Não me lembro quando foi a primeira vez em que estive num claustro. Uma igreja antiga na cidade, o sol coando pelas janelas e cortinas antigas, filtrado na penumbra do lugar. Um lugar consagrado, atmosfera dos séculos passados quando foi construído. Um católico animado, auxiliar nas tarefas da igreja, provavelmente um sacristão, começou a me falar do lugar, entusiasmado. Me falou sobre um santuário dentro da igreja que era conhecido como o Sanctum Sanctorum, o Santo dos Santos. Pelo chão do claustro antigo, eu via nomes de pessoas que sabia, nunca ia conhecer. Só não imaginava o que seus nomes faziam ali, no chão.
Batido de sol, o claustro revela detalhes de uma arquitetura harmoniosa, onde a simetria salta aos olhos. O sol que entra também resgata a vida exterior que invade o recinto fechado, permanente. Detalhes que não se esquecem facilmente, a passagem para o exterior, o mundo lá fora que não compartilha com ele a mesma tranqüilidade. Dentro, tudo é intemporal, lugar onde o tempo parece ter se esquecido de passar.
A um passo da eternidade, a visão que se tem do mundo é muito mais ampla. O desapontamento que sentimos ao estar frente a frente com a eternidade e descobrir que ela não é eterna…
Acho que agora deu para entender o que seus nomes faziam ali no chão.