OS MAIORES JOGADORES DO SÉCULO  

   

 

 

Apagam-se as luzes do século XX, ou melhor, extingüem-se elas, na verdade, no final do ano 2000. Para todos os efeitos, porém, é mais elegante considerarmos 1999 como que encerrando os cem anos no qual o futebol surgiu e veio rapidamente dominar o cenário esportivo internacional. Este esporte, nascido no alvorecer dos 1900s, revelou jogadores de grande brilho e que levaram multidões aos estádios.  

Diante disso, nada mais oportuno que apontarmos os super-craques do século e falarmos, mesmo que brevemente, sobre cada um deles. Não nos restringimos aos 10 maiores. Seria uma camisa de força a nos limitar uma livre escolha. Não tentamos, também, classificá-los por ordem de grandeza. Seria uma tarefa quase impossível. Tivemos que enxugar esta lista ao máximo, caso contrário a relação seria infindável. Procuramos ser imparciais, evitamos patriotadas, mas, como em qualquer lista deste tipo, os brasileiros predominam. Não há como fugir do fato de que sempre fomos um enorme celeiro de jogadores. Após a mais rigorosa triagem, apontamos enfim, segundo nossa opinião, os 16 super-craques deste século.

 

OS 16 SUPER-CRAQUES DO SÉCULO

ALEMANHA – Maier e Beckenbauer

ARGENTINA – Di Stéfano e Maradona

BRASIL – Domingos da Guia, Nílton Santos, Rivelino, Garrincha e Pelé

FRANÇA – Platini

HOLANDA – Cruyff

HUNGRIA – Kubala e Puskas

INGLATERRA – Bobby Moore

ITÁLIA – Meazza

URSS – Yashin

 

 

 

Maier (1944 - )

 

Sepp Maier, excepcional goleiro, considerado um dos três melhores de todos os tempos (junto com o inglês Gordon Banks e o russo Yashin, o “Aranha Negra”). Maier era apelidado de  O Anjo” ou de “O Gato” por sua fantástica calma, agilidade e reflexos. Encerrou prematuramente sua carreira em 1979, após sofrer sério acidente de automóvel. Jogou apenas pelo Bayern Munich, de 1965 a 1979. Foi quatro vezes campeão alemão (69, 72, 73 e 74), quatro vezes campeão da Copa da Alemanha (66, 67, 69 e 71), campeão da Copa dos Campeões da Europa (74, 75 e 76), da Recopa (67), do Mundial Interclubes (76), da Eurocopa (72) e Mundial (74). Jogou também nas Copas de 66 (vice-campeão) e 70 (terceiro colocado). Participou de 95 partidas pela Seleção, tendo estreado aos 22 anos, e de 476 jogos por seu time, o Bayern Munich. Maier era famoso por seu eterno bom humor, mas, em momentos críticos, “transformava-se de anjo em demônio”, asseguravam todos seus companheiros de equipe.

 

Beckenbauer (1945 - )

 

Franz Beckenbauer, o “Kaiser” (“Imperador”), líder nato, o mais elegante defensor de sua época, cabeça erguida e largas passadas em campo. Em 1970, na semi-final da Copa contra a Itália, ficou gravada em nossas mentes sua imagem jogando com um braço na tipóia devido a uma luxação na clavícula, recusando-se a deixar a partida. Foi o maior líbero da história, com talento para também armar jogadas de ataque, ir à frente e comandar seus companheiros nos jogos. Anos depois, chegou a ser o técnico da Alemanha, chegando à final em 1986 e tornando-se campeão mundial em 1990. Jogou pelo Bayern Munich (já era titular aos 19 anos), pelo Cosmos (USA) ao lado de Pelé, e pelo Hamburgo (Alemanha). Foi cinco vezes campeão alemão (69, 72, 73 e 74, Bayern, e em 82 pelo Hamburgo), quatro vezes campeão da Copa da Alemanha (66, 67, 69 e 71), três vezes campeão da Copa dos Campeões da Europa (74, 75 e 76), da Recopa (67), campeão do Mundial Interclubes (76, Bayern), campeão norte-americano (77, 78 e 80, Cosmos), campeão da Eurocopa (72) e campeão mundial (74). Jogou 103 partidas pela Seleção, marcando 14 gols. Participou das Copas de 1966 (vice-campeão), 1970 (3o lugar) e 1974 (campeão). Ao erguer a taça ganha no Mundial de 74, levantou-a com um sorriso: “acho que o futebol não gosta que os seus eleitos comemorem com lágrimas uma vitória. Eu prefiro sorrir”.

