DEVIRES
Paola Caumo


Gaiola do Tempo
Paola Caumo

 

Ando perdido nas grades
de um tempo sem dias e sem noites...

Como se fosse um imenso e gélido deserto,
o tempo se mistura aos grãos
de areia de meu pensamento.

Dissociados da realidade, os quintais
que viajo são de ferro e fogo...
Imensos pássaros sobrevoam
meu discurso apagado e levam
com eles os versos que um dia escrevi.

A inspiração que me engravida,
é um raio paralisante
de um parto sem feto.

E o tempo que me circula
abocanha-me todos os segundos
sem que eu viva por um único instante.

Assim a gaiola se fecha em torno de mim,
e o tempo... ah o tempo...
Esse percorre seus caminhos sem fim.

14/01/2005

 

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