VENTO NORTE
P@ulo Monti


Eis que o sopro da vida se fez presente.
Talvez, os ventos do Norte não movam moinhos,
Antes, sim, a celebração da vida. E do encontro.
Pois, eis que acontece:
E, aqui, a poesia reina absoluta!
Obrigado, amigo Jorge.

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Feira e Encontro
By P@ulo Monti

 
Tarde de sábado. 17º C. Primavera com sabor de outono. Deveria ser um sábado cotidiano, afinal, tinha horário marcado no barbeiro, como qualquer mortal. Tomar um cafezinho, jogar conversa fora, futebol, tempo, essas coisas da vida normal da gente. E, sobretudo, cortar o cabelo.
Mas, que coisa!, por que cargas d’água deveria a barbearia localizar-se tão próxima à Feira (feira, aqui, com maiúscula, para dar um certo ar de solenidade...)?
Sei lá! Coisa do destino, dos organizadores da feira, dos deuses, quiçá. Livros em profusão: história, geografia, poesia, literatura infantil, contos, romances: enfim, é uma feira de livros. Nada mais natural.
À sombra dos jacarandás, centenas de barracas espalhadas. Atividades mis: contação de histórias, espetáculos teatrais, musicais, rádio-teatro, oficinas de literatura.
E passeio, distraído, transmutado, absorvendo esse momento cosmopolita. Quem sabe, um encontro. Sim, pois, os encontros também fazem parte da vida, do sábado cotidiano, da feira. Eis que, nós, anônimos escritores e poetas ainda crisálidas para o grande público e as editoras, temos nosso momento de felicidade. Não por estarmos com obras nas barracas, nem contando histórias, estrelando espetáculos, mas, antes, como simples mortais, tornando nosso sábado mais poético e concreto. Não a poesia concreta, pois, isso já é um outro tema, mas, a vida concreta, saltada diretamente das páginas da internet para um banco de praça pública em um encontro real em represália a tantos virtuais.
Assim, encontramo-nos, eu e meus amigos virtuais, poetas, de carne e osso, em meio à esse mundo mágico. Foi desses bons momentos dos quais podemos desfrutar do convívio, do jeito de falar, de ouvir um ao outro, da maneira de olhar, de sentir estreitarem-se os laços.
Quem sabe, ainda, em um supremo beneplácito de Deus, não venha a ter um encontro passarinho com o Poeta (“vocês passarão, eu passarinho ...”) escondido atrás de alguma barraca, sorvendo um livro de poemas, ou, quem sabe?, jogando conversa fora com algum pipoqueiro, um antigo lambe-lambe ou, feito guri, trepado nalgum jacarandá?
Acho melhor e de bom-tom deixar o Poeta quieto no seu quarto de hotel, hoje, transformado em Casa de Cultura que leva seu nome e irmos tomar um singelo café no térreo do edifício. Mas, não sem antes ficar atento a qualquer ruído de passos: nunca se sabe ...
 

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