DEVIRES
Paola Caumo

 

Depois da noite
Paola Caumo

Nas calçadas sentava
cimento frio em sua pele
lançava seu olhar à luz
nos postes que ali estavam...

madrugadas em busca de tudo
manhãs cheias de nada
corpo inerte, estranho
alma vazia, pó! fumaça!...

juras ao vento
de um querer sem crédito
culpa chibateando
o íntimo em chamas...

na esquina do prazer
chegava uma meretriz
em sua pele as marcas
da existência infeliz...

os amigos só ficaram
até a última rodada
pedaços, fraturas
espelhos do nada...

deitado na calçada
beirando a sarjeta
e o que lhe resta de vida
já é outra faceta...

18/04/2004

 

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