Este é um dos melhores exemplos da passagem dos tempos sobre a arte primária da sua construção, o românico.
Vista frontal da Igreja da Lagoa
É a igreja paroquial da freguesia de Lagoa e é um edifício
constituído por uma nave quadrangular e uma ábside também
quadrangular.
Este é um dos melhores exemplos da passagem dos tempos sobre
a arte primária da sua construção, o românico.
Vista frontal da Igreja da Lagoa
Construção pobre, quer quanto à obra das paredes
quer até quanto à cobertura, esta de ponto superior ao habitual
para regiões como esta em que a probabilidade de ocorrência
de nevões é pequena. Tem um interior bastante cuidada. A
nave e a ábside quase iguais em planta.
Hoje em dia apresenta poucos elementos românicos como a seguir
se pode verificar:
a) Cruz vasada em placa circular sobre a empena da ábside que
faz lembrar a cruz idêntica da igreja da Landim se bem que esta de
melhor fábrica e de dimensões maiores;
b) Cachorrada nos muros laterais da ábside que, no norte são
número de onze, dos quais quatro lisos e toscos e seis esbeltos,
mais cuidados, mas ainda assim bastantes rudes, uma vez almofadados; ainda
mais um em que a almofada é de área menor que os que refiro
anteriormente e é mais saliente; e ainda o lugar de mais um
outro, naturalmente desaparecido pela abertura da janela. No lado sul,
fora da zona que a construção da sacristia tapou ou destruiu
apenas se vêem seis cachorros lisos, idênticos aos correspondentes
do lado norte;
c) Dois portais, um na frontaria e outro no muro lateral sul da
nave, com um arco de volta inteira, sem tímpano e com aresta chanfrada
no contorno periférico do vão.
Os portais denunciam os restos de uma solução arcaisante
românica possivelmente dos fins do séc. XIV ou até
mais tarde. Mas a cruz, e a forma e aparelho dos cachorros fazem pensar
em data mais recuada.
No campo da conjectura uma hipótese é a da existência
de um templo rural modesto anterior ao séc. XIV, a que pertenceriam
a cruz e as cachorradas, que teria sofrido reconstrução nos
fins do séc. XIV, a que pertenceriam os portais e de então
para cá outras obras que foram permitindo que o edifício
chegasse aos nossos dias.
Curioso porém o desvio angular entre os eixos da ábside
e da nave que se verifica facilmente e que atesta além do que digo
anteriormente o medievalismo se não das paredes actuais pelo menos
de uma possível construção que lhe tenha sido anterior.
Vista lateral da Igreja da Lagoa