Família Francesco Bodanese

Comune de Codognè - Província de Treviso

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Família de Francesco Bodanese e Carolina Biesuz - Linha XII de Serafina Corrêa / RS - 1920.
Da esquerda, atrás: Luiz (meu bisavô); Augusto, Ernesto, José, Guerino, Maria e Angelina.
Da esquerda, frente: Germano, Antonio, Francesco, Genoíno, Carolina (grávida de Victorio) e Adele.
Foto :acervo da família Marcos Bodanese
 

 


Comecei a escrever sobre os meus antepassados embalado pela magia e pela curiosidade das estórias que meus avós contavam durante a infância.

Daquela época para a atual, do encanto para a realidade foi um instante e sinto-me feliz em ter recebido esta missão das mãos deles: recontar a nossa trajetória passados 132 anos da chegada oficial dos primeiros imigrantes italianos a serra gaúcha.
E é o que faço neste momento.
 

A família Bodanese emigrou para o Brasil em 1878, oriunda de Codognè província de Treviso.
Nosso sobrenome original era Modanese e foi modificado quando da chegada ao Brasil dos tataravós Valentino Antonio Modanese e Catterina Soldera. Deste modo, podemos afirmar que todos os Bodanese brasileiros descendem deste tronco.

A epopéia ítalo-brasileira de nossa família começa com Valentino Antonio Modanese, meu tataravô, nascido aos 23/05/1848 em Codognè / TV, filho de Francesco Bodanese e Catterina Cigana.

Valentino Antonio casou-se aos 28/02/1870 com Catterina Soldera (*26/03/1851), filha de Vincenzo Soldera e Domenica Vazzoler e nascida no mesmo comune.

Exatos nove meses depois, aos 26/11/1870, a nonna Catterina deu a luz a um menino chamado Francesco Modanese; em homenagem ao avô paterno.

Francesco é meu trisavô e emigrou para o Brasil junto dos pais, do irmão mais novo Pietro (*20/03/1873) e da avó paterna Catterina Cigana Modanese.

Durante a viagem “di macchina a vapore”, como diz a música, já em águas brasileiras quando rumavam do RJ para o RS a família foi acometida por um infortúnio: Valentino Antonio faleceu aos 30 anos de causa desconhecida e o seu corpo foi lançado ao mar.

Assim, aportaram em Porto Alegre durante o mês de junho de 1878 as duas viúvas Catterina (nora e sogra) e os meninos Francesco com 7 anos e Pietro com 5 anos. Segundo relato do tio-bisavô Victorio Bodanese, ainda vivo, a chegada de Francesco a Porto Alegre foi tumultuada e muito triste. Segundo o próprio Francesco teria contado anos mais tarde, ele desceu correndo do navio, chorando e gritando que queria retornar para sua casa na Itália, que queria seu pai de volta.

De Porto Alegre a família seguiu para a colônia Donna Isabella, hoje Bento Gonçalves, vindo a se estabelecer na Linha Jansen, nº 110.

Em 15/09/1879 a tataravó Catterina Soldera Modanese contraiu segundo matrimonio com Angelo de Carli, também viúvo e amigo da família desde Codognè. Desta união nasceram cinco filhos: Luigia (casada com Luigi Piazzeta), Antonia (casada com Rodolfo Agazzi), Augusto (casado com Febronia Vacchi), Elisa (casada com Sante Bordignon) e Vittorio Isidoro (falecido ainda criança).

Os anos passaram rápido e os meninos Francesco e Pietro se transformaram em homens. Francesco casou em Bento Gonçalves aos 25/05/1892 com Carolina Biesuz, filha de Luigi e Elisabetta Biesuz, oriundos de Cesiomaggiore / BL. Pietro, por volta de 1893-1895 casou com Teresa Reolon, filha de Giovanni e Giovanna Reolon.

Teresa Reolon e Pietro Bodanese por volta de 1895 ( acervo da família Rui Bodanese)

 

Ao raiar do século XX, ambos decidiram procurar por novas terras no nascente município de Guaporé.

Francesco se estabeleceu na Linha XII, conhecida também por Linha XV de Novembro (e que atualmente pertence a Serafina Corrêa / RS), nas colônias 39 e 41. Pietro foi para a Linha Colomba, colônia número 59; interior de Guaporé / RS. Nesta região formaram suas respectivas “grandes” famílias.
Francesco e Carolina Biesuz Bodanese tiveram treze filhos:
1) Antonio, casado com Luigia Franciosi;
2) Guerino, casado com Maria Vivian;
3) Germano, casado com Laurinda Nardi;
4) Angelina, casada com José Franciosi em 1ªs núpcias, depois com Victorio Zarpelon e por último com Alcides Martinelli;
5) Luiz (meu bisavô), nascido em 21/06/1903 e casado aos 27/11/1926 em Muçum / RS com Maria Adélia Patussi (*27/09/1902), filha de Paschoal Patussi e Ernesta Broll.
Filhos: Iracema Maria (minha avó), Eloy Pasqual, Lourdes Ernesta, Adélia (falecida ainda criança), Mercedes e Luiz Francisco;
6) Maria, casada com Luiz Pizzinatto;
7) Victorio (falecido afogado no Rio Taquari, em Muçum, 1920);
8) José, casado com a viúva Laurinda Nardi;
9) Adele, casada com Julio Assoni;
10) Ernesto, casado com Lucia Slussarek;
11) Augusto, casado com Teresa Cella;
12) Genoino, casado com Emma Micchelon e
13) Victorio, que teve o nome dado em homenagem ao irmão que falecera afogado ainda criança. Casou com Maria Ermelinda Todeschini. Dos treze irmãos é o único sobrevivente.

