Situada no limite nascente do concelho, sobre o rio Ave, liga as freguesias
de Pedome, do concelho de V. N. Famalicão, com a de Gondar, do concelho
de Guimarães. Serve a E. M. 574 e o seu eixo está sensivelmente
na direcção nascente-poente.
Vista geral sobre a ponte
É referida em muitos documentos antigos, natural é que
a sua fundação tenha uns largos centos de anos. Mas foi sofrendo,
ao longo dos anos, obras de reparação, a última das
quais há cerca de uma vintena de anos a modificou substancialmente
apresentando-se agora despida das suas características arcaicas,
excepto no arco mais a poente que bem evidencia pelo seu tipo construtivo
a sua vetustez.
A ponte é constituída por quatro arcos de volta inteira,
de granito, dois iguais e de maior desenvolvimento a nascente e os outros
dois, também iguais, mas menores, a poente. Contando de nascente
para poente, entre o primeiro e segundo arcos e entre este e o terceiro
há do lado de montante talhamares iguais constituídos por
fustes prismáticos de planta triangular; de jusante, maciços
em tudo análogos aos talhamares ocupando a mesma posição
relativa em relação ao eixo longitudinal da ponte.
Na época estival só os vãos dos arcos maiores
capacitam a vazão do rio, servindo portanto os dois menores para
eventuais escoamentos em regime de cheias.
A ponte está classificada como monumento nacional pelo decreto
n.º 28536, de 22 de Março de 1938. Mas se tivermos em conta
o seu aspecto actual, a que revestimentos das cantarias modificaram completamente
o aspecto, julgo que seria conveniente que a classificação
do imóvel fosse alterada.
Arco e contraforte da Ponte
A existência de um muro de ala do lado nascente levanta a dúvida
de terem existido ou ainda existirem soterrados para nascente outros arcos
que venceriam o desnível da superfície natural da margem
esquerda até ao pavimento da ponte do ponte, dúvida esta
a que possivelmente trabalhos de pesquisa naturalmente viriam dar resposta.
Foi a ponte de Serves um meio de grande importância nas comunicações
rodoviárias, se tivermos em atenção a memória
do Padre Tomás Barbosa de Sousa Vieira, “a ponte de Serves, no séc.
XVIII, era ponto de passagem obrigatória para quem de Guimarães
se deslocava para Vila Nova de Famalicão, Barcelos e Vila do Conde
e para quem de Penafiel se deslocasse para Braga”.