CUIDADOS ATER COM OS ANIMAIS DE COMPANHIA
Alguns estranhos bichos, como aves, répteis, peixes e pequenos mamíferos, tornaram-se muito populares como animais de companhia. Os seus donos dizem que dão menos trabalhos e são menos exigentes que os clássicos gatos e cães. O pior são os problemas de saúde que podem criar. De vez em quando lá se ouve falar de crianças que con- traíram salmonelas ou outras pequenas infecções por intermé- dio dos seus pequenos companheiros de quarto. Devemos ficar preocupados? O melhor é recordar que estes hipotéticos proble- mas podem sempre ser prevenidos com medidas simples e um pouco de bom senso. As doenças que passam dos animais para os homens podem contrair-se por meio de mordidelas ou arranhões, ou pelo conta- to com as fezes ou a saliva. Os animais podem lamber os ferimen- tos ou chagas das crianças o que é exactamente o mesmo que uma mordidela ou um arranhão na pele. Doenças dos répteis Entre as doenças transmitidas pelos répteis, a mais comum é a salmonela. Esta infecção bacteriológica geralmente provoca gas- troenterite, uma inflamação do estômago e dos intestinos. Diarreia e vómitos são os sintomas mais habituais. A salmonela pode representar uma situação séria para as crianças, os velhos e pessoas com o sistema imunitário enfraquecido. Todos os répteis apresentam salmonelas. As tartarugas e as iguanas são a mais habitual fonte deste tipo de infecção. Doenças das aves Psitacose, ou a conhecida febre dos papagaios, é uma doença bacteriana que afecta mais de cem espécie de aves selva- gens e domésticas. Os sintomas de uma ave afectada incluem a queda das penas e uma mudança nos hábitos alimentares. Contudo, algumas aves atacadas de psitacose não apresentam quaisquer si- nais ou sintomas. Nos seres humanos, a psitacose provoca tosse, dores no peito, febre, tremuras e vómitos. A infecção ocorre devido ao con- tato com as fezes da ave ou com a poeira que se acumula nas gaiolas. O tratamento, tanto para os animais como para as pessoas, inclui antibióticos. Criptococose é uma doença provocada por um fungo transmitido aos seres humanos quando estes inalam organismos que se encontram nos excrementos das aves, especialmente as pombas. A infecção pode levar à encefalite e à pneumonia. As pessoas com o sistema imunitário debilitado correm alto risco de contrair criptococose. Entre cinco a dez por cento das pessoas com SIDA têm criptococose. Pessoas com o sistema imunitário comprometido, assim como os velhos, devem evitar áreas povoadas por aves. Histoplasmose, uma infecção semelhante também provocada por fungos, é transmitida a pessoas que respiram poeiras de pombais e outras áreas com dejectos de aves. Doenças dos peixes A Micobactéria pode surgir nos aquários. A infecção ocor- re geralmente quando pequenos ferimentos na pele ficam expostos à água contaminada. A micobactéria também pode surgir nas piscinas. Tais infecções são raras e provocam geralmente sintomas leves. Contudo, podem constituir um problema para pessoas com doenças do sistema imunitário. Doenças de outros animais Cestodiase é uma infecção que ataca principalmente as crianças. A fonte é um verme localizado nos roedores, inclu- indo os hamsters, e em alimentos e água contaminados. O verme dos roedores é transmitido quando as pessoas acidental- mente entram em contacto com pulgas de ratos infectadas, bara- tas ou carochas, quase sempre depois de estas terem frequentado celeiros ou outros armazéns de alimentos. Os sintomas incluem vómitos, fome, vertigens, irritabilidade e fadiga. Nos casos mais severos, a infecção provoca diarreia e dores abdominais. A medicação pode habitualmente eliminar os vermes em 48 horas. Linfocite coriomeningite é provocada por um vírus que se locali- za nos hamsters e nos ratos. Os seres humanos podem ser infectados por contacto com a urina, fezes, sangue ou outras secreções dos animais. Na maioria dos casos, as consequências da doença são ligeiras. Contudo, em algumas pessoas pode declarar-se meningite e as grá- vidas podem transmitir a doença ao feto. Cuidados para prevenir este tipo de doenças Se possui qualquer tipo de animal doméstico, tem ra- zões especiais para observar sinais e sintomas de infecção nos seus filhos. Os exemplos são diarreia, erupções na pele, prisão de ventre, febre, inchaços e vómitos. Se tanto a criança como o animal parecem doentes - especialmen- te após uma mordidela ou um arranhão - a criança deverá ser le- vada ao médico e o animal ao veterinário. Sempre que levar o seu filho ao médico, não se esqueça de mencionar que possui um ani- mal doméstico. Seja bem específico quanto ao número e espécie desses animais. Antes prevenir aqui ficam alguns tópicos para evitar as infecções: Escolha os animais cuidadosamente. Para o bem das crianças não é recomendável ter em casa tartarugas, iguanas, serpentes vene- nosas ou agressivas, aranhas e peixes tropicais. Informe-se junto do veterinário quanto aos cuidados básicos a tomar para com o seu animal. Lave as mãos frequentemente - especialmente depois de pegar no animal ou de lhe ter lavado a gaiola. Assegure-se de que os seus filhos fazem o mesmo. Ensine as crianças a evitarem os fluídos corporais e as fezes do animal. Recorde-lhes que não devem beijar os animais. Use luvas de borracha ou plástico quando lavar as gaiolas ou os aquários. Se lhe parece que a sua ave tem psitacose, use um más- cara contra poeiras quando limpar a gaiola. Mantenha os animais numa área confinada. Não deixe os animais pe- quenos andarem à vontade por toda a casa. Mantenha o animal afastado da cozinha e de todos os outros luga- res onde prepara os alimentos. Não use a pia da cozinha para lavar o aquário, dar banho ao ani- mal os objectos da gaiola. Se usar a banheira, limpe-a cuidadosa- mente no final. Ensine os seus filhos a tomar cuidado do animal. Vigie cuidadosa mente essa actividade e não hesite em fazer cumprir essas obriga- ções sempre que necessário. Boas e más notícias Com toda esta conversa sobre infecções, é fácil esquecer o mais importante fator que provavelmente lhe fez levar o animal para casa - a emoção. Prepare os seus filhos para a morte do animal de companhia. Muitos animais pequenos têm um período de vida limitado. Criar um pequeno ritual para assinalar a morte do animal é uma boa maneira para ajudar a criança a recompor-se da perda. E não deixe de pensar nos benefícios. Os animais domésticos oferecem às crianças oportunidades de novas brincadeiras - salutares alternativas à televisão e aos jogos de vídeo. Ter um animal doméstico pode estimular a aprendizagem sobre a na- tureza e os ciclos da vida. Além disso, cuidar de um animal oferece à criança uma forma de criar sentido das responsabilidades quotidianas. Fazer uma cuidadosa escolha de um animal e dar passos simples pa- ra evitar infecções é uma boa forma de evitar problemas provoca- dos pelo seu companheiro peludo, emplumado ou escamoso. A responsabilidade editorial e científica desta informação é da Saúde pt.