Ausência

(Fase - I)

         Quando sentires falta de meu corpo físico... Procura-me nas flores, encontrar-me-ás e poderás tocar-me... Poderás também me achar  na noite e sentir a brisa tépida que te beija, anunciando a chuva fina, morna e benfazeja, que lavará teu pranto, regando teu jardim com orvalho translúcido, misturado às lágrimas de teus olhos, perfumando a terra como humo sagrado.

        Quando eu não mais existir... Procura-me no lago azul da esperança, onde verás teu reflexo confundindo-se com minha imagem silenciosa e magnânima, enaltecendo tua fé no encontro há muito esperado e prometido pelo justo.

        Serei o teu precursor, esperar-te-ei paciente... Estarei sentado sob a frondosa árvore, cujos frutos edificantes alimentarão nossos espíritos. Os manjares selecionados para a festa de tua chegada, anunciada por raios de luz prateados, estão guardados em meu coração, sob a forma benigna de ações benfazejas.

 Wilson M. Pereira

(Continua na Fase – II)

Fase ll

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