Cada pessoa forma uma imagem mental interna de um cenário. Quando o indivíduo internaliza uma cena esta é expressa nos seus próprios termos, de forma que mais tarde seja capaz de traze-la a sua mente com maior riqueza de detalhes. Hoje há quase que um consenso que a motivação para aprender e a construção estruturada do conhecimento é uma característica muito pessoal. Na arena educativa o estudante quase nunca chega com uma mente “vazia” mas possui uma estrutura mental, muito sua, particular e pouco transferível. Embora o aprendizado de itens de informação isolados seja importante, por exemplo : lembrar qual o símbolo químico do Potássio; qual o nome do vaso que leva sangue arterial, a maioria das pessoas pode reter na memória entre 4 a 9 itens de informação corrente. Mais do que isto, elas simplesmente esquecem. Para que se tenha o encadeamento das idéias, dos pensamentos de uma forma inteligente, crítica é necessário que o estudante adicione significado aos itens de informação, inserindo-os no arcabouço conceitual de sua estrutura mental. O estudante precisa filtrar a informação, decidir onde ela se encaixa na constelação dos conceitos. Todos nós precisamos praticar para alçar o item do mero nível de informação esparça para o nível conceitual mais complexo e abrangente, isto é conhecimento.
O processamento das idéias é feito de maneira distribuida, mas duas estruturas cerebrais, o lobo temporal e o córtex pré-frontal têm importante relacionamento com aspectos da memória, planejamento de comportamento e tomada de decisões. Acredita-se que para ocorrer aprendizagem há uma espécie de “ancoragem” de conhecimento “novo” na estrutura mental de conhecimento prévia, que é um vasto depósito de conhecimentos e experiências. Esta manipulação de idéias e conceitos para que não ocupe todo o pequeno “espaço” da memória é submetida a um regime interno de consolidação, cujos componentes externos são a elaboração de diagramas, fluxogramas e principalmente os Mapas Conceituais.
Não basta entender os fatos, os eventos mas como estes estão organizados, como se relacionam. O mapa conceitual representa relações entre conceitos, como o conceito [x] se relaciona de maneira lógica com o conceito [y]. Esta estratégia educativa enquanto apela para a visualização espacial dos conceitos respeita o pressuposto básico que as pessoas aprendem de modo, taxa de retenção e recuperação variáveis.
Como Fazer :
Pode-se elaborar mapas conceituais a partir de conceitos soltos, por exemplo Membrana Plamática ou um parágrafo de um capítulo do livro texto. O conceito mais geral deve vir no alto da representação, e os mais específicos ligados a este e aos demais por linhas/palavras de ligação. Por exemplo (Fig. 1 );
Membrana plasmática, fluidos intra e extra celular.
Pode-se partir de uma proposição ou frase temática. Por exemplo : " A memória é imprescindível para o desempenho de todas as atividades cotidianas. " Caso queiramos salientar o conceito ou idéia "memória" , o mapa poderia ser como na Fig.2:
Fig. 2 Processamento de informação do ambiente externo.
[ Neurociência & Comportamento ]
Fig. 3 Hábitos para manter a memória dinâmica.
Fig. 4. Seres vivos como sistemas complexos
Fig. 5. Hipotálamo : endócrino & comportamental.
Fig. 6. Sinapses neuronais : PEPS/PIPS/neurotransmissores.
Fig. 7. Ovário : noções básicas.
Fig. 8. Hipotálamo / hipófise e hormônios.
Fig. 9. Ações dos menssageiros químicos.
Fig. 10. Características da informação sonora.
Para Saber Mais:
- BARTOSZECK, A. B. 1996. Enhacing active learning of neurophysiology through the use of concept mapping. The Basic Science Teacher, 2:2-6.
- BARTOSZECK, A. B. 1997 . Formas de Representação do Conhecimento. Tuiuti : Ciência e Cultura, 7(1): 49-56.
- BARTOSZECK, A. B. 1998. O mapa conceitual na aprendizagem de ciência básica. Rev. Ciências Tecnol., (no prelo).
(Serão mantidos os créditos de autoria.)
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