Família de Nicola Apprato

Comune de Torre Orsaia - Salerno

 

Nicola Appratto - Foto acervo familiar

 

 

 

NICOLA APPRATTO, imigrante de Torre Orsaia, uma das 158 comunes de Salermo, nascido em 02 de Março de 1845, filho de Felice Appratto (nascido em 1803) e  Elisabetta Abbondanza (nascida em 1816).

Veio para o Brasil em 1865, fugindo do serviço militar, devido à política da época no sul da Itália. Não sabemos onde aportou, mas veio para o Rio Grande do Sul, onde casou e deixou descendência.

O primeiro casamento foi com Maria Cândida de Abreu, neta do Marechal José de Abreu, Barão de Cerro Largo, e tiveram Genoeffa Appratto Abreu que casou com Arsênio Duarte do Amaral, deixando descendência.

O segundo casamento foi com Marfízia Apolonia Ardaiz, tiveram 11 filhos, da qual descende o meu ramo familiar. Vários descendentes já retornaram à querida Itália, da qual pouca informação nos foi passada oralmente, sendo matéria de nossa pesquisa, incansável e eterna.
 

Salerno, a província de nossos antepassados, era em 194 b.C. uma colônia romana que foi chamada de Salernum. A cidade foi ocupada, mais tarde por Goths, por Byzantines, por Langobards e por normandos. Em 1799 Salerno é incorporada na república de Parthenopean. Após a unificação da Itália, teve um desenvolvimento urbano lento mas continuado.
Minha prima Iolanda, com a filha e outras primas foram à Itália procurar documentação de nosso Nono.

 

Tinham somente um nome: ORSAJA, ou algo soando semelhante. Foram em excursão e, pesquisando e perguntando, finalmente encontraram uma comune com o nome de Torre Orsaia, para onde, então se dirigiram. Procuraram o Cartório, onde foram bem recebidas, por dois funcionários de nomes Luigi Lecce e Rosário Maffucicanio.

Encontraram a documentação de nosso nono!

A felicidade e a alegria foram indescritíveis, o tempo curto, dividido entre lágrimas e pressa, pois estavam fora do roteiro, e a emoção fazia com que agradecessem a Deus, também fez com que não solicitassem a documentação do pai e nono de nosso Nicola!

Estava tudo lá e, está, à espera de outro parente que vá em busca.

Esse sentimento as acompanhou durante toda a permanência na Itália amada, misto de contentamento e aflição por não trazerem o restante dos comprovantes de vida, de existência, de história, de nossos ancestrais, tudo motivado pelo tempo tão escasso, pois fugiram ao roteiro da excursão, mas a dádiva de pisar em solo que foi moldado pelo trabalho de nossos antepassados, com suor, fadiga e encanto, superou o conflito estabelecido.

Nas fotografias que trouxeram, sempre imaginamos, que por aqueles locais, pisaram nossa gente!

Cada recanto é de uma beleza sem fim, cada cor nos traz uma história, um comentário, e nossa imaginação cresce que até parece que vemos o nono Nicola perambulando por aquelas vias, pisando na neve, deixando marcas e rastros que até hoje procuramos.

Com seu pai Felice, com sua mãe Elisabetta, irmãos (?), ou seu próprio nono Paolo Appratto, que deveria ser rigoroso, bravo e sistemático. Aprendendo a colher frutos do bosque, framboesas, ameixas, morangos, cuidando da horta, das oliveiras, uma vez que todo o alimento recolhido tinha que durar o inverno todo e até a próxima colheita. O inverno era rigoroso, e havia a necessidade de estocar os alimentos para a subsistência.  

Depois, jovem, carregando ilusões e esperanças de conhecer terras distantes, o tão falado Brasil cheio de luz, calor e riqueza, para fugir da opressão do regime italiano, de uma Itália que buscava a unificação, pois pensar a Itália como "nação" era uma ousadia, e mesmo pensá-la como território era impossível, pois desde o final do Império Romano a região foi ocupada por vários povos e gradualmente submetida ao poder político e religioso que, ora estavam unidos, ora em conflito.

E, foi essa curiosidade que o fez embarcar, supostamente junto com um irmão, rumo ao Brasil colorido, de paz, próspero e repleto de histórias deslumbrantes, atrás de novos conhecimentos, de aventura e de uma vida com menos conflito.

No ano de 1865, então, com 20 anos, deixa sua terra natal, sua Itália, que pulsa forte no sangue de seus descendentes, para nunca mais voltar. Deixando uma missão moral para seus netos de retornarem ao chão amado, beijá-lo e agradecer por fazer parte daquele solo abençoado, saudoso que foi por toda sua vida,  através de sua descendência.

Ao nosso nono Nicola, devemos o amor que carregamos pela Itália desconhecida.

 

Jussara appratto
Alegrete - Rio Grande do Sul
japrato@terra.com.br


 

 

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