Ângela
Prade nasceu em 18 de outubro 1873 em Castion (Belluno),
Itália. Casou-se em 1895 com Giovanni Andreani que nasceu em 1870,
em Morel (Beluno), Itália.
Giovanni
Andreani era filho de Angelo Andreani nasceu em Limana (Beluno),
Itália e era casado com Antonia Debona.
Ângela Prade,
“nonna Andoleta”, era filha de Francesco Prade e Maria De
Dea.
Ambos eram ainda crianças quando chegaram às terras da Colônia de
Blumenau, na linha colonial denominada Guaricanas, hoje pertencente ao
município de Ascurra-SC.
O pai de
Ângela, Francesco Prade, tomou posse do lote nº. 183,
Linha Colonial Margem Esquerda do Rio Itajaí Açú, adquirido de
José Floriano Costa ou Gabriel Floriano Costa. Enquanto o
pai de Giovanni, Ângelo Andreani, ocupou o Lote nº. 26.
Com o passar dos anos Giovanni Andreani decidiu comprar um lote
colonial onde hoje é o município de Rio do Sul, na localidade
conhecida como Valada Itoupava, cerca de 50 km de distância, e pra
lá ia freqüentemente, a pé, através de precárias estradas - a bem da
verdade, “picadas” em meio à mata - para realizar as “roçadas”
preparando o terreno para cultivo, e preparando uma nova moradia.
Em uma destas viagens ele adoeceu, não se sabe ao certo se uma
pneumonia devido as chuvas torrenciais que costumava enfrentar ou algo
como malária ou febre amarela e faleceu, deixando a bisnonna Ângela
viúva, sozinha com seis filhos pequenos:
-João, único filho homem do casal;
-Pierina (nascida em 15/05/1902);
-Maria Antonia (nascida em 14/05/1900);
-Palmira (nascida em 31/10/1910, apelido de Alma, que
faleceu em torno de seus 30 anos de idade);
-Amábile e
-Anna - a minha nonna - (nascida em 15/09/1907);
Depois
que ficou viúva a bisnonna Ângela deu grandes demonstrações de superação.
Além das dificuldades que podemos imaginar na vida de uma viúva,
agricultora, com filhos pequenos, a maioria meninas, o fardo era bem
maior. O lote que possuía era de terra pouco fértil, difícil de cultivar e
a região era densamente habitada por índios botocudos, chamados
pelos colonos de “bugres”, sendo que não eram raros assaltos e
ataques destes indígenas, principalmente quando sentiam que os que fossem
atacados não pudessem oferecer resistência.
Não ocasionalmente, nunca houve um caso destes que possa ser relatado na
família. O contato com estes índios era bem próximo.
No começo, eles vinham à noite (fato raro, pois estes índios não
costumavam sair à noite) espiar pelas frestas das tábuas da casa, fazendo
que a bisnonna fizesse alguns disparos com uma antiga pistola de
dois canos (garrucha), arma que pertencera ao bisnonno,
afugentando os indígenas.
Com o passar do tempo Ângela percebeu que os índios quando
vinham à noite raspavam a casca da polenta que ficava no parolo
pendurado fora de casa. Assim a bisnonna começou a deixar porções mais
fartas de polenta no parolo para que os seus visitantes noturnos
se deliciassem. Penso que assim ela conquistou certa simpatia por parte
dos índios.
Minha nonna contava que quando estavam na roça, à beira da mata,
era muito comum ouvirem as vozes dos índios pronunciando, em alto
tom, o nome de todos com perfeição.
Cansada do terreno infértil, Angela seguiu para Rio do Sul,
para tentar melhor sorte no terreno que o bisnonno havia adquirido pouco
antes de sua morte. A mudança foi de carroça até as margens do
Rio Itajaí Açú em Rio do Sul e de lá, atravessaram o rio com a
mudança nas costas, e da mesma forma carregaram tudo até a nova
propriedade.
Como sabemos, os imigrantes praticamente foram lançados à própria sorte, o
amparo e a atenção das autoridades eram praticamente inexistentes, de
fato, não foi nada fácil. Tendo passado por tudo isto, aos 74 anos, após
uma longa e heróica jornada de vida, minha bisnonna Angela nos deixou aos
27 de agosto 1948.
Anna Andreani
Baldo
Minha nonna Anna Andreani parece ter herdado todas as qualidades de sua
mãe. Uma mulher de luta, incansável, extremamente religiosa.
Uma figura doce e amável. Sem dúvida uma digna nonna italiana.
Transmitiu valores essenciais para filhos, netos e bisnetos.
Anna Andreani
Baldo
Anna casou-se com Felício Baldo, filho de Severino Giacomo Baldo
e Maria Agostini, em 21 de outubro 1933 em Rio do Sul. Felício
nasceu em 29 de setembro 1907 em Rodeio e faleceu em 20 de
abril 1979 em Rio do Sul.
Eles tiveram os seguintes filhos e netos (todos naturais de Rio do Sul):
-Um Hercílio Félix Baldo, nasceu antes de meu pai e faleceu ainda bebê.
-Meu pai Hercílio Félix Baldo, que nasceu em 21 de abril 1944,
casou-se com Maurília Marcos da Silva;
Filhos:
Cleiton Roberto Baldo e
Cleverton Fabiano Baldo
-Maria Liberata Baldo, faleceu ainda bebê.
-Dionísio Jacó Baldo, que casou com Rita Mazzini
Filhos:
Elcio Josnei Baldo
Adelita Baldo
-Alceste José Baldo, que nasceu em 27 de julho 1934 e
faleceu em 29 de abril 1994 em Rio do Sul. Casou-se com Angelina Esser.
Filhos:
Edegar,
Elder,
Carlos,
Elizabete,
Arlete.
-Vitor João Baldo, casou com Iria Mazzini.
Filhos:
Vanderlei
Vilson
-Maria Helena Baldo, seu marido era da família Filippi de
Ascurra.
Filha:
Margarete Olímpia Filippi
A Nonna Anna Andreani Baldo faleceu em 16 de agosto 1992 em Rio do Sul,
deixou muitas histórias e grandes lembranças!
Pesquisas:
Cleiton
Roberto Baldo
cleitonbaldo@gmail.com
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