(Dir|Aut|Reg)
Dilene Maia

JÁ PASSAMOS DO LIMITE
 
    Que diferença há entre um encontro de uma cadela e um cachorro, nas esquinas sociais da vida, e um encontro entre uma jovem e um jovem, nas telas anti-sociais das cenas que, diariamente, invadem a vida de todos os que estão buscando algo na Vida? Quem responder, seria capaz de ver alguma diferença?
   
    Fiz esta pergunta a muitas pessoas e todas disseram não haver nenhuma diferença, já que em ambas as cenas há uma ausência gritante de princípios e de respeito.
   
    Foi então que, depois de escutar estas respostas, me senti na obrigação, como pessoa, como ser social, como educador, de pensar estradas para este assunto.
  
    Há uma tremenda diferença que, observada, será traduzida em muitas diferenças.
   
    Quem ousaria afirmar que quando se encontram, a cadela e o cachorro, não estão apenas cumprindo os princípios da natureza que os impulsionam na direção de seus instintos? Assim o é! Sensatamente, não há quem possa negar.
   
    Quando uma jovem e um jovem, em horários acessíveis e vazios de opções dignas, se submetem aos desmandos e desrespeitos de interesses comerciais e desequilibradores e se encontram, praticando cenas tão semelhantes aos atos do cachorro e sua cadela, estão sim com toda ausência de princípios e respeito. E então, ninguém poderá afirmar que estão sendo comandados pela natureza. Talvez pela natureza de seus desequilibrados instintos, jamais a natureza equilibrada da Natureza.
   
   Por que entrei neste tema? Porque uma grande parte das pessoas que são observadoras e absorvedoras destas cenas são indefesas. São pessoas que não têm ferramentas,  não têm armas com as quais possam se livrar de tão terríveis ataques. Quem? Nossas crianças! Nossos jovens!
 
    Quando um adulto presencia as duas situação que citei no início desta conversa, ele gosta de uma, repele, abomina a outra. Se interessa por uma, ignora a outra. Grava e depois repete uma e, provavelmente, por tantos ataques sofridos, sequer se lembrará da outra.
   
    E quando uma criança presencia cenas do nível das que citei? Um grande tumulto se inicia em seu mundo. Como o mundo da criança é um mundo puro, em formação, um tumulto em seus passos é algo terrível. Tão terrível que pode e, muito frequentemente, abre crateras profundas. Essas crateras trarão muitos desvios aos rumos futuros desta criança.
   
    A criança, em sua pureza, em sua formação mágica, sublime e lúdica, é muito sensível e funciona como uma esponja. 
    
    Vamos experimentar? Pegue uma esponja limpa. Mergulhe-a num balde de leite. Sairá cheia de leite. Num balde de mel, sairá cheia de mel. Num balde de lama, sairá cheia de lama.
   
    Para uma criança, por mistérios simples da própria Vida, é muito difícil, se não impossível, filtrar cenas como as comentadas antes e tirar destas o que é útil e o que não é importante. Então, a criança vai se envolvendo, sendo contaminada, sendo lambuzada e, ... viram no que deu? Olhe onde estamos chegando!
   
    Não precisa ser um gênio, tampouco um profeta para perceber que as cenas grotescas às quais os olhos e os sentidos humanos estão sendo submetidos provocaram, aumentaram e mesmo causaram os males sob os quais a sociedade tanto geme hoje e, sabe-se lá o que nos virá com o despertar do próximo sol. Com  a estréia da próxima programação.
   
    Com a corrida gananciosa do progresso, da vaidade, do consumismo, dos desequilíbrios tantos dos últimos dias, está ficando impossível se manter limpo, seguro, sem sair dos trilhos. A sociedade está sendo empurrada por uma arma, um inimigo muito perigoso: a mídia. Querem consumistas. Querem despersonalizados. Querem deseducados. Querem infelizes. Então, vale tudo. Tudo. Inclusive nada. Eu não disse no início? Olhe ao seu redor, escute e verá onde nos meteram. É loucura pra espantar qualquer hospício. Onde estão nossas raízes? Onde está nossa dignidade?
    
    E as crianças? E os adolescentes? Bem, estão nos shopping, nas esquinas, nos jogos eletrônicos, nos noticiários das páginas policiais, basta!
   
    Educar, que já foi um Dom, uma Arte, uma satisfação para nossos pais, nossos avós, nossos professores (no meu tempo eram nossos mestres!), toda essa beleza, para muitos sagrada, está se tornando hoje uma tarefa tão árdua, quando não impossível, que para muitos é uma tragédia.
   
    Claro. Se lembra da esponja? Somos o que conhecemos. Conhecemos o que absorvemos. Absorvemos o que observamos. Observamos o que nos mostram, o que buscamos e encontramos. O que enxergamos e escutamos!
    
     É simplesmente impossível conviver com as situações grotescas que a vaidade, o consumismo, a brutalidade atual estão nos empurrando. Em um experimento que compus, cheguei a dizer que: ou paramos, pensamos, mudamos de atitude ou não sobrará ninguém para trancar os portões. Pensando bem, sem medo de assumir que cometemos muitos deslizes, quem nunca o fez? Sabendo que estamos plantando o que seremos amanhã, quem poderia dizer que estou exagerando?
 
    Não somos bestas. Somos pessoas. Não somos idiotas. Somos seres inteligentes. Não somos brutos. Somos seres sensíveis. Não somos escravos. Somos livres. Não somos marionetes. Somos seres pensantes. Seres criados à imagem e semelhança do Criador!
   
    Não podemos continuar seguindo neste ritmo alucinante e doentio. Sei que sabem do que estou falando.
 
    Para finalizar esta nossa conversa, que, espero, não será a última, quero pedir uma coisa: 
    
    Pelo bem de nossa raça, pela sublimidade da vida e pela educação de nossas Crianças, por favor, desliguem a televisão!
 

DILENE




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