brilho debaixo do véu,
sobre as faces de carmim.
Tua beleza nasce e renasce
entre renovos do vale,
onde brotam e florescem vides.
Imagino-me no carro de sonhos,
enquanto um beija-flor te contempla,
oh! inimitável Sulamita,
mestra em dança de Maanaim.
Tuas sandálias,
Oh! filha do príncipe,
espelham os meneios de teus quadris.
Teu umbigo, oh! menina-moça do vale dourado,
é taça em que não falta bebida.
Sumo e cheiro de rosas em cio!


 
Os versos que te dou

Ouve estes versos que te dou, eu
os fiz hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
eu farei versos...e serei feliz...
E hei de fazê-los pela vida afora,
versos de sonho e de amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura são
versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escutá-los sem ninguém que
possa perturbar vossa ventura...
Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revive-los nas
lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...
Se nesse tempo eu já tiver partido e
outros versos quiseres, teu pedido deixa
ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá novamente, então tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os versos de amor que ainda te dou.
                                       (Poema de JG de Araújo Jorge