clipslogo.jpg (38712 bytes)

 

 

AGENDA CULTURAL

NOTÍCIAS

BARES
RESTAURANTES

TURISMO

ClipsBR.gif (2133 bytes)

NOTÍCIAS

Arquivo

Direito

Economia

Esporte
Informática
Brasil
Mundo
Litteratus
Personalidades
Política
Opinião
Participe
A Revista
Anuncie
Equipe

Política

Os cínicos e cênicos em...
As artimanhas do poder

O termo política vem do grego ‘polis’, significa a arte de governar a cidade. Por outro lado, num enfoque mais moderno, sabemos que política não está ligada somente ao Estado, mas sim em todos os níveis da vida social.

Pois bem, os representantes políticos fazendo política para alterar os rumos das decisões governamentais e a sociedade atenta para os meios, instrumentos ou recursos que os políticos usam para fazer a tal política, em última análise, o poder.

De acordo com alguns estudiosos da ciência política os seres humanos sempre conhecem limitadamente a realidade na qual vão exercer escolhas, e é exatamente por isto que tendemos, segundo os autores, a repetir e ritualizar processos de escolhas que deram certo no passado. Escolhemos a alternativa mais satisfatória, a quem tem menos defeitos ou perigos conhecidos por nós. Vale lembrar que, a burocracia trabalha no sentido de impedir decisões.

A concepção maquiavélica (os fins justificam os meios) ao mesmo tempo em que constatou uma dimensão importante da realidade, tendeu a absolutizá-la, incentivando a generalizada falta de ética. Daí, resultou um saldo negativo de políticos, o tal descrédito. Não vamos generalizar, há atos políticos éticos. A realidade não se esgota na visão maquiavélica.

As pessoas costumam dizer que as coisas não mudam. Vejamos. Isso, de acordo com o sociólogo Benjamim Marcos Lago se deve à maioria silenciosa, ao predomínio de uma apatia política. Por outro lado, a extensão do direito de voto canalizaria as tensões, colaborando para a estabilidade do sistema. Mas que estabilidade?

A oposição é essencial ao bom funcionamento do sistema.

"Há momentos em que a ditadura se assemelha a um mar sereno na superfície, enquanto no fundo estão ocorrendo gigantescos maremotos que algum dia atingirão a superfície do mar. Já a democracia, ao contrário, pode apresentar uma superfície agitada, mas o fundo do mar está sereno", explica Marcos Lago.

E o que dizer do voto? Só em nosso século foi instituído o voto universal, cada cidadão um voto e todos os cidadãos votam. O voto obrigatório, ainda que force uma grande presença processo eleitoral, facilita o voto pouco consciente, interesseiro ou induzido. O voto facultativo garante as camadas menos conscientes as decisões sobre o futuro da sociedade. Os favoráveis ao voto obrigatório argumentam que, com ele, se induz a população a tentar um maior contato com as decisões eleitorais. Esse argumento parece frágil, já que as pessoas obrigadas a votar a contragosto podem fazê-lo em branco, anularem ou sufragarem de qualquer jeito. Não é à toa que os índices de voto branco e nulo tem aumentado.

O público, o privado e a platéia

A palavra público tem dois sentidos. Por um lado, público se opõe a privado, esse faz sinônimo do bem comum, do patrimônio coletivo, daquilo que não pode ser alvo de apreciação egoísta ou particular.

Outro sentido de público é o que se opõe a palco. Seu sinônimo é platéia – a soma dos que assistem a uma representação, tendendo à passividade, manifestando aplauso ou vaia, apenas a desigualdade separam a platéia e os atores. No sentido teatral o público vale menos que o palco. Já no jurídico, ele deve valer mais que o privado.

A própria convivência se estrutura em linhas de poder, há vantagens, preferências, manipulações, segregações. É um campo de força magnetizado.

Quando falamos em ‘homem político’, temos em mente um sujeito competente que vai mudar a natureza e as relações sociais. Este é o espaço das utopias. Homem político é aquele que tem consciência histórica. Sabe dos problemas e busca soluções. Não aceita ser objeto, quer comandar seu próprio destino. É ator, e não expectador. Distinguimos na história o que o homem é e foi capaz de fazer...

As mesmas promessas, os mesmos rostos maquiados com as bochechas levemente cor de rosa, uma equipe de assessores, produtores, secretárias, maquiadores, todos bem produzidos, alguns até mais que os outros. Os mesmos macacos velhos da política, que de quatro em quatro anos aparecem como se nada tivesse acontecido. Percorrem bairros periféricos em busca de apoio e voto com seus showmícios e muitos sorrisos, é impressionante como seus olhos brilham. Sem contar os jingles pegajosos e grudentos, sim é o pagode. É pagode porque é música do povo, porque está todos os dias na televisão, especialmente nos domingos.

Campanhas altamente estruturadas e riquíssimas, e no final...alguém é pago? Esta é a chamada pobreza política. É pobre aquela sociedade tão debilmente organizada, que não passa de massa de manobra nas mãos do Estado e das oligarquias, e que por isso, não consegue construir representatividade legítima em seus processos eleitorais, com líderes excessivamente carismáticos ou caudilhescos, com serviço público marcado pela burocracia, pelo privilégio e pela corrupção. É o famoso ‘bico de luxo’ da Prefeitura. Aparecem uma ou duas vezes por mês e ainda tem um bom emprego por fora.

Ao povo só deveres, sem direitos...à minoria privilegiada só direitos como dever.

Patrícia Santos