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ALEXANDRE PÉTION

 

13 de Maio

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Mulata do Gois 2009

 

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SEÇÃO 3
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Título 6

Mulato não é branco, mulato não é preto, mulato é mulato, uma identidade própria discriminada pela política antimestiça do governo brasileiro. Cabe a nós, mulatos, assumirmos nossa identidade mestiça ou nos submetermos à alienação.

Talvez a alegoria da bucha de canhão sirva perfeitamente para ilustrar o papel reservado aos mulatos pelos arquitetos das políticas de ação afirmativa do governo do "partido da ética": servir de massa descartável útil para aumentar a pressão da bala de canhão de um grupo dos movimentos negros que orienta as políticas da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). Uma vez lançada a bala, a bucha se desfaz em fumaça, enquanto o projétil ascende até alcançar seu alvo. Compreender e respeitar a identidade mestiça dos mulatos é fundamental a quem deseje realmente elaborar políticas realistas para os afrodescendentes e não empreender uma política oficial autoritária e alienante que está levando a nação brasileira e os próprios afrodescendentes (mulatos em sua absoluta maioria) a conflitos potencialmente fratricidas.

Os mulatos são aqueles mestiços descendentes tanto de brancos quanto de pretos. O mulato pode possuir, além destes, outros ancestrais. Foram mulatos os escultores Aleijadinho e Mestre Ataíde, os escritores Machado de Assis e Lima Barreto, os abolicionistas José do Patrocínio e Luiz Gama, os presidentes Rodrigues Alves e Nilo Peçanha, o jurista Ruy Barbosa, o jogador Mané Garrincha. Também foram mulatos o abolicionista estadunidense Frederick Douglass, o revolucionário mexicano Emiliano Zapata e o haitiano Alexandre Pétion, o escritor francês Alexandre Dumas e o escritor alemão Thomas Mann. No censo brasileiro os mulatos incluem-se mais usualmente na categoria pardo, embora muitos assumam-se como pretos ou como brancos. Nos EUA, até a terceira década do século passado, havia a categoria mulatto no censo do país, quando eugenistas racistas conseguirem aprovar a One Drop Rule (literalmente, Regra da Única Gota), que estabelecia que uma única gota de sangue preto tornaria preta uma pessoa. Até os bancos de sangue não permitiam que brancos recebessem doação de não brancos. A lei estava baseada na idéia racista de que os brancos fossem biologicamente superiores. A lei tornou-se ilegal nos anos '60, época em que muitas leis racistas foram abolidas nos EUA. Indo na contramão da história, algumas lideranças do movimento negro brasileiro pressionaram o IBGE para que os pardos (inclusive os não afrodescendentes) fossem classificados como negros e, desde o surgimento do movimento mestiço, a fim de evitar que os afro-mestiços assumam suas diversas origens, já defendem que os afro-brasileiros sejam incluídos na categoria afrodescendente (não havendo a possibilidade do mulato registrar-se em mais de uma opção de origem). Só para lembrar, para a política racial do governo do "partido da ética", as palavras 'afro-brasileiro', 'afrodescendente' e 'negro' são sinônimas.

Descendemos de pretos ou de negros?

As palavras mudam de significado com o tempo, fato que se deu com as palavras 'preto' e 'negro' que, na língua portuguesa falada no Brasil, adquiriram significado idêntico para referir-se a pessoas de origem africana de pele de cor preta e cabelos crespos. Há a opção por uma palavra ou por outra, e há quem os diferencie: tornou-se um chavão, muitas vezes empregado até por pessoas que negam a existência de raças humanas, que "preto é cor, negro é raça". Há, porém, diferenças históricas entre os termos.

Os mulatos descendem de pretos, mas não necessariamente de negros. A história registra que o termo negro não possui relação exclusiva com as pessoas pretas de origem africana;  surgiu como sinônimo de escravo, sendo empregado inclusive no Brasil para indígenas escravizados, como registra o Diretório dos Índios, de 1755, que proibia o emprego do termo:

"10 - Entre os lastimosos principios, e perniciiosos abusos, de que tem resultado nos Indios o abatimento ponderado, * he sem duvida hum delles a injusta, e escandalosa introducçaõ * de lhes chamarem NEGROS; * querendo talvez com a infamia, e vileza deste nome, * persuadir-lhes, * que a natureza os tinha destinado para escravos dos Brancos, * como regularmente se imagina a respeito dos Pretos da Costa de Africa. * E porque, além de ser prejudicialissimo á civilidade dos mesmos Indios este abominavel abûso, * seria indecoroso ás Reáes Leys de Sua Magestade * chamar NEGROS a huns homens, * que o mesmo Senhor foi servido nobilitar, * e declarar por isentos de toda, e qualquer infamia, * habilitando-os para todo o emprego honorifico: * Naõ consentiraõ os Directores daqui por diante, * que pessoa alguma chame NEGROS aos Indios, * nem que elles mesmos usem entre si deste nome * como até agora praticavaõ; * para que comprehendendo elles, * que lhes naõ compete a vileza do mesmo nome, * possaõ conceber aquellas nobres idéas, * que naturalmente infundem nos homens a estimaçaõ, e a honra. *"