 

Di Stéfano (1926 - )

 

Alfredo Di Stéfano, centro-avante e grande goleador. Era dono de uma refinada técnica, rapidez e era, também, um cérebro no meio de campo, para onde constantemente recuava para armar o ataque e defender. Muitos o consideram o melhor jogador de todos os tempos, depois de Pelé. É o 3o maior artilheiro da história, com seus 893 gols. Foi chamado de “La Saeta Rubia” (“A Flecha Dourada”), por sua incrível rapidez. Jogou pelo Real Madrid (penta-campeão europeu de 56 a 60, onde assinalou 454 gols) e pelo Espanyol, nos argentinos River Plate (anos 40), Los Cardales e Huracán  e nos Mllionarios da Colômbia. Foi eleito o melhor jogador da Europa em 1957 e 59. Não jogou Copas do Mundo. Títulos: campeão argentino (45 e 47, River), colombiano (49, 51, 52 e 53), espanhol (54, 55, 57, 58 e 61 a 64); Copa do Rei (62); Copa dos Campeões da Europa (56 a 60); Mundial Interclubes (60, Real Madrid) e Sul- Americano (47, pela Argentina). Atuou 8 vezes pela seleção argentina (6 gols), 4 pela colombiana e 31 vezes pela espanhola (23 gols).

 

Maradona (1960 - )

 

Diego Armando Maradona, “El Pibe de Oro” (“O Garoto de Ouro”), um dos maiores jogadores de todos os tempos, disputa com seu compatriota Di Stéfano o título de 2o maior jogador da história, depois de Pelé. Começou nos Argentinos Juniors, passou pelo Boca Juniors, até que em 1982 foi jogar no Barcelona, depois no Nápoli, onde viveu seu auge como jogador. Ainda atuou no Sevilla da Espanha. Voltou à Argentina onde jogou pelo Newell’s Old Boys e, novamente, pelo Boca. Foi campeão argentino (81, Boca), da Copa do Rei (83, Barcelona), campeão italiano (87 e 90), da Copa da Itália (87), da UEFA (89, Napoli) e Mundial (86, Argentina). Convocado para a Copa de 1978 por Menotti, acabou cortado da lista final por ser, segundo o técnico, “muito garoto; precisa amadurecer”. Disputou 4 Copas do Mundo (de 82 em diante). Jogou 91 vezes pela seleção argentina, assinalando 34 gols. Foi suspenso durante a Copa de 1994 por ter usado uma droga proibida (a efedrina), tendo sido suspenso por um ano. Após este triste episódio, Maradona nunca mais voltou a ser o mesmo, sempre se envolvendo com drogas pesadas. Sua carreira foi por água abaixo. Ficou para a história por sua notável habilidade com a bola, além de ser um grande armador e finalizador. Foi campeão mundial em 1986 pela Argentina.

 

Domingos da Guia (1912 - )

 

 Zagueiro central, dono de incomparável domínio de bola, foi o primeiro defensor realmente técnico do Brasil. Saia com a bola limpa e dominada, servindo milimetricamente seus companheiros com passes perfeitos. Este refinado estilo de jogo passou a ser conhecido como “domingada”. Foi cognominado de “El Divino” pelos uruguaios. Jogou pelo Bangú, Nacional do Uruguai, Vasco, Boca Juniores da Argentina, Flamengo e Corinthians. Foi campeão uruguaio de 1933 (Nacional), argentino em 35 (Boca Juniors), carioca em 34 (Vasco), 39, 42 e 43 (Flamengo). Atuou pela seleção brasileira 30 vezes, tendo estreado na mesma aos 18 anos. Na Copa de 38 foi eleito o melhor zagueiro da competição.

