DEVIRES
Paola Caumo

 

Fragmentos teus
Paola Caumo

Por entre a doçura dos teus olhos
perpassam tristezas incertas
amalgamadas a um espírito sagaz.

Teus olhos tem muitas falas.
Como o gorjeio das flores,
ora clamando a aurora
ora serenando o anoitecer.

Teu silêncio grita:
a resistência aos paradigmas das
tempestades impostas pelo poder.

Tuas palavras calam:
a conformidade com
as idéias preconcebidas.

Teu mapa não é território:
ultrapassa os caminhos do eu e
percorre os descaminhos da história.

Tua luta avança:
pela energia dos sentidos
pela ternura do afeto
no inexorável projeto de transformação.

Fragmentos de uma árvore
que zela pela sanidade da floresta,
tão potencialmente sábia na
dialética da (des)construção.


 

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