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Em: 22-ABR-1999

Fadul visita Paris à procura de apoio

Nino Vieira considera uma "mistificação" o relatório sobre tráfico de armas para Casamança e responsabiliza o Parlamento por eventuais convulsões


DN-José Carlos Carvalho
APOIO. Francisco Fadul procura sensibilizar Europa para a ajuda à Guiné


O primeiro-ministro da Guiné-Bissau iniciou, ontem, a sua primeira visita oficial a França, sendo ainda incerto um encontro com o seu homólogo Lionel Jospin.

A visita de Francisco Fadul tem como principal objectivo sensibilizar os responsáveis franceses para a "mesa-redonda de urgência" sobre a Guiné-Bissau, a realizar nos próximos dias 4 e 5, em Genebra, sob a égide da ONU.

A visita de Fadul a Paris reveste-se, porém, de alguma dificuldade a que não é alheia a atitude tomada pelo chefe do Executivo da Guiné-Bissau, que denunciou publicamente o alegado envolvimento da França no conflito interno do seu país. De qualquer modo, Fadul já tem assegurados encontros de trabalho com o ministro da Cooperação francês, com um assessor do Presidente Jacques Chirac, com responsáveis do Tesouro e da Caixa de Desenvolvimento franceses.

A Guiné-Bissau precisa, por um lado, de cerca de 140 milhões de dólares (cerca de 25 milhões de contos) para poder avançar com as duas dezenas de programas já elaborados para a reconstrução do país; por outro lado, o país necessita de um financiamento ao seu orçamento de Estado no valor de 90 milhões de dólares (cerca de 1,6 milhões de contos), sem o qual dificilmente poderá arrancar com alguns projectos importantes que a guerra obrigou a interromper.

Francisco Fadul, que partiu ontem de Portugal - onde recebeu garantias de apoio -, tem ainda agendadas visitas a Itália, Vaticano e Suécia. Entretanto, o Presidente Nino Vieira responsabilizava, em Bissau, de forma directa a Assembleia por "todas as convulsões que possam surgir" no processo de paz em curso em resultado dos últimos debates parlamentares sobre o tráfico de armas.

Em comunicação ao país, Nino Vieira prometeu que irá, "no momento oportuno" e "nas instâncias competentes", pronunciar-se sobre a referida matéria e declarou que os trabalhos parlamentares apenas levaram a que se privilegiasse "o passado" em detrimento das "questões presentes e essenciais que consolidem a paz e a confiança entre os guineenses".

"Lamentamos profundamente a perda de energia e o acirrar de ódios que envolveu a leitura do debate, no plenário do Parlamento, do relatório sobre o tráfico de armas para Casamansa", diz Nino Vieira, que considera o relatório uma "mistificação" e advoga que se privilegiem "acções que visem preservar a concórdia".

Jornal Diário de Notícias: E-mail: dnot@mail.telepac.pt

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Guiné-Bissau, o Conflito no «site» Terràvista

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