DEVIRES |
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CRÔNICA DE UM CASAMENTO (QUE,
POR ACASO, FOI O MEU)
Muita gente achou que eu iria
mesmo ficar para titia. Até eu já me acostumava com a idéia, devido a
profusão de sobrinhos.
Paola e Jorge
um amor pela Internet
Um início muito longe do paraíso
Foi em janeiro, 04 de janeiro de
2003. Para Paola (Porto Alegre/RS - Brasil) o tempo era quente: verão
e férias. Para Jorge (Santa Iria de Azóia - Portugal) o frio já havia
chegado e o inverno se fazia sentir.
Um oceano nos separava e o gosto
pela poesia,
foi o que nos aproximou, pelas
redes invisíveis de bytes, conexão telefônica, etc e tal.
Tudo começa com Paola mandando
um convite a Jorge para se falarem no MSN. Eis a resposta
"Olá, Paola, do Rio Grande do
Sul!
Vejo que tem (ns?) bom gosto,
pois não se gosta de poesia, antes aprende-se a gostar, e como tal o
mesmo implica escolha, daí o bom gosto. Sim, vamos conversar. (Se esta
mensagem tiver sucesso escreva(e?)-me).
Até já. Jorge(the poet)..."
04/01/2003
*
A primeira poesia de Paola para
Jorge:
"QUEM DERA
Quem dera eu pudesse
estar ao teu lado agora
para ensinar-te as tecnologias
da vida
e penetrar em teu coração
sem tantos espaços de tempo
Quem dera eu pudesse
ser apenas uma pluma
voar pelo oceano
atravessar os mares
ver-te em segundos
Quem dera eu pudesse
não ser apenas poeta
ser uma moça discreta
não ter tanta impaciência de
saber
Quem dera eu pudesse
juntar meus alfarrapos
fazer minha trouxa
arrumar minha mala
arrumar meu porão
limpar meu sótão
chorar minhas dores
Quem dera eu pudesse
mostrar-te meu sorriso
afetar-te na alma
soar-te como música
Quem dera eu pudesse
...sentir apenas tua doce
presença...
trazer-te na lembrança
um pouco de poesia
sempre profunda e bela
Paola Caumo
04/01/2003"
*
O primeiro soneto de Jorge para
Paola
"COMO
Como ter-te sem te saber aqui
Como saber-te sem te respirar
Como te olhar vendo-me a mim
Como sozinho e ver-te chegar;
Como aqui se te suponho a ti
Como alguém a quem esperar
Como perto o que longe está
assim
Como um espelho a quebrar;
Como cego e testemunhar
Que há silêncio nisto tudo
Tão audível como o calar
Como quando nesse instante
Fora aqui o imenso Mundo
E achar-lhe o Levante."
Dias compartilhados através de
uma tela de computador
Foi assim que aprendemos a nos
conhecer, pela palavra escrita, através da qual compartilhamos
sentimentos, dores, alegrias.
Desvendamos nossa existência,
pelas lembranças
do que fomos e somos.
E assim nos apaixonamos e nos
amamos,
namoramos, brigamos, voltamos...
até acreditarmos que era
possível sim, concretizarmos esse amor.
*
A nossa entrega
Nessa noite em que foste minha,
entrega sem pudor, corpo
oferecido,
com leves torpores e suaves
cadências,
eu fui feliz a teu lado,
e nem houve sequer pecado
só tu e eu enquanto nos
amávamos,
e no chão que era só nosso
deitamos doces inocências
e as aparências
no nós não acharam lugar,
já que bem julgamos
o que soubemos amar.
E eu chorei, e eu fui teu.
E o meu corpo por ti apossado
deixou algo de seu,
o muito que era dele
no amor que te deu.
Ai amor, como te amei,
teu corpo perfeito,
o teu olhar com trejeito,
que encanto só de olhar.
Mesmo parecendo eles chorar,
era choro sem doer,
tudo em nós foi só prazer,
tudo em nós foi esta realidade,
pois que nessa noite em que fui
teu,
a estrela que tu me deste
aceitei-a em beijo meu.
Jorge Humberto
(13/Abril/2003)
*
Nós
Se na ternura de tua presença,
Me sinto como um pássaro livre
com ninho de amor,
Se posso ter-te apesar de toda a
distância,
Se posso querer-te e amar-te com
toda a paixão e loucura,
Então te digo amor meu
Isso me basta
Porque teu amor não aprisiona,
liberta
Teu tesão não me deixa só, me
faz plena
Teu carinho vem como brisa e
volta como vento
Meu amor, minha paixão
“platônica”
Quem dera todos pudessem sentir
Um amor assim tão inocente
E tão fortemente presente
Pela palavra e pelo sentir
Sim, desejo teus beijos, desejo
teu corpo
Desejo o teu desejo, desejo a
tua ternura,
Mas antes de tudo, depois de
nada
Apenas nós dois de madrugada
Quem poderá dizer que não nos
temos?
Almas... almas...
Corações doloridos e preenchidos
Corpos sedentos e saciados
Pensamentos tormentos e
apaziguados
Sim, somos tudo, somos nada
Somos amor na caminhada
E basta que nos sintamos, basta
que nos gostemos
Ademais, mais nada
Paola Caumo
15/abril/2003
Enfim, o encontro
Depois de muita espera, em 30 de
setembro de 2004, Jorge chega a Porto Alegre para a concretização de
um sonho a muito acalentado:
A nossa união!
“Quisera saber antes ainda do
após, a consciência, ter-lhe o sentido e o devido tino, não teria por
certo nem metade do prazer, que é descobrir, como num espasmo, o
momento inolvidável e preciso...
De quando tudo acontece, fica a
certeza do que foi, porque se fez a si próprio, sem restrição nem
imposição...
Não voltará jamais, porém
restará ao dia, o dia que restou."
Jorge Humberto
(03/09/04)
*
ENFIM JUNTOS
Paola Caumo
Da espera
a recompensa
Do desejo
o toque, o calor, o
beijo
Do amor
a plena realização.
Adeus
saudade
Bem-Vinda
felicidade!
03/09/2004
*
Muitos e muitos poemas nasceram
inspirados no nosso amor. Mas isso já dá outra história.
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Mais
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