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Em: 05-MAI-1999

Nino Vieira marca eleições

Portugal anunciou em Genebra, na "mesa-redonda de urgência", que participará com mais de 830 mil contos, ao longo de três anos, para a reconstrução da Guiné-Bissau após o conflito armado


Arquivo EPA-Lusa

ESCOLHA. Nino Vieira marcou eleições para Novembro, correspondendo aos desejos do primeiro-ministro, Fadul

O Presidente João Bernardo Vieira marcou para 28 de Dezembro as eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau, num decreto divulgado através da Rádio Nacional.

A data escolhida vem ao encontro do desejo manifestado pelo primeiro-ministro Francisco Fadul, que defendera a realização de eleições precisamente naquele mês, tendo em consideração a situação do país resultante da guerra civil do ano passado.

Na opinião de Fadul, há que concluir primeiro o processo de reunificação das forças armadas e da polícia, assim como assegurar o regresso das populações deslocadas e dos refugiados. O primeiro-ministro argumentou ainda com a necessidade de a data das eleições ser conciliada com o calendário agrícola e ainda com a chegada do financiamento prometido na "mesa-redonda de urgência", a decorrer em Genebra.

O decreto diz que o Presidente auscultou o Governo, partidos políticos e Comissão Nacional de Eleições, mas não faz no entanto referência ao acordo de paz de Abuja, assinado em Novembro de 1998 e que previa a realização de eleições até Março de 1999.

A mesa-redonda de urgência para a ajuda à reconstrução na Guiné-Bissau iniciou-se ontem em Genebra, à porta fechada, com a participação de 32 países. A discussão tem por base um documento elaborado pelo próprio Governo guineense, no qual as principais necessidades do país são avaliadas em cerca de 25 milhões de contos.

Portugal está representado nesta "mesa-redonda de urgência" pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Amado, o qual anunciou que Lisboa participará com mais de 830 mil contos, ao longo de três anos, para a reconstrução guineense.

Segundo Luís Amado, a contribuição portuguesa é a maior, seguida pelas da França e da Holanda. A participação portuguesa no quadro da Ecomog, a força de interposição dos países da África Ocidental destacada para a Guiné-Bissau, constará de material não letal e apoio ao sector dos transportes. Vários investidores privados integram, a título de observadores, a delegação portuguesa, o que demonstra "o interesse das empresas portuguesas em retomar o mais rapidamente possível a sua actividade na Guiné-Bissau, onde são responsáveis por mais de dois terços da produção económica", frisaram.

Para o secretário de Estado português, a solução do conflito guineense é "um passo muito importante para o processo de estabilização da África ocidental, muito marcada por conflitos interligados". Deste modo, "torna-se necessário que a comunidade internacional ajude a Guiné-Bissau, na medida das suas possibilidades, de forma a estabilizar o processo".

A mesa-redonda de urgência sobre a Guiné-Bissau, organizada por este mesmo país, prossegue durante o dia de hoje, estando previsto que o primeiro-ministro Francisco Fadul profira o discurso de encerramento.

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Guiné-Bissau, o Conflito no «site» Terràvista

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