São Paulo, segunda-feira, 1º de junho de 2009
Mandando Pra Rede
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As 12 cidades e a Copa do Mundo de 2014
Foram anunciadas, neste domingo, as 12 cidades que
vão sediar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. São elas: Belo Horizonte,
Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio
de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Vamos, nem que seja por um momento, esquecer da euforia por morar em uma das
cidades citadas e pôr os pés no chão. O que o Brasil e suas 12 cidades tem a
oferecer para as 31 nações que, ao lado da Seleção Brasileira, vão lutar pela
conquista da Copa do Mundo?
Mais: Qual a imagem do Brasil estaremos dispostos a mostrar e contextualizar aos
ilustres visitantes, que ficarão por, aproximadamente, pouco mais de um mês na
terra Brasilis?
Faltam só cinco anos para o Mundial.
Projetos pra lá de milionários e arquitetônicos foram anunciados, e há tempos.
Nenhum foi levado adiante ainda. A desculpa era a de que faltava o "ok" da Fifa
para iniciar os investimentos. Mas esquecem que, independente de sediar ou não a
Copa do Mundo, melhorias são necessárias e que a nossa sociedade carece de bons
tratos, conforto e cidadania.
Melhorar a questão do trânsito em São Paulo não é algo que se deve pensar apenas
depois de a Fifa dizer que a cidade
merece fazer parte do evento mais importante do futebol. São Paulo é o
pólo financeiro do país. Nunca que
ficaria fora. E é por essa razão, que a modernização e renovação do município
deveria se planejada e posta em
prática muito antes de Fifa, COI ou seja lá o que for!
Teremos quatro cidades nordestinas como sede. Região em que o que predomina é o
Coronelismo. A Bahia não é apenas o Pelourinho, o Carnaval que dura um mês ou
mais no gingado das mulatas. Há miséria, descaso, falta de educação e de moradia.
E, antes que alguém venha falar que sou "anti-baiano", que estou "maldizendo
o povo baiano", já deixo avisado: esse descaso e falta de educação não existe
apenas na Bahia, mas também em outras
cidades, outros estados da Região Nordeste. Culpa dos governantes que lá vivem,
exploradores da mão de obra, sem oferecer um mínimo de dignidade.
E Brasília??? O antro da perdição, o local preferido dos urubus, aproveitadores
e falsos-moralistas que, num lapso de memória com duração de 4 anos ou mais,
esquecem que foram eleitos pelo povo mais humilde e, como recompensa, oferece a
estes uma banana de nome "bolsa família", como se isso resolvesse todos os
problemas possíveis e imagináveis daquele cidadão e dos familiares dele.
Dias desses, um dos muitos Secretários da Segurança que São Paulo já teve,
festejou de braços abertos e sorriso escancarado a redução na criminalidade em
10%. Úm índice absolutamente ridículo se analisarmos a diversidade dos crimes
que são praticados a todo instante. Será que essa estatítica tão festejada é
confortável para um italiano, um espanhol ou um inglês que vier para cá assistir
aos jogos? E se esses visitantes forem recebidos pelas famosas balas perdidas
que, depois são encontradas próximas a eles ou neles, o que é ainda pior? Vão
fazer festa também???
O Brasil, todos sabem, não sedia uma Copa do Mundo desde 1950, quando perdemos
na final, no Maracanã, para o Uruguai.
Os preparativos para uma nova participação como país sede deveria ser iniciada
desde o final daquela Copa, não agora, às vésperas de um Mundial na Era Moderna,
passados mais de 50 anos, como um trampolim eleitoreiro, regado de cinismo e
hipocrisia.
Quem viu a organização e o cuidado que os alemães tiveram em 2006 ficou
boquiaberto. Saiu tudo como o
planejado. E aqui? Como será?
Investir na educação, no lazer, no transporte e na
segurança, não é algo que deva ser
feito pura e simplesmente. Trata-se de um investimento valioso, que vai
repaginar o país, dar nova identidade, nova cara. Com a Copa do Mundo em
andamento, o Brasil será manchete em todos os jornais do mundo, desde os mais
famosos até os mais simples. E não podemos permitir que o Brasil de hoje ganhe
os noticiários de amanhã. Se for assim, passaremos uma vergonha universal.
Agora, se tudo o que é falado e prometido for desempenhado de fato, sem que
fique guardado num arquivo de projetos rejeitados e esquecidos, nosso país terá
um enorme e positivo destaque. E essa
boa imagem resultará em frutos saborosos e maduros, como no aumento no turismo,
na procura de investidores, num bem-estar social econômico e político, numa
nação acolhedora, capaz de atender aos
seus anseios e aos dos outros
do mesmo modo.
Por enquanto, esse Brasil de cara nova existe apenas nas falácias
governamentais.
Enquanto a sociedade não arregaçar as mangas
e der um xeque-mate nessa gente, viveremos como reféns e
seremos motivo de riso para todo o
mundo.
E viva a Copa do Mundo de 2014!
pp@oboletim.com.br
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Persio Presotto escreve nesta coluna às segundas-feiras e mantém o
Blog do PP.
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