Drama
by P@ulo Monti
Meio sem jeito
O poeta se ajoelha ao momento da criação:
já são versos sem sentimentos, ilhados pelo
cimento e abençoados pelo azul.
Mas, eis que uma chuva precipita o banho universal.
E o pobre poeta sente como é difícil a penosa faina
da disposição livre,
Mais difícil, talvez, a arquitetura interna do homem.
O cheiro de terra molhada penetra nos passos comedidos
Entre tantos vazios,
E, no peito, algumas poucas plenitudes.
O verso é outro, as luzes estão apagadas!