Em: 22-DEZ-1999
PAIGC critica oficiais da Junta
Francisco Benante diz que alguns militares mostram falta de neutralidade
Arquivo DN-Eduardo Tomé
CRÍTICAS. Francisco Benante quer uma total isenção dos militares O presidente do PAIGC, Francisco Benante, criticou ontem a atitude de alguns oficiais da Junta Militar após a divulgação dos resultados das eleições legislativas e presidenciais de 28 de Novembro na Guiné-Bissau, informou uma fonte próxima do antigo partido no poder na Guiné-Bissau. Numa carta dirigida ao comandante da Junta Militar, brigadeiro Ansumane Mané, Benante critica nomeadamente a atitude de quatro oficiais que, segundo ele, exprimiram publicamente a sua alegria pela vitória do candidato Kumba Ialá na primeira volta das eleições presidenciais.
Esta atitude, no entender de Francisco Benante, é "incompatível com as ordens de neutralidade" dadas pelo alto comando da Junta Militar durante todo o período eleitoral. Os oficiais criticados são Emílio Costa, o "número três" da Junta, Bitchofla Na Fasé, José América Bubu Na Tchuto e Zamora Induta, que foi durante longo tempo porta-voz da Junta Militar.
Pouco depois da crítica, os oficiais reagiram apresentando queixa ao procurador da República, para que "se faça luz" sobre o assunto, segundo indicou Induta. Os observadores têm feito notar que existe dentro da Junta Militar um clima de desconfiança em relação ao processo eleitoral. Assinalam, nomeadamente, que quatro oficiais próximos de Kumba Ialá foram desarmados "como medida de prevenção" antes do anúncio dos resultados oficiais das eleições.
Entre eles contam-se dois que são agora acusados de falta de neutralidade por Benante: Na Fasé e Na Tchuto. A segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau está marcada para 16 de Janeiro, com Kumba Ialá a defrontar o candidato apoiado pelo PAIGC, Malam Bacai Sanhá.
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