O termo negro também é rejeitado e considerado ofensivo em diversos países, inclusive da África e nos EUA. O ativista do movimento afro-americano, Richard B. Moore, em seu livro The name "negro" its origin and evil use, associa a palavra a necro, morto, recomendando a adoção do termo Afro-American.

O termo negro, porém, perdeu esta conotação, sendo seu uso, além de uma opção pessoal, uma iniciativa socialmente aceita na atualidade.

Mulato não é preto e não é branco e, em regra, vê a si mesmo como mulato e assim é percebido socialmente. Da mesma forma que a política de branqueamento estimulou os mulatos para que se assumissem brancos, a atual política busca seduzi-los para que se assumam negros - os atrativos são os mesmos, terminam na possibilidade de favorecimentos que facilitem sua ascensão social - reservando para os mais reticentes a repressão, a censura, a exclusão e até ataques morais. Exemplo disso encontramos nos recém criados "tribunais raciais" universitários (que não raramente excluem os autodeclarados negros mais claros) e na obrigatoriedade do mulato assumir-se como negro para concorrer às impopulares cotas raciais nas universidades. Respeitada a opção daqueles que conscientemente, por sentimentos de solidariedade ou por outros motivos nobres, optaram por identificar-se como negro, o mulato que nega sua condição de mulato, seja constrangido a assumir-se branco, seja constrangido a assumir-se negro, alienou-se ou foi alienado, ou seja, escravizado a interesses que não são os seus.

Conflitos entre pretos e mulatos

A história registra em diversos países e épocas tensões e conflitos entre pretos e mulatos. Os mais intensos ocorreram no Haiti, África do Sul e Angola. 

No Brasil a política que inclui arbitrariamente os mulatos e outros mestiços na categoria 'negro' tem gerado a reação organizada do movimento mestiço e de mulatos.

Senado debate cotas raciais em universidades

Ao terminar o discurso, o representante do Movimento Nação Mestiça, contrário às cotas, foi ofendido por uma pessoa da platéia. O senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, denunciou o insulto. “Ele se declarou mulato e alguém lá atrás disse: ‘filho de mula’. Isso é racismo, é algo deplorável”, disse o senador Demóstenes Torres.
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Mulato

1. Mestiço que tem ascendentes brancos e pretos. 2. Mestiço nascido de um casal formado por uma pessoa preta e uma pessoa branca. 3. Feminino: mulata. 4. Etimologia. A origem da palavra é controversa, havendo duas hipóteses mais aceitas: a árabe e a latina. Segunda a primeira, derivaria da palavra árabe muwallad, 'mestiço', derivada de walada, gerar, parir, seja diretamente, seja através da palavra muladi, aplicada a cristãos convertidos ao Islã durante a dominação árabe na Península Ibérica. A palavra foi inicialmente aplicada a brancos descendentes de mouros e europeus. Após a chegada dos europeus à América passou também a ser aplicada a mestiços de pretos e indígenas, de franceses e indígenas, finalmente fixando seu significado a mestiços de pretos e brancos. Segundo a hipótese latina, derivaria de mulus, no sentido de híbrido, aplicado inicialmente a qualquer ser. Segundo o The American Heritage Dictionary, "mu·lat·to (m‹-l²t"½, -lä"t½, my‹-) n., pl. mu·lat·tos or mu·lat·toes. 1. A person having one white and one Black parent. 2. A person of mixed white and Black ancestry. [Spanish, from Arabic muwallad, person of mixed race, from walada, to engender, give birth.]". Para o Dicionário de la Lengua Española, "mulato, ta. (De mulo, en el sentido de híbrido, aplicado primero a cualquier mestizo.) adj. Aplícase a la persona que ha nacido de negra y blanco, o al contrario. U. t. c. s. || 2. De color moreno. || 3. Por ext., dícese de lo que es moreno en su línea."

 

 Nota: Este site adota o termo 'preto' para referir-se a nossos ancestrais africanos e 'branco' a nossos ancestrais europeus e outros povos caucasianos. O termo 'negro' apenas é aplicado àqueles que assim se identificam.

A Resistência Mulata é o núcleo do Movimento Nação Mestiça dedicado à identidade mestiça mulata.


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