Minha Decisão

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                                 
 

Amanhecer no Sertão

Foto tirada por Wilma Araújo, do quintal de sua casa, em Nova Cachoeirinha(Linha 5)/Jaíba-MG, em 1989

Ao fundo vê-se as caminheiras de alguns barracos, dentre os quais o de

Nezinho Costa

Wilma Araújo é irmã de Nezinho Costa, à época recém-casada

 

 

 

   

Saltei da cama bem cedo, ainda em tempo de ver o cruzeiro do sul se erguer, aprumando-se, suspenso na imensidão do céu.

A estrela d'Alva reluzia com toda sua majestade, ao leste.

Aquela manhã estava linda!...

Ao fundo, bem ao fundo, os contornos de nossa pequena serra, ainda imprecisos, delineavam-se na madrugada.

O cheiro de renascimento impregnava o ar!

Sim. Havia um renascimento global: o dia; os pássaros; os animais; a mata nativa... eu...

Eu havia renascido, e por isso estava feliz!

Naquela manhã despertou-se em mim um desejo profundo de fazer algo por minha família, por meu próximo, por mim mesmo...

Os pássaros rejubilaram-se comigo em milhares de vozes a entoarem, ao mesmo tempo, um hino de louvor ao novo dia. Um hino de gratidão à mãe natureza, pelo milagre de poderem se ver, mais uma vez, frente ao glorioso astro - prova incontestável do poder infinito da divina providência - a brilhar, radiante, sobre a terra.

O sol!

Foi um dia inesquecível!

Eu, ali, sozinho, de pé, no terreiro do barraco de madeira estacada e folha de coqueiro, cercado pela grandeza inigualável do amanhecer, tomei a decisão:

-- Vou estudar!

Com tal determinação em mente acendi o fogo no fogão e fiz o café, que tomei-o aos goles, deliciando-me de antemão com a nova perspectiva de vida que eu encontraria nos estudos.

Ciente de que era isso mesmo que eu queria, de que só assim eu conseguiria ser, um dia, alguém na vida, amolei o machado na pedra do canto do barraco e, com ele, desci para o roçado.

Acompanhado por meu fiel cachorro, Danúbio, desbravei aquela manhã ainda virgem, sentindo no corpo o frescor reconfortante do orvalho, que gotejava dos arbustos a beira do caminho.

Naquele dia senti-me um autêntico bandeirante! Estava cheio de orgulho! Senhor de mim!

 

 

Crônica do amanhecer do dia 12 de março de 1989, de Nezinho Costa.

Em agosto do mesmo ano Nezinho Costa mudou-se para Montes Claros, com a intenção de estudar e montar uma agência de Segurança e Investigação.

10 anos depois conseguiu fundar a agência, a qual dirige, atualmente.

Tentou estudar, sem sucesso.

Em dezembro de 2000, casado e pai de 05 filhos, é técnico em computação e dirige sua própria escola de informática.

Também dirige uma Rádio Comunitária, de sua propriedade, na qual mantém um programa matinal, direcionado para o homem do campo.

Utiliza-se de suas empresas para prestar assistência social aos necessitados, tendo pago um alto preço por isso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
     
     
     
     
 

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