Pietro e Teresa Reolon Bodanese, tiveram doze filhos: Clorinda, Etelvino, Guilherme, Firmino, Rodolfo, Siciliano, Amadeus, Enrico, Angelin, Constante, Romano e Rosina (a única filha ainda viva).

Família de Pietro Bodanese e Teresa Reolon por volta de 1923.
Linha Colomba ~ Guaporé / RS
Da esquerda, atrás: Enrico, Siciliano, Firmino, Rodolfo, Amadeus, Guilherme e Clorinda.
Da esquerda, frente: Constante, Angelin, Etelvino, Pietro, Romano, Teresa e Rosina
Foto:acervo da família Rosina Bodanese Cantelle
 

O trisavô Francesco era comerciante, proprietário de uma casa de “Seccos e Molhados” na Linha XII. Vendia cereais, tecidos, remédios, panelas, pregos e armarinhos em geral. Na década de 1910, foi condecorado pelo exército, recebendo a honraria de capitão da Guarda Nacional.Junto de outros serafinenses, em 1927 era um dos sócios do Frigorífico Ítalo-Brasileiro.
Foi um dos integrantes da primeira banda musical de Linha Jansen, Bento Gonçalves, sendo que mandou vir da Itália a sua gaita. Era um homem pacato, de muito respeito na comunidade. Tinha um senso de humor incrível. Atrás de sua propriedade, na Linha XII, mantinha uma raia para apostar corridas a cavalo com os amigos, porém ele ia a pé. Em frente a casa dele existia um capitel em homenagem a Santo Antonio.
 

Carolina Biesuz e o marido Francesco Bodanese - Serafina Corrêa - 1932.
Foto: acervo da Família Victorio Bodanese
 

Segundo depoimento de minha avó Iracema Bodanese Paludo, a família de Francesco possuía telefone e vitrola em casa ainda na década de 1920, bem como um Ford 1929 que Francesco comprou e mandou vir novo de São Paulo.

No fim da década de 1920 Francesco experimentou uma séria crise financeira com a falência do Banco Pelotense, onde mantinha suas reservas.

Debilitado pelo diabetes, faleceu na Linha XII (Serafina Corrêa / RS) aos 20/09/1933, deixando a viúva e 11 filhos, visto que Victorio Primeiro e Germano já eram falecidos nesta época.

O irmão dele, Pietro faleceu aos 09/01/1944 em Barão de Cotegipe / RS, viúvo de Teresa Reolon (+27/05/1927).

Família de Luiz Bodanese e Maria Adélia Patussi, 1949 ~ Chapecó / SC.
Da esquerda, atrás: Lourdes, Eloy Pasqual e Iracema.
Da esquerda, frente: Luiz Francisco, Maria Adélia, Luiz e Mercedes.
Foto: acervo da família Iracema Bodanese Paludo

 

IIracema Bodanese Paludo e seus alunos em Fazenda Zandavalli, 1949 ~ Chapecó / SC.
Foto: acervo da família Iracema Bodanese Paludo

 

LLuiz Bodanese e Maria Adélia Patussi com os netos, 25/12/1959 ~ Xanxerê / SC.
Foto: acervo da família Iracema Bodanese Paludo

A nonna Carolina Biesuz Bodanese faleceu aos 19/08/1956 em Nova Bassano / RS, onde empresta seu nome a uma rua e a uma escola.


Os descendentes desta numerosa família estão espalhados por todas as regiões do Brasil e em fevereiro de 2008 realizarão o primeiro grande encontro da família, em Nova Prata / RS.

Expresso publicamente meu agradecimento a avó materna Iracema Bodanese Paludo e ao tio-bisavô Victorio Bodanese, fontes inesgotáveis de informação; bem como a todos os parentes que têm enviado dados, fotos e documentos. Agradeço igualmente a Eliane Lúcia Bodanese e Maria Amália Tonin, primas que obtiveram as certidões italianas de nossos antepassados.


 

Cordiais saudações.
Rodrigo Paludo Sandrin.

“Dobbiamo ricordare i nostri antenati, è per loro Che oggì siamo qui”.

 

Para maiores informações sobre nossa genealogia, acréscimo de dados e fotografias para o livro a ser publicado contando a história de nossa família, por favor entre em contato comigo pelo email:

 dr_sandrin@yahoo.com.br.

 

Pesquisando os sobrenomes: Sandrin, Paludo, Cobalchini, Bodanese (Modanese), Romagna, Sottili, Coser, Patussi (Patuzzi), Turrini, Bissoli, Busato, Canal, de Martin, Gobbo, Parise, Biesuz, Postingher (Postinghel), Fait Veneri, Bonomo, Pasini, Fedrizzi, Cester, Ruzzene, Broll, Storti, Spagnol, Meneguzzi, Soldera, De Carli, Caserotto, Forti, Bottura (emigrados para o Brasil a partir de 1875, estabelecidos na serra gaúcha).

 

 

 

 

 

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Texto: Rodrigo Paludo Sandrin

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