 

 

Nilton Santos (1925 - )

 

A “Enciclopédia do Futebol”, lateral-esquerdo e depois quarto-zagueiro. Tinha uma técnica brilhante e uma extraordinária visão de jogo. Foi um dos primeiros laterais a ultrapassar o meio-campo em apoio ao ataque, um prenúncio dos alas modernos. O grande zagueiro foi 4 vezes campeão carioca (Botafogo), entre outros títulos. Jogou 84 partidas (74 oficiais) pela seleção e atuou nas Copas de 50 (como reserva), 54, 58 e 62, sagrando-se, pois, bi-campeão mundial. Atuou toda sua carreira de 18 anos (de 48 a 64) em um único clube, o Botafogo. Títulos: bicampeão mundial (58 e 62), carioca (48, 57, 61 e 62), Dele disse o jogador argentino Nestor Rossi: “ele joga em pé, pleno de classe, como convém aos deuses da bola”.

 

Rivelino (1946 - )

 

Roberto Rivellino, armador de grande categoria, emérito driblador (um dos inventores do drible chamado “elástico”), excepcional cobrador de faltas. Tinha um estilo nervoso, com dribles curtos e passes perfeitos. Jogou pelo Corinthians (1964 a 1974), pelo Fluminense, a partir de 1974, além de atuar pelo Helal, da Arábia Saudita. Jogou 122 vezes pela seleção brasileira, um verdadeiro recorde, marcando 43 gols. Foi campeão do Rio-S.Paulo (66), campeão carioca 2 vezes (75 e 76, Fluminense), campeão da Copa do Rei (79), campeão árabe (80 e 81), campeão do Torneio Independência do Brasil em 72, do Torneio Bi-Centenário da Independência dos Estados Unidos em 76 e campeão mundial em 70. Participou de 3 Copas (70, 74 e 78). Rivelino era conhecido em São Paulo como o “Garoto do Parque”, por começado a jogar muito cedo e ter atuado bastante tempo pelo time do Parque São Jorge, o Corinthians. No México, foi chamado de “Patada Atômica” pelos torcedores locais, devido ao seu chute fortíssimo de canhota.

 

Garrincha (1933 – 1983)

 

Manuel Francisco dos Santos, o Garrincha. Ponta-direita de extrema habilidade e dono de um drible desconcertante. Disputou 50 partidas pela seleção brasileira, fazendo 13 gols. Só perdeu uma: foi seu último jogo oficial pelo Brasil (contra a Hungria em 66, 1x3). Seus marcadores eram indistintamente chamados de “Joões”, tal a facilidade com que os ultrapassava com seus fantásticos dribles. Era conhecido por vários apelidos, como “A Alegria do Povo”, “Mané”, “O Anjo das Pernas Tortas”, etc. Sempre foi, além de muito leal, bastante ingênuo e puro de coração. Garrincha foi freqüentemente acusado de preferir o drible ao gol, mas era ávido por vitórias. Jogou pelo Botafogo, Corinthians, Flamengo e Olaria. Garrincha foi 3 vezes campeão carioca, em 57, 61 e 62 (Botafogo) e 2 vezes campeão do Torneio Rio-S.Paulo (62 e 64, Botafogo). Jogou as Copas de 58, 62 e 66, sendo bi-campeão mundial. Relembremos, algumas opiniões sobre ele: “De que planeta veio Garrincha?” (Jornal El Mercúrio, do Chile, após a Copa de 62). “Para os dribles de Mané Garrincha, o espaço de um pequeno guardanapo era um enorme latifúndio” (Armando Nogueira).

