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Em: 30-ABR-1999

Nino Vieira é "causa de instabilidade" na Guiné

Iancuba N'Djai diz que a prioridade para os guineenses é a realização das eleições gerais


Arquivo DN-Eduardo Tomé
AJUDA. Depois da estabilidade, guineenses aguardam a reconstrução

Apenas um quinto do território guineense, "a Presidência da República", se mantém instável, afirmou ontem em Lisboa Iancuba N'Djai, da organização Aifa PALOP.

N'Djai, que falava na terceira Reunião Europeia de Organizações não Governamentais em Solidariedade com a Guiné-Bissau, reconheceu que actualmente quatro quintos do território guineense se encontram em situação de estabilidade e saudou o papel das forças da Ecomog, ao terem "pela primeira vez verdadeiramente um papel de interposição, sem apoiar nenhuma das partes em conflito".

Acusando o Presidente João Bernardo Vieira de criar instabilidade e de se apoiar em milícias privadas de base étnica, Iancuba N'Djai disse ainda que tanto Nino como outros generais estão "envolvidos no tráfico de armas e vão ser sujeitos à justiça guineense".

N'Djai, um dos dirigentes da força opositora União para a Mudança (UM) acrescentou na sua intervenção que a prioridade para os guineenses é agora a realização das eleições gerais, previstas para Novembro deste ano.

Por seu lado, o padre Vanderlei, da Caritas Guiné-Bissau, referiu que os deslocados em consequência da guerra travada o ano passado já regressaram quase todos à capital, embora alguns se mantenham na província "porque esperam as colheitas, têm as suas casas destruídas em Bissau ou por insegurança até às eleições".

Porém, uma vez na capital, deparam com uma situação difícil em termos de emprego. Apenas o Banco Central reabriu as suas portas e há 12 mil funcionários públicos com pelo menos dois meses de salários em atraso, referiu. Por outro lado, a circulação na cidade é ainda limitada devido às minas, deparando a população igualmente com todos os problemas decorrentes da falta de energia eléctrica e de água.

Também os problemas de saúde continuam de difícil resolução, com o Laboratório Nacional e o Instituto de Medicina Tropical destruídos, a epidemia de meningite a totalizar 2123 casos desde o início do ano, dos quais 267 mortais, e a mortalidade infantil a duplicar em Bissau e a subir cinco a seis por cento noutras áreas.

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