MÉXICO, PAÍS DE CORES:
Momentos antes da aeronave pousar no aeroporto da capital, o colorido das habitações que
descortinei da janela, legendou o que me esperava: cores.
Hospedo-me em Xochimilco, que descubro significar “terra de flores” e ao longo das curtas
semanas que se seguiram, vi desfilarem ante meus olhos, roupas, máscaras, cartazes,
placas de ruas, vitrines de lojas e docerias, mercados, louças, comidas,
imagens de santos nas igrejas, brinquedos de crianças, caixas de fósforos,
bengalas dos anciãos... tudo, com as mais inesperadas combinações coloridas.
Até as notas musicais dos mariaccis pareciam ter cor.
Em San Miguel de Allende (Guanaguato) a Catedral foi projetada por um mestre de obras local,
segundo a lenda, semi-analfabeto. Ele teria dado as instruções aos artífices, através de traços
feitos no chão, com o auxílio de um graveto. Baseou-se, consta, em pinturas trazidas da Europa,
de catedrais barrocas.
Acontece que as pinturas mostravam apenas as partes frontais e laterais das catedrais,
nunca as traseiras. Resultado: a parte frontal e as laterais da Catedral de
San Miguel de Allende, em esbatidos tons de ocre, poderiam caber em qualquer praça da
Europa meridional. Já a parte de trás, ficou por conta da imaginação do genial mestre de obras:
pilastras e paredes, no mais belo colorido mexicano.
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