Marte
Acima, uma imagem da atmosfera de Marte, enviada por uma das naves "Viking", em 1976.
Massa (Kg) | 6,42 x 10 23 |
Diâmetro (Km) | 6787 |
Período de Rotação (duração de um dia, em dias terrestres) | 1026 |
Período de Revolução (duração de um ano, em dias terrestres) | 686,98 |
Temperatura Máxima na Superfície (oK) | 310 |
Temperatura Mínima na Superfície (oK) | 150 |
Ponto mais alto na superfície | Monter Olympus: 21.287 metros |
Ponto mais baixo (depressão) | Hellas Planitia: 8.180 metros |
Componentes Atmosféricos | 95% CO2, 3% N e 1,6% Argônio |
Antes da exploração espacial, Marte era considerado o melhor candidato para ter vida extra-terrestre. Os astrônomos pensaram ver linhas retas que se cruzavam na superfície. Isto levou à crença popular que seres inteligentes construíram canais de irrigação. Em 1938, quando Orson Welles transmitiu uma novela por rádio baseada num clássico de ficção científica A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells, muita gente acreditou na história da invasão dos marcianos, o que quase chegou a causar uma situação de pânico.
Acima: "the face"
Abaixo: "Inca city".
As duas fotos foram feitas pela "Mariner-9".
Outra razão para os cientistas acreditarem na existência de vida em Marte tinha a ver com as aparentes alterações periódicas de cores na superfície do planeta. Este fenômeno levou à especulação de que determinadas condições levariam à explosão de vegetação marciana durante os meses quentes e provocavam o estado latente das plantas durante os períodos frios.
Em Julho de
1965, a "Mariner 4" transmitiu 22 fotografias de Marte. Foi revelada unicamente
uma superfície contendo muitas crateras e canais naturais mas nenhuma evidência
de canais artificiais ou água corrente. Finalmente, em Julho e Setembro de
1976, as sondas "Viking" 1 e 2 pousaram na superfície de Marte. As três experiências
biológicas realizadas a bordo das sondas descobriram atividade química
inesperada e enigmática no solo marciano, mas não forneceram qualquer evidência
clara da presença de microorganismos vivos no solo. De acordo com os
biologistas da missão, Marte é auto-esterilizante. Eles acreditam que a
combinação da radiação solar ultravioleta que satura a superfície, a
extrema secura do solo e a natureza oxidante da química do solo impedem a formação
de organismos vivos no solo marciano. A questão de ter havido vida em Marte em
algum passado distante permanece contudo aberta.
Água?
As imagens acima, foram enviadas pela "Mars Global Surveyor (MGS) Mars Orbiter Camera (MOC)", em 22 de janeiro de 2000. As coordenadas geográficas do local fotografado são , aproximadamente 37.5°S, 170.5°W. A foto da esquerda corresponde a uma área de aproximadamente 3 Km de largura, por 2,6 Km de comprimento. A imagem da direita corresponde a uma área de 3Km de largura, por 22,6 Km de largura. A luz solar incidia na região a partir do canto superior esquerdo das imagens. Os locais são bastante próximos um do outro.
Essas imagens foram coloridas sinteticamente, uma vez que a as imagens de alta resolução da MOC são obtidas em preto e branco. As cores apresentadas foram sintetizadas a partir daquelas obtidas pelas "wide angle cameras", também da MOC, associadas às imagens enviadas pelas naves "Viking" no final dos anos 70.
Crédito das imagens: NASA/JPL/Malin Space Science Systems
Acima à esquerda: Mars Sky
Esta é uma das primeiras imagens obtidas de um céu nublado em Marte. Destacam-se nuvens tipo stratus, de coloração rósea, procedentes de nordeste, a cerca de 15 milhas por hora (6,7 metros por segundo) e numa altura aproximada de 16 KM acima da superfície.
As nuvens consistem de água congelada, condensada junto a partículas de poeira avermelhada, em suspensão na atmosfera. Em Marte, nuvens são esporadicamente localizadas podendo por vezes cobrir regiões inteiras. As fotos foram tiradas cerca de uma hora e quarenta minutos antes do nascer do sol, pelo Imager for Mars Pathfinder (IMP).
Acima à direita: Mars Ice Clouds (13/10/1997)
A imagem, em cores reais, foi obtida em agosto de 1997, pela "Mars Pathfinder" e mostra nuvens de gelo em altitudes elevadas da atmosfera marciana. Ao contrário da atmosfera terrestre que é composta, principalmente, por nitrogênio e oxigênio, a atmosfera marciana é composta na maior parte por dióxido de carbono. Não obstante esse fato, há indícios de que uma quantidade de água se congela durante a noite, em nuvens visíveis. Durante o dia isso se torna particularmente aparente pela reflexão ocasionada na luz solar.
A atmosfera de Marte é bastante diferente da atmosfera da Terra. É composta principalmente por dióxido de carbono com pequenas porções de outros gases. Os seis componentes mais comuns da atmosfera são:
O ar marciano contém apenas cerca de 1/1.000 da água do nosso ar, mas mesma esta pequena porção pode condensar, formando nuvens que flutuam a uma grande altitude na atmosfera ou giram em volta dos vulcões mais altos. Podem-se formar bancos de neblina matinal nos vales. No local de aterragem da sonda "Viking 2", uma fina camada de água congelada cobre o solo em cada inverno.
Há evidências de que no passado uma atmosfera marciana mais densa pode ter permitido que a água corresse no planeta. Características físicas muito parecidas com costas, gargantas, leitos de rios e ilhas sugerem que alguma vez existiram grandes rios no planeta.
A temperatura média registrada em Marte é -63° C (-81° F) com uma temperatura máxima de 20° C (68° F) e mínima de -140° C (-220° F).
O dióxido de carbono, o maior constituinte da atmosfera, congela de modo a formar uma imensa calota polar, alternadamente em cada pólo. O dióxido de carbono forma uma grande cobertura de neve e evapora-se novamente com a chegada da primavera em cada hemisfério. Quando a calota do polo sul é maior, a pressão diária média observada pela sonda "Viking 1" tem o valor baixo de 6,8 milibars; em outras épocas do ano chega a atingir o valor de 9,0 milibars. As pressões do local da sonda "Viking 2" eram 7,3 e 10,8 milibars. Em comparação, a pressão média na Terra é 1000 milibars.
Essa imagem da calota polar sul de Marte foi obtida pela "Mars Global Surveyor (MGS) Mars Orbiter Camera (MOC)" em 17 de abril de 2000. No inverno e início da primavera todo a área abrangida na imagem fica coberta de gelo. No verão a calota fica reduzida à sua menor área, conforme aqui retratado. As órbitas realizadas pelas "Viking", mostraram que a calota polar consiste de dióxido de carbono congelado, que congela a cerca de -125° C (-193° F). A extensão da calota polar, no verão, é de cerca de 420 Km, no sentido horizontal.
Fundo:
The Pleiades Star
Cluster
Picture Credit: Mount Wilson Observatory
A Bacia de Hellas
Há cerca de 4 milhões de anos, um meteorito gigantesco colidiu com Marte e refez o contorno do hemisfério sul. A colisão abriu um buraco de 2,1 mil Km de extensão e 8 Km de profundidade. O mapa abaixo mostra o resultado do impacto: a Bacia de Hellas, hoje o ponto mais baixo da superfície de Marte. Os escombros de partículas liberadas como choque seriam suficientes para cobrir um território maior do que o Brasil com uma camada de 3 Km de espessura.