Em: 29-NOV-1999
PAIGC aceita uma coligação
"O poder é do povo" e este é que decidirá, disse ao DN o presidente do PAIGC, Francisco Benante, convicto de uma vitória nas eleições de ontem Luís Naves
O presidente do PAIGC, Francisco Benante, disse ao DN acreditar na vitória do seu partido, aceitando formar uma coligação se não obtiver maioria absoluta. Na sua opinião, a mudança no país deve-se a militantes do partido.
Antigo combatente e dirigente da "quarta geração", o actual ministro da Defesa garantiu que "o poder é do povo" e que este é que decidirá. A questão dos antigos combatentes e a dignificação das forças armadas são para ele dois assuntos centrais: "Vivi com os militares e, quer esteja no Poder ou não, lutarei sempre para que eles tenham um tratamento condigno, que possam suportar o agregado familiar." Benante aproveitou para criticar notícias da rádio sobre os protestos contra o facto de alguns militares terem votado fardados em assembleias.
"Trata-se de ignorância dos que protestam", disse. Segundo Benante, para resolver a questão dos antigos combatentes "é preciso muito dinheiro, mas não é impossível solucionar o problema. É mais fácil do que a guerra que travámos durante ano e meio".
O líder do PAIGC, de etnia manjaco, desdramatizou a questão étnica e defendeu as vantagens culturais dessa diversidade. "Nunca houve uma guerra entre as etnias. Temos de lutar para que as pessoas tenham consciência de que uma etnia sozinha não pode fazer ganhar o seu candidato étnico." O PAIGC, acrescentou, sempre "congregou todas as etnias" e "não podemos continuar com a teoria nefasta de nos dividirmos para ficarmos mais fracos".
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