1) Por que me negas o beijo
mais doce... O afago mais libertino?
2) Por que resistes aos
encantos de meu canto mais poético, quando no perfume de teu corpo sinto a quietude
necessária ao mais desejado descanso?
3) Por que me olhas
súplice como a rogar um afago doce de minhas mãos pouco ou mal-acostumadas à delicadeza
de tua pele?
4) Por que me pedes num
leve sussurro a devoção mais sublime, o anseio mais justo, a loucura mais lúcida de que sou
capaz?
5) Por que bebemos num
mesmo copo, tal qual sorvemos um chimarrão duas vezes revirado e bem
quente, nas madrugadas frias e chuvosas, quando apenas na adolescência eu sonhava
ter essa intimidade com minha
estrela azul mais brilhante?
6) Por que ficamos horas
eternas, que se passam como um breve instante, abraçados e em silêncio, apenas nos
olhando?
Wilson M. Pereira