 

Pelé (1940 - )

 

Edson Arantes do Nascimento, Pelé, é claro. Deste, há o que falar? Não há quem não o conheça no mundo inteiro. Ponta de lança, o melhor jogador de todos os tempos. “O Atleta do Século”, “O Rei do Futebol”, tudo o que se disser é pouco para quem o viu jogar. Foi o criador involuntário do “cabeça de área”, ao exigir a marcação simultânea de vários jogadores para tentar conter suas investidas pelo ataque. Dele disse o sóbrio The Sunday Times, da Inglaterra: “Como se soletra Pelé? Assim: G-O-D (D-E-U-S)”. Ou então o sueco Parling, seu marcador na final de 58: “Após o 5o gol, eu só queria aplaudi-lo”. Ou ainda, Burnigchi, zagueiro italiano que o marcou na final da Copa de 70: “Eu pensei que ele era feito de carne e osso como eu, mas vejo que me enganei”. E para finalizar, o que disse a Pelé o astro Robert Redford, ao desembarcar lado a lado com ele no aeroporto em New York, ao ver que todos só pediam autógrafos ao craque: “Cara, como você é popular!”. Para sermos breves, diremos apenas que Pelé ganhou 60 taças em sua carreira, das quais citaremos as principais: campeâo paulista em 58, 60 a 62, 64, 65, 67 a 69 a 73 (Santos); Taça Libertadores (62 e 63); Mundial Interclubes (62 e 63, Santos) e Mundial (58, 62 e 70). Jogou 115 partidas (92 oficiais) pela seleção, marcando 97 gols (77 oficiais). Em toda sua carreira fez nada menos que 1.279 gols (1.284, segundo outras fontes).

 

Platini (1955 -  )

 

Michel Platini, ídolo do futebol francês, um meia de grande técnica e um líder em campo. Era baixo e franzino, desvantagem essa que compensava com sua  rapidez e com uma notável colocação. Aos 21 anos deu-se sua estréia jogando pela seleção francesa. Foi um notável goleador. Recebeu 3 vezes consecutivas o prêmio de Bola de Ouro de melhor jogador europeu, um feito jamais igualado por qualquer outro craque. Foi eleito o melhor jogador da Copa da Espanha, tendo assinalado 9 gols em 5 jogos. Infelizmente, não chegou a ser campeão mundial de futebol. Após abandonar a carreira, tornou-se técnico da seleção francesa de 88 a 92, sendo, após, o presidente do Comitê Organizador da Copa de 98. Atuou pelo Nancy e pelo Saint Étienne da França e pelo Juventus da Itália. Títulos: campeão da Copa da França (78, Nancy), campeão francês (81, Saint Étienne), campeão italiano (84 e 86), Copa da Itália (83), Recopa (84), Copa dos Campeões (85), Mundial Interclubes (85, Juventus) e Eurocopa (84, França). Platini participou de 71 partidas pela seleção francesa, tendo assinalado 41 gols. Dizem que após sua despedida do futebol, o gramado do Parc de Princes teve as laterais diminuidas em um metro, pois “não haveria mais ninguém na França capaz de aproveitar esse espaço para lançamentos.”

 

Cruyff (1947 - )

 

Johan Cruyff, meio-campista e atacante, grande líder, armador de jogadas, um talento excepcional. Tinha uma velocidade incomparável e uma visão de jogo fora do comum. Considerado um dos melhores jogadores europeus de todas as épocas, ganhou três vezes a Bola de Ouro da Europa (71, 73 e 74). Cruyff jogou 82 partidas pela seleção de seu país, assinalando 33 gols (nas 48 partidas oficiais). Atuou pelo Ajax, Barcelona, Los Angeles Aztecs e Washington Diplomats (USA), Levante (Espanha), Ajax, de novo, e Feyernoord.  Foi vice-campeão na Copa de 74, sete vezes campeão holandês (66, 67, 68, 70, 72, 73 e 83), campeão da Copa da Holanda (67, 68, 70, 72, 73 e 83), Copa dos Campeões (71 a 73), Supercopa Européia (72 e 73, Ajax), campeão holandês (84, Feyernoord), campeão espanhol (74) e Copa do Rei (78, Barcelona). Em toda sua carreira, Cruyff fez 425 gols em 752 jogos. Tinha, curiosamente, a superstição de jogar usando sempre a camisa no 14, porque com essa idade havia conquistado seu primeiro título.

