Trabalhadores se organizandoNo último boletim informamos que vários atos ilegais e fora dos preceitos éticos estão sendo cometidos pelo INSS, prejudicando os trabalhadores.Teoricamente, o INSS recolhe uma porcentagem dos salários na folha de pagamento para que, nos momentos necessários, o trabalhador possa recorrer ao órgão.Mas o que tem acontecido é que quando o trabalhador necessita dos benefícios encontra uma estrutura burocratizada, concebida para dificultar ao máximo o acesso dos segurados a seus direitos.Por exemplo, para ter uma Comunicação de Acidente do Traba-lho (CAT) aceita pelo INSS, é comum precisar retornar várias vezes à agência, pois as informações são desencontradas. Perícias são realizadas por médicos já esquecidos de que são médicos e deveriam respeitar os pacientes. A demora de meses para liberar o pagamento já é hábito, como se o trabalhador não dependesse de seu ganho mensal para sobreviver. Esses são apenas alguns exemplos de denúncias contra a instituição, por parte de trabalhadores e seus sindicatos.Por tudo isso, mais de 70 entidades se reuniram com técnicos dos serviços de referência em Saúde do Trabalhador e solicitaram audiência com o Superintendente do INSS do estado de São Paulo.No dia 3 de julho, o sr. Laerte Horta, Superintendente, recebeu re presentantes desse movimento e, ao tomar conhecimento das irregularidades, prometeu conversar com o supervisor de perícias médicas, Dr. Mário Tsuchiya, e trazer soluções para a próxima reunião, que ficou agendada para o dia 25 de julho, às 14h30. Estaremos lá para exigir nossos direitos!
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CUIDADO COM O RUÍDO! Neste espaço vamos falar de algo com que você talvez já esteja há muito tempo acostumado: ruído. Ele está em todas as partes, principalmente para quem mora em grandes cidades. Tudo faz barulho: na rua, os carros desregulados, as buzinas e o trânsito; em casa, os vizinhos, cães, muitas pessoas falando ao mesmo tempo. Entretanto, em todos esses lugares a exposição ao barulho é por tempo limitado e nem sempre os níveis são muito elevados. Mas, no trabalho ... quem trabalha em rádio e televisão sabe do que estamos falando. Quase todas as funções do ramo de comunicações nos obrigam a conviver várias horas por dia com barulho comumente muito intenso. O pior é que nos acostumamos com isto. Com o passar do tempo, nem notamos que o ruído está presente e que interfere nas nossas vidas! Pois nos tornamos mais irritados e inquietos, passamos a ouvir zumbidos ou chiados na cabeça, principalmente na hora de dormir; começamos a falar mais alto e a ter dificuldade para entender uma conversa com muitas pessoas; passamos a ouvir a televisão com volume mais alto. Como isso acontece pouco a pouco, em geral nem percebemos. Muitas vezes é nossa família que começa a perceber essas mudanças. E aí está o perigo. Quantos trabalhadores só se dão conta do estrago quando já têm grandes alterações! Pense no assunto. Reflita sobre seu trabalho, veja se ele obriga você a ficar em contato com barulho e preste atenção se você já não está vivendo algumas das situações que descrevemos acima.
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LER RECONHEÇA UMA BOA CONSULTA MÉDICA Se você tem lido nossos boletins, você sabe que: + já passamos várias informações sobre as LER;+ você já foi convidado a buscar em seu trabalho fatores que podem causá-las;+ você já deve ter aprovado ou reprovado seu trabalho como provocador de LER;+ você já deve ter listado as funções e atividades de risco para as LER na categoria dos radialistas. Como no último Antena Saúde descrevemos os sintomas pelos quais as LER podem ser reconhecidas pelo paciente, neste número vamos conversar sobre como elassão investigadas pelo médico até serem diagnosticadas. Se o seu médico entende desse assunto, ele deve perguntar várias coisas a você, entre as quais: quantas horas você trabalha por dia; se faz horas extras; em que posições permanece por mais tempo; como movimenta braços e pernas; se você é pressionado(a) a trabalhar rapidamente. Esse "interrogatório" se chama anamnese ocupacional. Dependendo do caso, o médico deve ir até o local do seu trabalho e ver você trabalhando. É errado seu médico perguntar à sua chefia ou ao Departamento de Recursos Humanos como você trabalha. Afinal, nós sabemos que aquilo que é previsto é totalmente dife-rente do que acontece realmente. Ele deve também perguntar a você quais são suas queixas de saúde, como e quando acontecem, com o que melhoram ou pioram. Isto é a anamnese clínica. O exame físico também é parte importante da consulta médica. Perguntar se você já teve ou tem outros problemas de saúde, além de informações sobre seus familiares de sangue também são passos importantes da consulta. Finalmente, se necessário, o médico pode pedir exames complementares, tais como ultrassonografia, Raio X, eletroneuromiografia, exames de sangue e, raramente, ressonância magnética. Você vê que uma boa consulta médica é longa e complexa. Fuja do médico que, até mesmo sem olhar direito para você, vai pedindo exames complementares. Como o próprio nome diz, eles são complementares. Quem deve ser avaliado e tratado é o paciente e não os exames. Infelizmente, alguns médicos supervalorizam exames e se esquecem de conversar com o paciente. No próximo número, publicaremos mais informações. |