ENTREVISTAS
Bonfá e Dado.
"Temos muito orgulho de ter feito parte da Legião , e de ter trabalhado com o Renato."
Carlos Trilha , tecladista que tocou em todas as faixas dos últimos disco da Legião.
"Renato sempre foi muito triste e sozinho , mas nos últimos 3 meses ele se isolou."
Lulu Santos , cantor e guitarrista.
"Estou muito chocado para falar a respeito."
Toni Garrido , vocalista do Cidade Negra.
"O Cidade Negra sempre fez Reggae , mas mesmo assim a gente foi muito influenciado pelas letras dele. O Renato era um ídolo para todo mundo da nossa geração . Eu ficava tremendo toda vez que era apresentado a ele."
Roger Moreira , vocalista do Ultrage a Rigor.
"O Renato era um cara de uma carisma impressionante , um idealista . Admirava também o seu caráter - Nunca precisou se vender ao sistema para fazer sucesso."
Fernanda Takai , vocalista da banda mineira Pato Fu.
"É um episódio muito triste , não há como medir a perda de um artista assim. Apesar de atitudes como não querer dar entrevistas ou mesmo fazer shows , Renato Russo era adorado pelos fãs , para eles , suas palavras valem ouro."
Luis Carlos , vocalista do Raça Negra.
"Perdemos um dos maiores poetas do país . O conjunto Raça Negra sempre foi fã das músicas da Legião , e por isso decidimos gravar "Será"."
Cascão , vocalista do Detrito Federal.
"..o que Juscelino representou para Brasília , o Renato representou para a Juventude .. "
Francisca Maria da Silva , 50 anos , vizinha de Renato.
"Gostava muito de ouvir ele tocando teclado. Ele costumava a tocar Brasileirinho, Asa Branca e Pais e Filhos , uma música que me marcou muito. Há 3 semanas parei de ouvir o teclado , e achei que ele tivesse viajado."
Nota oficial da EMI - Odeon.
"Lamentamos profundamente a morte ocorrida nesta madrugada do nosso querido Renato Russo , cuja memória permanecerá viva na lembrança do povo perpetuada que esta em seu inesgotável talento e na beleza de suas obras e interpretações, que tivemos o privilégio de fixar para a eternidade . Mais do que um extraordinárioartista , perdemos um grande companheiro e amigo . Que Renato descanse em paz."
Dona Carmen "Mãe de Renato"
Pele e osso, com 20 quilos a menos que os 65 habituais, barba comprida, quase irreconhecível, Renato Russo, líder da Legião Urbana, a mais popular e carismática banda de Rock Brasil, morreu à 1h15min da sexta feira 11, depois de abandonar uma luta de seis anos contra a Aids. "Ele se entregou", desabafou sua mãe, Maria do Carmo, logo após a cremação do corpo, no sábado, no Cemitério do Caju, no Rio. "Nos últimos tempos ele não cansava de repetir : 'Mãe eu não sou daqui. " Atormentado e com crises de depressão, Renato sucumbiu como os poetas românticos que tanto admirava. O mal de nosso século o levou, solitário e desencantado.
Nas últimas semanas de vida, o músico não saia de casa, recusava-se a comer, afastou-se dos amigos. Trancou-se no seu apartamento em Ipanema, em companhia apenas do pai, Renato Manfredini, e de um enfermeiro. Ele desistiu de tomar o doloroso coquetel de drogas que poderia mantê-lo vivo por mais tempo. "Quando eu tomo o coquetel, é como se estivesse comendo um cachorro vivo. E o cachorro me come por dentro ", disse a um amigo. Vizinhos repararam que a música, sempre alta no segundo andar do prédio da Rua Nascimento Silva, havia cessado. E os fãs não deixaram de reparar: a frase URBANA LEGIO OMNIA VINCINT ( A Legião Urbana tudo vence, em latim ) , estampada no enarte de todos os discos da banda, estava ausente de A Tempestade, seu último CD.