 

Kubala (1927 - )

 

Laszlo Kubala, meia-armador de extrema elegância em campo, inteligente, habilidoso e um grande artilheiro. Foi um dos melhores jogadores do mundo na década de 50, grande ás do Barcelona. Atuou por 3 seleções nacionais: Hungria (sua terra natal), Tchecoslováquia e Espanha. Jogou pelo Ganz e Ferencvaros (Hungria), SK Slovan Bratislava (Tchecoslováquia), pelo Barcelona (onde fez 249 gols em 329 partidas) e Espanyol (Espanha), e pelo Zürich (Suíça). Títulos: campeão húngaro (49, Ferencvaros), campeão espanhol (52, 53, 59 e 60); Copa do Rei (51, 52, 53, 57, 59 e 63); Copa da UEFA (58 e 60, Barcelona). Atuou 3 vezes pela seleção húngara, 6 pela seleção da Tchecoslováquia e 19 pela seleção espanhola. Não disputou Copas do Mundo. Em 1999 foi eleito pelos torcedores do Barcelona como o maior ídolo da história do clube, à frente de Cruyff, Maradona e Ronaldinho.

 

Puskas (1927 - )


Ferenc Puskas, grande jogador e lider húngaro, com sua canhota fortíssima e certeira, bem como um grande organizador de jogadas. Era conhecido como “Ocsi” (“garoto”) em sua terra natal. Puskas fez sua estréia na equipe nacional húngara em 1946, contra a Áustria, partida em que marcou seu primeiro gol pela seleção. De 1950 a 1954, Puskas e a seleção magiar disputaram 32 jogos, ganhando 28 e empatando somente quatro. Fez 83 gols pela Hungria, com uma excelente média de 1 gol por jogo (exatos 0.99), um recorde mundial em seleções (Pelé fez 77 gols pela brasileira). Marcou 689 vezes em toda sua carreira, numa época em que os jogos eram muito menos frequentes do que hoje. Terminou seus dias de goleador na Espanha, onde a partir de 1958 jogou pelo Real Madrid e quando passou a ser chamado de “Pancho”. Foi artilheiro do campeonato espanhol por quatro vezes consecutivas. Jogou duas Copas: 54 (vice-campão pela Hungria) e 62 (pela Espanha). Assinalou 511 gols em 533 partidas oficiais de campeonatos nacionais e internacionais (média de 0.95 gols por jogo). Jogou pelo Honved da Hungria e pelo Real Madrid. Foi campeão húngaro pelo Honved em 50, 52, 54 e 55; campeão espanhol pelo Real Madrid em 61, 62, 63, 64 e 65; campeão da Copa do Rei em 62, da Copa dos Campeões da Europa em 59 e 60, do Mundial Interclubes em 60 (Real Madrid), campeão olímpico (52) e vice-mundial (54). Puskas era, curiosamente, um jogador baixinho e gordo, com uma barriga visivelmente volumosa. Só usava sua perna esquerda certeira e poderosa, e pouco cabeceava.

 

Bobby Moore (1941 – 1993)

 

Centro-médio e líbero, de físico forte, duro na marcação e firme na cobertura à zaga. Diziam, na época, que Moore entrava em campo de “fraque e cartola”, tal a elegância de seu futebol. Pelé o considera um de seus melhores marcadores em todos os tempos. Jogou 108 vezes pela seleção (em 90 jogos foi o capitão), atuando em três mundiais (62, 66 e 70). Atuou pelo West Ham (onde estreou aos 17 anos), Herning (Dinamarca), pelo San Antonio Thunder e Seattle Sounders (EUA). Campeão da Liga Inglesa (64), da Recopa (65, West Ham) e Mundial (66). Sua liderança e influência moral foram fundamentais na grande conquista da Copa do Mundo de 1966. Está entre os maiores defensores da história do futebol em todos os tempos.

