A história da ultra-sonografia ilustra como o desenvolvimento e as descobertas científicas de áreas mui diversas se sobrepõem e terminam por ser assimilados pela Medicina e absorvidos na rotina do exercício clínico. Jamais se imaginou que quando Struh e Rayleigh (1877) publicaram a sua Teoria do Som estavam proporcionando a mais fantástica contribuição na área da saúde e, em particular, para a moderna Ginecologia e Obstetrícia. É claro que decorreram outras descobertas e aprimoramentos subsequentes, todos do atuais aparelhos de ultra-sonografia. Assim é que em 1880 os irmãos Pierre e Jaques Curie, estudando as propriedades inerentes à simetria de certos cristais, previram e desmostraram a existência do efeito piezelétrico. Efeito este que alguns cristais possuem de, ao serem submetidos a esforços mecânicos segundo certas direções, apresentarem polarização elétrica em suas faces, reciprocamente. Se as faces do cristal forem submetidas a uma diferança de potencial elétrico, surgirão tensões internas que provocarão alterações nas dimensões do mesmo. Definia-se assim, há mais de um século, aquilo que é o princípio básico do funcionamento dos equipamentos de ultra-sonografia. Tais conhecimento perimitiram a Galton (1883) criar um gerador de alta frequência, ultilizado por Chilowsky e Langevin ( subsidiados pela Inglaterra e pela França) em 1916 durante a Primeira Guerra Mundial, para localização submarinos da esquadra alemã. A partir disso desenvolveu-se então a chamada técnica do sonar (Sound Navigation and Ranging) para uso militar e, após a Segunda Guerra, ocorreu o sue desenvolvimento direcionado para fins pacíficos em todas as áreas. Assim, Sokolov (1929) sugeriu a utilização do ultra-som para detectar falhas imperceptíveis nos metais, idealizado finalmente por Firestone entre 1945/46. Dussik (1942) , na Áustria, introduzia o estudo do cérebro humano com o uso do ultra-som (em razaõ da forte atenuação provocada pelos ossos do crÂnio, a técnica foi provisoriamente abandonada). O desenvovimento de ultra-sonogramas bidimensionais, isto é, que tornavam possível o registro seletivo de sons refletidos de porções anatômicas dentro do corpo humano, proporcionando então uma melhor definição, deu novo alento às pesquisas (Wild,1950). A descoberta, quase acidental, de que a ultra-sonografia unidimensional chamada modo A poderia ser útil na mensuração do diâmetro biparietal (DBP) leva à primeira correlação do tamanho da cabeça fetal com a duração da gestação ( Donald et al. 1958).Surge o ultra-som modo B ( maneira pela qual uma maior ou menor amplitude do sinal proveniente de um eco é traduzida num brilho (B) no ponto correspondente da linha de base do tempo ), primeira e intensamente utilizado em ecocardiografia por diversos estudiosos nas décadas de 50 e 60.Em 1971 introduzem-se no mercado os aparelhos eletrônicos e, em 1973 a imagem é convertida para uma qualidade e impusionando definitivamente uma rápida utilização e evolução dos equipamentos até od idas atuais, acoplados com poderosos sistemas de micro-computadores e de cor.