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Em: 10-MAR-1999

Manifestação faz feridos em Bissau Concentração pela paz acaba em batalha campal quando os manifestantes passam junto dos militares senegaleses


Arquivo Lusa-João Relvas
PROTESTOS. Os "aguentas" de Nino Vieira foram mal recebidos


Uma manifestação de cerca de cinco mil pessoas a favor da paz na Guiné-Bissau, realizada na capital guineense, transformou-se numa batalha campal entre manifestantes e militares, provocando dezenas de feridos ligeiros.

A manifestação foi convocada pelo Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, que reúne cerca de 113 organizações de base, religiosas e cívicas e ainda sindicatos e ONG e tinha por lema "Guerra nunca mais".

O cortejo partiu de manhã da rotunda do aeroporto de Bissau, com destino ao cais do Pidgiguiti, onde deveria realizar-se um comício. Mas por volta das 11 horas, quando os manifestantes já se encontravam no local, começaram os incidentes, com alguns participantes a insultarem e a apedrejarem militares senegaleses que seguiam num camião para o porto de Bissau.

"Fora com os senegaleses" e "abaixo os aguentas" (nome dado pela população aos jovens militares guineenses recrutados já durante a guerra para lutarem do lado de Nino Vieira) foram algumas das frases ouvidas.

Como os protestos decorriam nas proximidades de instalações da marinha de guerra guineense, o vice-chefe do estado-maior da armada decidiu colocar um cordão de segurança na rua de acesso ao quartel.

O cordão era constituído na sua maioria por aguentas, que, depois de um alegado ferimento num deles, carregaram sobre os manifestantes, provocando ferimentos em vários. O responsável da armada, o capitão-de-fragata Caetano Fernandes, considerou os acontecimentos da manifestação como "um pequeno incidente" e que as chefias militares "irão gerir sem pôr em causa o processo de paz na Guiné-Bissau".

Entretanto, o primeiro-ministro Francisco Fadul exprimiu a sua satisfação pelo encontro de mais de duas horas que manteve na segunda-feira com o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português, Luís Amado.

O encontro confirmou tudo o que "pensava e esperava" da cooperação portuguesa, declarou Fadul. Acerca das solicitações feitas ao governante português, Fadul sublinhou que o seu Governo definiu 22 prioridades, tantos quantos os programas elaborados para sair da crise.

"Pedimos a Portugal que assuma em plenitude a solidariedade que sempre nos ofereceu, não só bilateralmente como também activando a solidariedade internacional, para que esta nos ajude na concretização dos projectos a apresentar em Genebra à comunidade internacional", disse o chefe do Governo guineense.

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