 

Meazza (1910 – 1979)

 

Giuseppe Meazza, centro-avante e meia-direita, atacante eminentemente técnico, uma legenda no futebol de seu país. Era baixo, mas tinha uma grande impulsão. Uma de suas características era avançar com a bola dominada, parar diante do goleiro e, na saída deste, calmamente driblá-lo para marcar o gol. Foi o jogador símbolo do bi-campeonato mundial ganho pela Itália. Seu nome foi dado ao Estádio San Siro em Milão. Jogou pela Internazionale, Milan, Juventus, Varese e Atalanta. Foi campeão italiano de 30 e 38; campeão da Copa da Itália em 39 e Mundial em 34 e 38. Atuou 53 vezes pela seleção, com 33 gols assinalados. É considerado o maior jogador italiano de todos os tempos. Era carinhosamente chamado de “Pepino” pelos torcedores italianos.

 

Yashin (1929 – 1990)

 

Lev Yashin, famoso e lendário goleiro russo, chamado de “Aranha Negra” por seu uniforme negro e seus longos braços. Notável por ser um dos primeiros goleiros a não limitar sua atuação à pequena área. Saia muito bem do gol, cortando cruzamentos e roubando bolas dos pés de atacantes adversários. Foi o primeiro goleiro a receber o prêmio Bola de Ouro como melhor jogador da Europa (1963). Defendeu sua seleção por mais de 10 anos. Jogou toda sua carreira por um único clube, o Dínamo de Moscou, onde atuou de 1951 a 1970. Estreou pela seleção da antiga União Soviética em 1954. Ganhou as Olimpíadas de 56, a Copa da União Soviética (53, 67 e 70), a Eurocopa de 1960 (U.Soviética) e os campeonatos soviéticos de 54, 55, 57, 59 e 63. Somente foi consagrado o melhor goleiro do mundo na Copa de 58, aos 29 anos, pois os times de sua pátria poucas partidas disputavam até então com equipes estrangeiras. Foi eleito, também, o melhor goleiro das Copas de 58, 62 e 66, da Eurocopa de 60 e 64 e das Olimpíadas de 56, 60 e 64. Jogou 78 partidas pela seleção. Terminou sua carreira em 1971, aos 42 anos. Até hoje é considerado o maior goleiro de todos os tempos.

 

*   *   *   *

 

Citemos, ainda (ver quadro abaixo), os brasileiros Friedenreich, Leônidas da Silva, Romário, Jairzinho e Zico; o argentino Labruna; o grande zagueiro chileno Elias Figueroa; o atacante português Eusébio; o artilheiro alemão Gerd Müller, o meia Fritz Walter, o centro-avante Uwe Seeler e Paul Breiner, combativo zagueiro-esquerdo e meio-campista; o refinado atacante austríaco Mathias Sindelar; o goleiro italiano Dino Zoff, o craque Silvio Piola e o líbero Baresi; o excepcional goleador húngaro Sandor Kocsis; os franceses Fontaine e Raymond Kopa e os ingleses Gordon Banks, goleiro, Stanley Matthews, legendário ponta-direita e o ídolo e atacante Bobby Charlton, entre tantos outros que mereceriam aqui figurar.

 

MENÇÕES HONROSAS

ALEMANHA – Seeler, Breitner, Gerd Müller e Fritz Walter

ARGENTINA – Labruna

AUSTRIA – Sindelar

BRASIL – Friedenreich, Leônidas, Romário, Jairzinho e Zico

CHILE – Figueroa

FRANÇA – Fontaine e Kopa

HUNGRIA – Kocsis

INGLATERRA – Stanley Matthews, Banks e Bobby Charlton

ITÁLIA –Zoff, Piola e Baresi

PORTUGAL – Eusébio

 

 

O futebol tem uma enorme dívida de gratidão com cada um deles. Foram verdadeiros e inesquecíveis gênios da bola. Foram eles que fizeram do futebol o esporte das multidões.

 

 

 

 

 

André Luiz Medeiros

Dezembro de 1999

    

E-Mails para a coluna: alspm@unisys.com.br


   

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A Seleção do Século

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