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Em: 21-NOV-1999

Fadul desvincula Junta Militar

Representante de Kofi Annan diz que a "comunidade internacional reconhece que há um problema a resolver em relação aos militares" guineenses. Está em marcha um programa de desmobilização


Arquivo DN-José Carlos Carvalho

REPARAÇÃO. Francisco Fadul disse que a Junta Militar não tem nada a ver com a "Magna Carta"

O representante especial do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, o camaronês Nana-Sinkam, manifestou ontem a sua satisfação com as declarações prestadas na quinta-feira pelo primeiro-ministro Francisco Fadul, desvinculando a Junta Militar da "Magna Carta".

Nana-Sinkam, que evitou aprofundar a sua posição em relação ao documento, afirmando não conhecer o seu conteúdo, lembrou que a "comunidade internacional reconhece que existe um problema a resolver em relação aos militares".

É por isso que, segundo Nana-Sinkam, está em marcha um programa de desmobilização e reinserção social dos militares, no valor de 15 milhões de dólares, que inclui a construção de habitações para os antigos combatentes guineenses e apoios financeiros à reintegração na vida civil.

Em conferência de imprensa, na qual também participou o representante da União Europeia em Bissau, Miguel Amado, foram analisadas críticas surgidas nos últimos dias quanto a uma alegada falta de verbas para as eleições, tendo Nana-Sinkam garantido que "a assistência pedida foi posta à disposição do país".

"Não podemos falar de falhas da parte da comunidade internacional", disse o representante do secretário-geral da ONU, Nana-Sinkam, reconhecendo, contudo, "algum atraso" em relação à entrega da contribuição da União Europeia, que afectou nomeadamente o pagamento dos honorários aos jovens que prestam esclarecimentos sobre o acto eleitoral às populações.

O representante do secretário-geral da ONU apelou aos partidos políticos e candidatos presidenciais guineenses que "se concentrem nos seus programas, nas suas propostas para o futuro" e não nos ataques pessoais às outras forças políticas e candidatos. Durante o encontro com a Imprensa foi feito o balanço do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no financiamento do processo eleitoral da Guiné-Bissau, dotado com 4,5 milhões de dólares.

A União Europeia contribuiu com cerca de dois milhões de dólares, a Suécia com um milhão de dólares, havendo ainda apoios directos da Holanda, Itália e Japão. Entretanto, o partido Resistência da Guiné-Bissau (RGB) fez ontem o seu grande comício em Bissau, com Hélder Vaz, líder do partido, a renovar o pedido da maioria absoluta e a apelar ao fim do tribalismo, um dos temas dominantes da campanha eleitoral.

Perante milhares de pessoas, Hélder Vaz, líder do RGB, conhecido por Movimento Bafatá, empunhou uma cruz cristã e um rosário de contas muçulmano.

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